Diria que a ideia dos diretores e roteiristas Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu até foi algo interessante, pois a história não é de todo ruim, é bem maluca, mas funcional, porém transformar ela em musical foi algo fora de base completa, ao ponto que os protagonistas devem ter sentido até uma certa vergonha depois de se verem fazendo os atos com dancinhas bobas. Ou seja, é daqueles roteiros aonde conseguimos enxergar bem a ideia que queriam mostrar de uma pessoa que vê a oportunidade de ser outra, e acaba conseguindo enganar bem, mas que quando vê que tudo pode desmoronar opta por não ir além nas mentiras, e daria uma trama bacana, sem necessidade de toda a cantoria, mas quem nunca sonhou em dirigir um musical, então fizeram, e o resultado foi bem ruim de ver.
Sobre as atuações, vale claro pontuar a entrega completa de Mathieu Amalric com seu Tralala/Pat Rivière, pois mesmo soando estranho toda a cantoria como já falei anteriormente, o ator se jogou bem, fez boas entonações e fez de seu personagem algo marcante de ver na tela, que funciona, embora tenha sofrido bastante para dar rima nas canções. Não conheço muitos trabalhos de Bertrand Belin, mas seu Seb foi tão bem nas canções, que sua entrega foi marcante como cantor, já o personagem é meio estranho também de ver. Já Josiane Balasco com sua Lili Rivière ficou extremamente exagerada, ao ponto que chega a incomodar seus atos cantando/dançando. Mélanie Thierry fez uma Jeannie bem sensual e cheia de trejeitos marcantes, ao ponto que pareceu estar bem leve e disposta a tudo na trama, e assim sua personagem chega a brilhar em cena. Maïween entregou uma Barbara meio seca demais, direta nos atos e não pareceu estar conectada com a trama, o que é ruim de ver. Galatea Bellugi trabalhou sua Virginie de uma maneira meio misteriosa, e cheia de nuances para com a personagem, ficando interessante pela proposta em si, mas poderia ser menos estranha. E por fim Denis Lavant ficou apenas pulando e fazendo coisas malucas com seu Climby, ao ponto de que nem sabemos bem o que seu personagem é, mas apareceu até mais que muitos outros em cena.
Visualmente o longa é bem bacana, pois trabalha inicialmente nas ruas de Paris, mostrando pontos não muito marcantes, mas simbólicos para músicos de rua e sua desenvoltura, mas depois que vai para Lourdes e toda a marcação religiosa da cidade, toda a desenvoltura passa por lojas de souvenires, por hotéis chiques e abandonados, um restaurante na beira de um rio bem bonito e imponente e até uma discoteca com imagem da santa (ficou meio estranho também de ver), além de bares e tudo mais, com bons simbolismos e desenvolvimentos para as canções e danças, mas algo que vai chamar muita atenção de quem for conferir é que o longa foi rodado já em plena pandemia, então a maioria dos figurantes e até atores atuam com máscaras faciais em diversos atos, e isso é algo que ainda não tinha ficado tão em evidência tirando as novelas, ou seja, chega a dar um certo baque, mas não atrapalhou em nada.
Enfim, é um filme exagerado demais que não conseguiu me conquistar, nem quem estava na sessão, então não posso dizer que recomendo ele de forma alguma, e compartilho já aqui as canções para quem quiser ouvir, mesmo sem ver o filme, o que deve ser ainda mais estranho. Sendo assim, vamos para o próximo filme do Varilux que com certeza vai ser melhor, então abraços e até logo mais.
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