Diria que a atriz Mélanie Laurent é muito superior a diretora Mélanie Laurent, pois trabalha bem trejeitos e dinâmicas há muito tempo em todos os filmes que é colocada, pois se já tinha achado ruim sua direção em "Galveston: Destinos Cruzados", mas achava que era problema do roteiro, aqui não sei se posso culpar novamente a escritora do livro em que a trama foi baseada, pois daria para eliminar muita coisa e fazer talvez um filme mais conciso em cima das ideias do espiritismo na época, e claro de apenas a jovem sofrendo no sanatório, não precisando ir tanto além com as demais pacientes, mas infelizmente ela caiu no famoso golpe de mais tramas, mais possibilidades para errar ou acertar, e aqui o erro foi um pouco grande, já que o longa meio que abre demais com todo o tratamento dado para Louise, e claro os devidos abusos sofridos, mas funciona como algo meio que de denúncia, pois existem diversos relatos sobre abusos em hospitais psiquiátricos desde que existem até o presente, mas não dá para ir além nisso sem muitas provas, afinal vão dizer que as pessoas lá são loucas. Ou seja, há problemas demais para o filme na concepção completa, e isso facilmente seria resolvido com a diretora focando mais na protagonista do que no sanatório.
Sobre as atuações, Lou de Laâge costuma sempre entregar trejeitos bem simpáticos e interessantes de ver para suas personagens, e aqui não foi diferente, pois sua Eugénie tem estilo, tem personalidade e conseguiu segurar bem os momentos que precisava passar as mensagens para os demais, fez cenas sofridas bem impactantes e acabou agradando bastante durante todo o longa, o que volto a frisar que deveriam ter focado mais nela do que numa abertura maior do tema, pois ela daria conta e faria algo ainda mais forte. A diretora Mélanie Laurente agora atuando fez de sua Geneviève uma enfermeira interessante, com um propósito bem colocado e até com trejeitos bem marcantes em seu semblante sério que cai com a conversa da protagonista, e assim volto no que falei acima que ela atuando é muito melhor do que dirigindo, pois sabe segurar a emoção e funcionar muito bem em cena. Dentre as demais mulheres do sanatório vale destacar um pouco da rigidez cênica de Emmanuelle Bercot com sua Jeanne bem impositiva e os sofrimentos de Lomane de Dietrich com sua Louise ingênua demais para tudo o que estão fazendo com ela. E quanto aos homens da produção, tivemos Benjamin Voisin como o irmão da protagonista que até teve um começo e um fechamento bem colocado, mas que não foi muito além, Christophe Montenez como Jules, um médico que abusa da paciente ingênua, e o médico responsável pelo sanatório vivido por Grégoire Bonnet que até faz algumas caras e bocas em suas cenas, mas nada de muito chamativo.
Visualmente o longa tem uma concepção não muito chamativa para a época, pois inicialmente parecia ser algo requintado, com figurinos clássicos, toda a nobreza da França dos anos 1800, mas logo que cai para o sanatório, vemos algo bem sujo, aglomerado, com alguns testes sendo feitos pelos médicos em roupa de gala, mas sem nada que chamasse realmente a atenção, ao ponto que como já disse serve como uma denúncia dos maus tratos, mas mesmo no ato do baile não foram além com algum refino, e isso poderia certamente ser bem melhor.
Enfim, é um filme razoável que até poderia ter ido bem mais além, mas que dá para conferir e entender bem a proposta e com isso acaba sendo ao menos funcional. Ou seja, se não tiver outro bom longa para conferir até vale o play, mas do contrário pode pular facilmente. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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