Já posso até dizer que conheço bem o estilo de Svyatoslav Podgaevskiy, pois já é o seu terceiro longa lançado por aqui, ou seja, sabemos bem as pegadas clássicas que ele gosta de fazer, e toda a dramaticidade cênica que tenta trabalhar em seus filmes, porém se nos anteriores ele não assustou nem causou, sendo diversas bombas estranhas, aqui ele melhorou muito o estilo, criando algo com uma pegada bacana de ver, ousando em colocar as crianças em situações mais claustrofóbicas, e trabalhando um texto com uma certa intensidade interessante de apagar as memórias das pessoas ao ponto de nem lembrarem ter mais os filhos, sumir com fotos, objetos e tudo mais, que até poderia ter trabalhado um pouco mais, mas de certa forma o resultado se mantém do começo ao fim bem estável, e tudo acaba sendo interessante.
Sobre as atuações, diria que o garotinho Oleg Chugunov deu uma boa personalidade para seu Egor, ao ponto que seu carisma, seus trejeitos, e toda a desenvoltura expressiva conseguiu soar marcante e funcionar bem, o que é raro de ver em filmes com crianças. Glafira Golubeva já foi mais retraída com sua Dasha, trabalhando um ar mais sério, mas ainda assim deu boas conexões junto com o protagonista, e seu resultado completo funcionou ao menos. Artyom Zhigulin trabalhou seu Arton de uma forma meio marrenta demais, no estilo daqueles garotos briguentos de rua, que quer levar tudo para a pancadaria, e chegamos até a ficar com pena dele em sua frase que já era esquecido antes mesmo do feitiço, e assim ele acabou trabalhando bem suas nuances. Quanto dos adultos, diria que todos foram bem estranhos, desde o pai do garotinho querendo matar ele com uma furadeira, passando pela babá esquisita e até o cara da cabana da floresta foi algo meio bizarro de ver suas ideias, mas ao menos deram conexões para a trama, e assim sendo funcionaram.
Visualmente o longa tem uma pegada interessante de tons escuros, muitas cenas na floresta, em uma cabana estranha, em um apartamento que fica mudando o tom das cores (que não entendi o motivo ainda!), no apartamento meio exótico da garotinha, mas principalmente nas cenas aonde a bruxa usa novelos de lã vermelha como corda ficaram interessantíssimos, desde a que rola no quarto do bebê sendo bem intensa até a da luta com as crianças aonde são enforcados com as cordas, num emaranhado bem trabalhado e chamativo.
Enfim, fui esperando ver outro filme estranho russo e até que saí da sessão feliz com o que me foi entregue, claro que poderia ser mais tenso, poderia ter mais sustos, mas a aventura acaba sendo interessante de ver, e por ser bem rapidinho com 97 minutos passa voando, então recomendo ele para quem gosta do estilo, só digo que não vá esperando ver algo impactante que vai sair decepcionado. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
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