O diretor e roteirista Jacques Audiard até trabalhou bem a dinâmica entre os personagens, criou as interações, e até quis brincar com a fotografia pela estrutura de preto e branco ser algo mais vazio, de pessoas que não vão muito além de sexo ou amor de atração, e assim sendo tudo parece aberto demais nos traquejos que acaba colocando em sua trama. Claro que o funcionamento até da bons atos, vemos um pouco de todo tipo de sentimentos, mas fica parecendo faltar algo a todo momento, o que não é legal de acreditar, e assim o filme falha um pouco.
Quanto das atuações, diria que fez bem termos quatro estilos bem diferentes de personagens, mas talvez algum ato mais conflitivo chamasse mais atenção. E assim sendo é bacana ver todos se entregando ao máximo com Lucie Zhang dando para sua Émilie uma garota ousada, determinada, porém também apaixonada pelo protagonista, vivendo seus encontros ao máximo pelo tesão que causa nela, e assim fez bem solta suas cenas. Makita Samba deu para seu Camille toda a estrutura de alguém que quer viver e acontecer, sem fluir muito nem se amarrar, e o ator consegue ser bem dimensionado de trejeitos, de sensações e acaba fazendo boas interações com todos, o que é bem colocado no filme. Noémie Merlant já pontuou sua Nora como uma mulher que foi usada e abusada por muito tempo, e agora tem problemas com qualquer relação em si, e sabiamente passa emoção e envolvimento nas relações virtuais emotivas, caindo bem em sínteses e chamando até um pouco a atenção. E por último Jehnny Bett caiu em sua Amber como uma mulher que está na rede virtual para satisfazer os demais, mas que também tem sentimentos e com boas nuances nas conversas consegue chamar a atenção.
Visualmente o longa não vai também muito além, sendo simbólico pelo bairro em si, pelo ambiente que vivem cada um, mostrando claro os quartos de cada um, os corpos em relação, e até mostrando seus empregos em restaurantes, imobiliárias, e na internet, mas nada muito representativo para colocar em chamariz. Quanto da fotografia em preto e branco diria que foi apenas uma graça do diretor, pois não era necessária.
Enfim, não chega a ser um filme ruim, só não vai muito além, e com isso o resultado não impacta tanto quanto poderia. Diria que serve para conhecer diversos tipos de relacionamentos modernos, mas nada demais. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou para mais uma sessão do Festival Varilux de Cinema Francês, então abraços e até logo mais.
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