segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Netflix - Exército de Ladrões: Invasão da Europa (Army of Thieves)

Confesso que quando Zack Snyder falou que seu filme "Army of the Dead: Invasão em Los Angeles" teria derivados fiquei meio apreensivo do que poderia acontecer em termos de exageros e coisas jogadas, mas hoje ao conferir o lançamento do prequel "Exército de Ladrões: Invasão da Europa" posso dizer que foram muito bem na ideia de mostrar a vida, ou melhor, como foram os dias de Dieter antes de entrar para a equipe maluca que foi para cima dos zumbis no longa de Snyder. E quando digo muito bem, posso afirmar com muita vontade que conseguiram criar momentos divertidos bem conectados, trabalharam bem toda a síntese do personagem, e conseguiram criar dinâmicas tão boas para entregar um filme de ação, de roubo e ainda conectar a trama com toda a franquia que ainda veremos, sendo daqueles longas que acabam entregando até mais do que o comum, contando um pouco da história das óperas de Wagner e ainda emblemando tudo num passar de tempo tão rápido e gostoso que nem cansamos com nada do que é entregue.

O longa nos conta que a vida do bancário Ludwig Dieter passa por uma reviravolta quando Gwendoline, uma mulher misteriosa, o recruta para se juntar aos criminosos mais procurados do mundo e roubar uma série de cofres superprotegidos na Europa.

Diria que a direção de Matthias Schweighöfer foi bem pensada principalmente para dar o devido destaque para seu personagem Sebastian, antes de ser conhecido como Dieter, pois era algo que muitos pediram quando o filme de Snyder foi lançado, já que praticamente acabou meio que jogado lá na confusão com os zumbis, e quem me conhece sabe que costumo reclamar muito de diretores que acabam sendo protagonistas de suas próprias tramas, mas aqui ele foi coerente na movimentação e soube dominar bem as cenas, algo que é bem raro de acontecer, trabalhando claro as desenvolturas com um tempo a menos para não soar falso demais, mas de certa forma acertou ao trabalhar um estilo mais próximo dos filmes de ação europeus, contando com uma pegada simples de explosões e atitudes, mas contando com uma história bem desenvolvida. E assim sendo o resultado acabou sendo daquelas tramas que acabamos curtindo tudo, criando expectativas com alguns personagens, e agora até torcendo para que o protagonista daqui não tenha morrido no filme original, afinal terminou preso dentro do cofre como seu amado Wagner aqui, e assim pode não ter sido atingido pela explosão completa, o que veremos muito em breve, afinal a continuação do original já está sendo filmada.

Agora falando da atuação de Matthias Schwighöffer diria que o jovem tem muito estilo, e se no filme de maio ele conseguiu ser o ar cômico com seu Dieter, aqui conseguimos ver de onde veio toda essa comicidade, e claro conhecendo um pouco mais da paixão do protagonista por cofres e claro tudo o que  o fez ir encarar os zumbis para abrir o grande cofre que tanto desejava, e com trejeitos bem marcados, trabalhando bem seus atos com ares até meio que repetitivos e isolados, ele acabou conseguindo trazer novamente carisma para o papel e ser como disse acima tão marcante que iremos torcer para seu papel voltar em outro filme. Nathalie Emmanuel trabalhou sua Gwendoline de uma maneira até séria demais, ao ponto que a personagem como uma ladra famosa deveria ser mais virtuosa e cheia de facetas, mas até que desempenhou bem seus atos, segurando a intensidade que lhe foi colocada e agradando com uma boa intensidade. Agora uma grata surpresa foi a costarriquenha Ruby O. Fee que entregou a hacker Korina cheia de personalidade, falando boas frases em português e brincando bem com o ar cômico acabou trabalhando uma essência meio que do mesmo estilo do protagonista, o que é até bacana e raro de ver acontecer, assim tendo dois personagens com traquejos o resultado puxou mais para a comédia do que para a ação. Fiquei no meio do caminho se quiseram realmente fazer do personagem Brad Cage de Stuart Martin uma caricatura dos vários heróis/vilões do cinema ou se o ator que acabou exagerando em traquejos do estilo, pois vemos tudo seu rolar bem e soar meio que forçado demais, mas aparentemente o papel pedia isso, e assim foi bem no que fez. Quanto aos demais, o outro personagem da equipe é meio que um enfeite, pois não temos nem grandes momentos para seu Rolph, muito menos desenvolturas marcantes para Guz Khan se destacar, o policial Delacroix vivido por Jonathan Cohen até tenta ter um algo a mais, mas não vai muito além, precisando que Noémie Nakai com sua Beatrix quebrasse todas suas lições com olhares desacreditados, e assim a dupla foi mais pastelona do que algo chamativo realmente, então vale dos coadjuvantes dar apenas um destaque para Christian Steyer por toda a representatividade que fez de seu Hans Wagner trabalhando um ar sereno, porém emotivo e funcional para seus atos simbólicos, e nada mais.

Visualmente o longa tem bons arcos, trabalhando desde o ar simples e até medíocre da vida do personagem entre sua casa solitária até sua ida para um banco calmo demais, passando no meio do caminho para um café igual todos os dias, depois tivemos um esconderijo bem montado numa casa abarrotada de gatos (apenas num primeiro momento, já que na festa aparentemente todos os gatos evaporaram!), passando por todos os bancos bem montados que vão assaltar e claro cada cofre com suas devidas histórias sendo contadas pelo protagonista, e nesse meio tempo toda a desenvoltura policial, a sacada da mudança de cofres de lugares, e toda a arte gráfica de vermos os elos dos cofres se conectando para abrir, o que deu um certo charme para todas as cenas, e funcionou bem com detalhes bem colocados em cena.

Enfim, é um filme bem bacana e gostoso de ver, que ri demais em diversas sacadas, que ainda conta claro com algumas óperas de Wagner na trilha sonora junto de toda uma composição de Hans Zimmer (pra variar né, já que esse ano tudo é dele!), e sendo assim mais do que recomendo o filme para todos, pois mesmo tendo vários defeitinhos espalhados, alguns furos de roteiro e tudo o casual de um longa de ação, o resultado final acaba valendo a pena. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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