O diretor e roteirista Michael Pearce até foi muito bem na formatação do clima escolhido, soube dosar a intensidade da trama até mais que a metade, e com atos mais fechados até consegue deixar o público confuso com a real intensão dos atos do protagonista, isso até o ato do protagonista na cidade fantasma sozinho, pois ali ele nos revela exatamente a ideia completa e desanda tudo, mas acaba sendo bem funcional como um road movie de influências, aonde as crianças acabam crescendo na vida através dos atos necessários, e o pai vai se inclinando para um fechamento marcado pelas atitudes escolhidas, e assim diria que o resultado geral da direção não é ruim, só talvez não faria a cena do espelho, deixando tudo aberto para uma surpresa mais trabalhada no final, mas é uma opção que talvez eu reclamasse também, então foi direto pelo menos na sua ideia.
Sobre as atuações posso dizer facilmente que Riz Ahmed é daqueles atores que passam suas cenas com muita intensidade e convencimento, ao ponto que se algum diretor precisar de alguém para falar que uma bola vermelha é azul, ele é o cara que vai conseguir convencer a todos, e isso é bom de ver, pois acaba sendo um acerto que poucos tem, mas suas facetas são sempre muito agitadas e isso peca um pouco na dramaticidade que poderia entregar melhor, ou seja, aqui seu Malik vai muito bem enquanto está ligado 100%, mas quando sua força baixa o ator baixa um pouco o estilo e isso acaba soando estranho de ver. Quanto das crianças, tanto Lucian-River Chauhan com seu Jay mais velho e responsável, quanto Aditya Geddada com seu Bobby mais ativo e acelerado conseguiram dominar o carisma que o filme precisava ter, e com isso chamaram bastante atenção em seus atos, demonstrando atitude, e sendo bem envolventes nos atos mais tensos, ou seja, fizeram bons momentos marcantes e agradaram. Falar de Octavia Spencer é soar repetitivo sempre, pois mesmo tendo pouquíssimas cenas, sua Hattie entrega estilo e trabalha um envolvimento bem impactante como uma agente de condicional menos durona, e assim acaba sendo bem colocada na trama para dar as devidas nuances cênicas.
Visualmente o longa foi bem marcante por ir para o meio do nada com o carro dando nuances meio que apocalípticas mesmo, como se o mundo estivesse acabando, passando por cidades fantasmas, casas isoladas de tudo, e muita terra e pedra, ao ponto que a jornada do protagonista com seus filhos é de quase viver uma vida ali em poucos dias/horas e vemos com isso pouca interação com outros personagens, toda uma tensão nos lugares aonde vai pelo frenesi do protagonista, e vários símbolos bem distópicos para confundir os espectadores, ao ponto que tudo foi simples, mas bem feito, até chegarmos claro na cena final, aonde é quase um show de tanta imponência com muitos carros, luzes e tudo mais, mas diria que foram bem contidos com tudo.
Enfim, não posso dizer que tenha sido ruim ver o filme, muito pelo contrário, pois mesmo sendo bem maluco e tendo um fechamento ruim, todo o miolo me prendeu bastante, e assim sendo posso até recomendar ele de uma forma meio que alguns vão me bater por ver a indicação, ou seja, se você não ligar para fechamentos fracos e jogados até vale ver, do contrário, fuja. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...