Diria que o trio de diretores Sarah Smith, Jean-Philippe Vine e Octavio Rodriguez trabalharam muito bem em todos os sentidos, pois é uma história muito atual, que tem uma desenvoltura bem marcada e que junto de boas lições consegue ser divertido na medida certa, não apelando nem para o lado mais infantil nem para o lado adulto demais, ficando naquele meio do caminho que todos acabam se divertindo e aproveitando, que é tão raro de lançarem algo. Ou seja, é daqueles filmes que muitos vão achando ser bobinho demais e acabam se emocionando, mas ao seu lado está uma criança que nem entendeu a referência de solidão rolando de rir com tudo, e esse acerto é algo muito bom de ver, pois mostra que a essência principal de uma animação foi mantida, as técnicas foram bem colocadas, mas sem sair do eixo consegue agradar a todos, além claro de toda a tecnologia empregada, pois vemos muitas dinâmicas imponentes, personagens bem desenhados e um resultado funcional completo de referências aos diversos filmes da companhia (Star Wars, Vingadores, Senhor dos Anéis, Vila Sésamo, Mad Max, entre outros) principalmente nas skins dos robozinhos, mas também nos diálogos, que como já disse no começo foi muito bem adaptado na dublagem nacional.
Sobre os personagens é muito bacana ver toda a interação do robozinho Ron, que com uma programação falha passa a ser não apenas um ser diferenciado para o seu amigo, mas sim toda uma simpática amostragem de que nos diferentes podemos encontrar algo a mais para crescer junto, e em determinado momento uma jovem fala que ele é uma página em branco, e isso define bem ele, pois vai aprendendo o que é amizade, como manter tudo e isso soa bonito demais, além de muito divertido por não ter filtros e sair fazendo todas as suas loucuras, ou seja, é muito representativo e bacana ver o personagem, que ainda deram grandes sacadas em todos os diálogos criados pela dublagem, pois mudaram tudo quase no filme pelo que dá para ver já nos trailers. Da mesma forma o garotinho Barney (ou Ambrósio para o robô) tem uma família completamente maluca, com um pai vendedor que mal o vê, uma avó de etnia russa ou algo próximo de lá que adora comidas exóticas, e toda essa falta ou exagero de afeto deixa o garotinho com receios pelo que já rolou no passado (vide sua festa de 6 anos incendiada), o personagem é muito marcante. Além dos protagonistas ainda temos os garotinhos das pegadinhas, a garota popular com milhões de seguidores (mas a destruição de sua imagem foi algo fortíssimo de ver), o que só joga, e claro chegamos nos criadores dos robôs com suas apresentações no melhor estilo Steve Jobs de ser, mas com o nome de Marco em boa referência a Mark Zuckerberg e suas vastas tecnologias, e assim o resultado completo acaba chamando muita atenção.
Visualmente o longa é bem colorido, cheio de interação tecnológica, com muitos ambientes bacanas, desde a sede da empresa dos Bbots numa bolha, mostrando uma alusão de uma nuvem bem gigantesca com muitos servidores e luzinhas, toda a brincadeira com as skins/roupas dos robozinhos, toda a sacada da família simples que vive do campo tendo de vender seu enterro para comprar algo que o neto/filho desejava num mercado paralelo, e muitas sacadas com lutas e montagens, ao ponto que tudo passa a ser bem divertido e gostoso de ver, tudo é bem simbólico, e o resultado passa a funcionar do começo até o final. Em alguns cinemas o longa teve sessões 3D, e acho que não tem tanto para explorar na tecnologia, pois não vemos tanta projeção para fora dos personagens, mas se alguém conferir ele nesse formato e achar bacana, os comentários são abertos.
Enfim, é um longa bem divertido, muito gostoso de assistir, que até tem alguns leves defeitos, mas que dá para relevar com todo o entretenimento entregue, e sendo assim recomendo demais para toda a família, para que se conectem com a ideia, e depois se abram para o mundo fora da tecnologia com suas amizades verdadeiras. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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