Diria que a roteirista e diretora Miranda July trabalhou uma essência densa fechada demais de estruturas, ao ponto que demora demais para conseguirmos entrar no clima completo de sua trama, e talvez muitos nem entrem, pois o filme flui por dois lados bem distintos e que em ambos os casos são reflexivos demais, então para conseguir se emocionar e envolver com o que é mostrado precisa sentir toda a vida da garota, conhecer um pouco mais o processo de golpes e até pensar como uma pessoa de 26 anos que sempre foi usada e não amada pela família, e assim sendo o longa funciona como uma mensagem poética que entra numa sintonia calma e monótona demais para quem for conferir esperando um algo a mais que acaba não acontecendo. Ou seja, tudo o que é mostrado na tela é simbólico, tudo tem um sentido, e principalmente todo o envolvimento é bem trabalhado, mas infelizmente é preciso tempo para refletir em tudo, e isso não ocorre num filme de streaming, sendo talvez daqueles que num festival que você vai preparado para digerir cada trama funcione bem, mas só ali e nada mais.
Sobre as atuações, todos fizeram trejeitos marcantes e se colocaram bem nos devidos atos, com destaque claro para a protagonista Evan Rachel Wood, que em alguns atos fiquei realmente pensando se a atriz, que é belíssima e aqui estragaram ela visualmente, estava se passando por um garoto ou se era apenas algo para ser estranho realmente, pois lhe colocaram o nome de Old Dolio (a moça explica em determinado momento o motivo do nome, meio bizarro!) e com trejeitos mais largados e situações estranhas acabamos vendo ela se entregar com um estilo bem esquisito, mas faz muito bem isso, e assim sendo é um bom acerto. Richard Jenkins sempre trabalha com estilo seus papeis, e aqui seu Robert é literalmente um picareta de mão cheia, fazendo atos bem intensos e trabalhando suas atitudes com ótimos trejeitos, o que agrada muito para a síntese do filme. Debra Winger deu uma personalide muito forte para sua Theresa, e ainda por cima mancando ficou com atitude e estilo para o papel que precisava fingir, envolvendo bastante e chamando muita atenção em todas as suas cenas. Mas sem dúvida alguma a quebra de estilo completo veio com Gina Rodriguez inicialmente personificando sua Melanie como alguém cheia de estilo, com vertentes marcantes e bem intrigantes, mas num segundo momento a moça muda completamente seus ares, se entrega para o papel e faz algo muito em prol da protagonista, mas com isso quase se apaga completamente, o que ficou um pouco estranho para falar a verdade.
Visualmente a trama é ainda mais estranha, pois eles moram num cômodo de uma empresa de produtos químicos que fica espumando sem parar, com tudo jogado pelo chão, indo em lugares para aplicar golpes como nos correios para pegar correspondências dos outros, tem todo o lance do avião e dos terremotos nos lugares mais absurdos, indo na casa de pessoas bem decoradas para tentar fraudá-las, e ainda tem a casa da outra moça bem decorada que acaba tendo um fim mais maluco ainda, toda ideia dos brinquedos que no final acaba sendo uma boa sacada, e ainda a compra de uma banheira parcelada em milhares de vezes com um juros monstruoso, ou seja, nos EUA o povo também leva o parcelamento assassino no peito.
Enfim, é um filme mediano que se espremermos bem até dá para sair algo a mais, mas que certamente não vai valer o tempo gasto para a maioria das pessoas, pois como já disse é necessário se refletir demais para encontrar alguma essência maior na trama, e isso é algo que não pega as pessoas no streaming, então fica a dica somente se você estiver bem disposto para dar o play e entrar numa ideia mais floreada, senão parte para o próximo. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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