Não conhecia os trabalhos nem do diretor Reinaldo Marcus Green, nem do roteirista Zach Baylin, mas se suas obras anteriores forem tão marcantes quanto o que conseguiram entregar aqui, posso dizer que já quero ver bem mais deles, pois souberam criar um ambiente familiar por trás de uma família focada somente em uma coisa, sair do gueto e explodir dentro do mundo do tênis com as duas melhores do mundo, e sabemos bem que elas viraram realmente isso, então é bacana ver o começo da carreira não tanto pelo foco delas, mas sim de seu treinador e pai que ensinou tudo no começo e que sempre focado no seu plano conseguiu encarar agentes e técnicos bem famosos antes de jogar a filha para os leões, ou melhor, como vemos no filme, proteger sempre ela dos leões até estar completamente pronta para ser profissional. Ou seja, é daqueles filmes cheios de nuances, com muita vibração, muita imposição, contando com dinâmicas bem intensas de jogos marcantes, e que principalmente passa bem a síntese da família, da ideologia de ter um plano em mente e seguir ele a qualquer custo (mesmo que te achem um maluco por isso), e que funciona demais no âmbito escolhido, pois facilmente o longa poderia desandar, poderia ter outros vértices como a filha do outro casamento desejava, mas que optaram por mostrar como o protagonista criou campeãs, e como ele foi o influenciador principal para elas, pois não é um filme das Williams que conhecemos, mas sim do que não conhecíamos propriamente delas, e assim a trama funciona demais.
Sobre as atuações, não digo que Will Smith possa ganhar as premiações desse ano como Melhor Ator, afinal a temporada dos "premiáveis" está apenas começando, mas que será indicado isso não tenho quase dúvida alguma, pois seu Richard está perfeito, cheio de trejeitos marcantes, pontuando bem no tom de voz, a caracterização ficou leve e bem trabalhada, e quando vemos o original até vemos certas semelhanças no jeito de andar e fazer as coisas, e que claro ainda transmitiu muita emoção e envolvimento em diversos atos com a personalidade que criou, ou seja, foi muito bem, chamou a responsabilidade cênica para si, e como disse fez com que o filme mesmo sendo sobre alguém que conhecíamos de certa forma, fosse visto com olhares completamente diferentes e funcionais, e assim deu o nome ao longa. Outro nome bem forte pelo que fez em cena foi de Aunjanue Ellis, pois a atriz incorporou com muita força todo o treino da filha Serena quando apenas Venus consegue um treinador, e com muita disposição foi marcante nos atos de sua Oracene, ao ponto que vemos uma mulher forte disposta a ser a base da família, e que no seu ato de discussão com o marido já na Flórida foi tão direta e forte que ali merecia uma salva de palmas, além de antes ser bem forte também com a vizinha, ou seja, a atriz pegou uma personalidade para si e não largou de forma alguma, sendo incrível do começo ao fim também. As garotas Saniyya Sidney e Demi Singleton, com suas Venus e Serena respectivamente, foram tão bem colocadas, treinaram muito para jogar tênis em cena com Saniyya inclusive sendo canhota mas tendo de aprender a fazer tudo com a mão direita pois Venus é destra, fizeram trejeitos bem colocados tanto para manter a jovialidade num primeiro momento e depois a adolescência bem trabalhada mudando apenas os penteados, e nos atos mais densos foram perfeitas nos diálogos com os adultos, sendo bem marcantes mesmo ao ponto de querermos até mais delas. Agora sem dúvida boas caracterizações foram dadas para Jon Bernthal que sempre faz trejeitos fechados, rudes e intensos, para que ficasse como um treinador boa pinta cheio de carisma e desenvoltura como foi Rick Macci, e Tony Goldwin também sendo bem imponente como Paul Cohen e seu estilo de treinos marcados e com estilo, ao ponto que ambos dosaram bem trejeitos para não ficarem caricatos, e assim ficaram bem em segundo plano nos atos da trama. Quanto as demais garotas diria que todas se divertiram demais em cena, e foram muito bem colocadas para as representações que precisavam fazer.
Visualmente o longa é bem marcado pela época, foi bem representativo pela quadra de rua no gueto de Compton, mostrou bem as dinâmicas de treinamentos, a casa simples da família, e claro as diversas buscas do pai por treinadores para as filhas, indo à grandes lendas do esporte, também tivemos atos mais intensos com os traficantes do bairro, e até uma cena bem forte de se pensar como mudaria toda a ideia do longa com isso, tivemos vários jogos juvenis nesse entremeio com a equipe de arte sendo bem precisa de mostrar os egos de pais nos jogos, e depois vamos para a Flórida com toda a nuance do super clube de tênis de Rick Macci com quadras lindas, restaurante, carrinhos de golfe e tudo mais, mostrando a vida nova da família numa casa mais chique, os diversos atos com agentes esportivos, até chegarmos claro nos jogos profissionais aonde já vemos a garota com os famosos dreads no cabelo que tanto ficou marcada. Ou seja, a equipe de arte pesquisou muito bem tudo com os vídeos originais e conseguiu criar uma trama bem gostosa e representativa, que funcionou bem demais.
O longa ainda contou no fechamento com a música original de Beyoncé, "Be Alive", que devem tentar emplacar nas premiações, mas que apenas foi usada para fechar o filme mostrando os momentos reais documentados por Richard.
Enfim, é um tremendo filmaço que transmite muita emoção do começo ao fim, que quem gosta de longas do estilo irá curtir demais, mas que quem não gosta vai achar erro até na cor da bola, pois é um filme de contrapontos e situações que só quem entrar no clima esportivo vai gostar do que verá. E sendo assim fica a dica para todos que gostam de tênis, e filmes esportivos irem conhecer um pouco mais de como foi a formação inicial das grandes campeãs do esporte, pois vale a pena mesmo. E é isso, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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