O diretor, roteirista e protagonista Bernard Campan soube fazer uma trama tão leve e gostosa de conferir que mesmo tendo o tema a morte e a vida, já que o protagonista é um agente funerário, a conexão entre os personagens acontece após um acidente, e toda a desenvoltura se dá pela temática em si de frases sobre o fato, acabamos entrando no clima completo e todo o sentimento é muito bem passado, ao ponto que tudo tem uma boa conexão, toda a síntese nos pega com clareza e a doçura do jovem é tão marcante que tudo acaba sendo agradável demais, sendo quase um presente do diretor para o jovem e para o público, afinal tudo é muito bem interpretado, e a essência visual embarca a todos no carro funerário e curtiríamos até uma viagem mais longa com os dois conversando, papeando e se conhecendo mais.
Sobre as atuações, o diretor Bernard Campan conseguiu segurar bem os atos de seu Louis, sendo o protagonista por interação, mas não deixando ficar em segundo plano, e claro sempre elevando seu parceiro de cena para que ele pudesse ir mais além, e junto disso fazendo bons trejeitos e demonstrando a frieza clássica da profissão, afinal ali não necessita agradar tanto seus clientes. Agora já o filósofo Alexandre Jollien trabalhou com seu Igor da melhor forma possível, demonstrando um pouco de tudo que sempre estudou em seus livros, e mostrando toda a personificação de seu eu lírico, ao ponto que de cara pensamos que ele se doou mais por ser especial, mas foi especial por se entregar, e assim vemos todas suas nuances e claro seus pensamentos, ao ponto de que mesmo quem não curtir tanta filosofia acabará envolvido com tudo o que faz em cena. Os demais foram realmente apenas conexões para fluir bem os personagens, desde a garota que dão carona até a prostituta que faz bem seu serviço para com o jovem, mas tudo sempre de forma sutil e bem colocada para que o filme não saísse do eixo.
Visualmente como o longa tem esse ar filosófico misturado com road-movie, conhecemos um pouco mais do serviço de agente funerário, vemos um pouco mais de caixões, de preparações dos corpos, vemos as vontades de alguns familiares e suas emoções para os atos finais, e do outro lado vemos o jovem fazendo seu exercício com seu triciclo, a entrega de alimentos orgânicos para seus clientes de uma forma bem levar a vida a vontade, temos ainda os atos na casa do protagonista junto de sua mãe, mas os bons momentos ficaram na estrada com os personagens dialogando, passando por festas de despedidas sejam elas de solteira ou de vida, todo o ato simbólico do amor, e muita representatividade em cima de tudo para que o longa se desenvolvesse, ao ponto que mesmo não sendo extremamente forte de ambientes, o resultado entrega muito.
Enfim, é um filme simples se olharmos a fundo, mas tudo é tão bem colocado, o texto é tão bem arquitetado para o protagonista se expressar bem, e o desenvolvimento flui quase como uma pluma realmente, que mesmo trabalhando um tema pesado, o resultado é leve, e assim sendo vale bastante a recomendação para todos. Bem é isso meus amigos, está acabando os filmes do Varilux para mim, só sobrando os dois de amanhã, mas ainda tenho muitos filmes para ver, então abraços e até logo mais.
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