Quando Spielberg estava começando com seus curtas lá em 1959/1961 o clássico "West Side Story" estava estreando e certamente lhe marcou, mas nesses sessenta anos nunca se arriscou na direção de um musical, afinal é algo que precisa mais de coreógrafos e treinadores vocais do que realmente um diretor para organizar a obra, e aqui vemos uma produção clássica de Steven Spielberg, com uma grandiosidade cênica impecável para retratar o final dos anos 50, toda a dominação latina invadindo os EUA, a gentrificação dos bairros, mas principalmente mantendo bem a essência do original, trabalhando bem o ritmo conflitivo entre as gangues, e claro toda a ideia clássica de "Romeu e Julieta" de uma forma diferente, e assim seu trabalho é bem visto, com um ar muito mais pautado para festivais e premiações do que algo que realmente vá chamar a atenção do público em geral, e sendo assim as quase três horas cansam demais e não vai agradar a todos, mesmo não sendo algo ruim de ver.
Sobre as atuações e claro as cantorias, Ansel Elgort se soltou bastante com seu Tony, teve atos românticos bem marcantes e ensejos de luta ainda maiores, mas trabalhou muito bem suas coreografias dançando muito bem, envolvendo bastante e principalmente sabendo encontrar o ambiente ao seu redor para valorizar tudo, e assim acaba agradando bastante. Rachel Zegler faz sua estreia nos cinemas com sua Maria, e até se sai bem, mas a personagem é melosa e monótona, não dando nuances para a protagonista conseguir algum grande destaque, e sua música é melosa demais, ou seja, vamos ver o que vai fazer "Shazam 2" e no live-action da "Branca de Neve e os Sete Anões" que aqui ainda não mostrou muito serviço. E assim como Rita Moreno, que aqui apenas fez uma senhorinha bem graciosa protegendo o protagonista com sua Valentina, fez no original e ganhou o Oscar de Melhor Coadjuvante em 61, aqui Ariana DeBose, que já é muito conhecida pelos musicais da Broadway, deu um show com sua Anita, seja dançando nas principais canções, ou até mesmo na cena do estupro que deu o prêmio para Moreno, mas aqui foi feito mais como um ato subjetivo, e a atriz fez bem também. Outros destaques ficaram claro para David Alvarez com seu imponente Bernardo, Mike Faist com seu Riff rebelde, mas extremamente dançante e até mesmo para os atos mais expressivos de Josh Andrés Rivera com seu Chino, cada um despontando bem nos seus atos e sendo importantes para eles, o que faz valer a atenção.
Visualmente o longa está incrível, pois é notável todo o trabalho cenográfico gigantesco dos ambientes, que acredito que foram construídos e não tão computadorizados (se foi não tem como notar), e criando momentos de muito impacto visual com as diversas coreografias nas ruas e no baile, e a luta imponente num ambiente bem marcante cheio de sal fez tudo ter muita boa impressão, que resulta em detalhes e claro em ensejos bem bacanas para todo o longa, pois ajudou bastante a termos algo para entrar no clima, ao ponto que num teatro a peça deve ser mais pesada e dura.
Sendo um musical é claro que as canções acabam chamando muita atenção, e aqui não foi diferente, pois além de ditar o ritmo mais calmo da produção tudo fica ao redor delas, mas confesso que esperava algo a mais de um filme tão cheio de nuances clássicas, impactando até mais a trilha orquestrada de fundo que as letras em si, mas ainda deixo aqui o link para quem quiser ouvir elas.
Enfim é um filme grandioso como tudo de Spielberg, mas confesso que gosto mais dele produzindo que não gasta dinheiro à toa pegando produções mais impactantes e rentáveis, do que quando entra para brigar por prêmios fazendo algo mais crítico como é o caso aqui, aonde não pega tanto o público, e sendo assim recomendo o filme com mais ressalvas do que com vontade realmente, e assim fica a dica para quem não curtir musicais nem passar perto dele. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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