Talvez o problema do filme tenha sido na escolha da direção de Denise Saraceni e Allan Fiterman, que mais fizeram novelas e séries do que longas realmente, e assim optaram por pegar o roteiro de Manuela Dias, que também é bem mais conhecida como novelista, ao ponto de não irem além de tudo o que tinham em mãos para funcionar como um filme realmente, e assim resolveram trabalhar algo mais documental, aonde alguns atos foram dramatizados e o resultado até acaba sendo algo bonito de ver, mas que poderia ter ido bem além. Claro que isso pode ser uma reclamação pessoal de alguém que curte mais ficções, mas a obra biográfica até foi bem representativa, mostrando bem as nuances dos jovens iniciando suas carreiras, vendo explodirem em Paris, e voltando para o Brasil e mudando a música nacional, juntando a isso suas vivências familiares carinhosas e bem dosadas, que acabam sendo emotivas pelas boas atuações.
E já que comecei a falar das atuações, já estamos acostumando a ver Seu Jorge nas telas do cinema, pois como ambos filmes em cartaz agora atrasaram bem, ficou com 2 longas rodando nos cinemas ao mesmo tempo, e aqui ele foi bem expressivo agora com ares mais leves com seu Pixinguinha, fazendo bons trejeitos, dando as nuances emotivas, e claro bebendo bastante como o homenageado gostava, sendo sutil sem entregar simplicidade, mas comovendo na medida certa de seus atos. Ainda tivemos bons momentos expressivos dos jovens Danilo Ferreira como Pixinguinha aos 25 anos, Luan Bonitinho como Pixinguinha aos 13 anos e Thawan Lucas como Pixinguinha aos 8 anos, apenas tocando muito e fazendo boas representações, com Danilo tendo ainda algumas cenas mais quentes junto de Agatha Moreira com sua Gabi, e trabalhando algumas interações bem marcadas com Klebber Toledo fazendo Arnaldo Guinle. Na sua banda ainda tivemos bons momentos junto de Pretinho da Serrinha como China e Jhonga como Donga, Thiago da Serrinha como Raul e Ângelo Flávio como João da Bahiana, mas sem grandes ares chamativos. E aí entra quem apareceu muito bem que foi Taís Araujo com sua Beti, totalmente amorosa e vivendo um lindo período de casamento, tendo seus sonhos realizados e servindo de inspiração para algumas canções, ao ponto que a atriz teve boas nuances desde a jovem Beti corista e dançarina, até a velhice da personagem muito bem caracterizada. Ainda tivemos Milton Gonçalves como pai de Pixinguinha, Tadeu Melo como um assaltante que acaba convidado para jantar na casa do cantor e Tuca Andrada como Almirante, mas todos apenas dando boas conexões para tudo sem chamar muita atenção.
Visualmente a equipe de arte trabalhou bem, criando todas as representações dos estúdios de gravação da época, mostrou alguns shows com vários instrumentos, desenvolveu bem os atos da boêmia na época, criou uma boa interação numa grandiosa casa simples, e claro as festanças e shows em Paris para as pessoas da época de lá que gostavam de remexer o esqueleto com as boas levadas do choro brasileiro. Sendo tudo bem conectado com algumas imagens documentadas do músico, que acabam juntando tudo de uma forma representativa bem feita e interessante de ver.
Enfim, é um filme gostoso, que funcionou bem como homenagem, e que certamente poderia ter ido mais além num desenvolvimento mais cênico de uma época, mas que de certa forma agrada quem gosta de uma boa música, e que não conhecia tanto sobre o músico, assim sendo uma boa representação ao menos que vale ser recomendada. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto logo mais com outros textos, então abraços e até breve.
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