O diretor e roteirista Ram Madhvani ficou bem famoso quando seu longa "O Poder da Coragem" ganhou diversos prêmios em quase todas as premiações indianas, e com isso muitos acharam que ele iria fazer vários filmes por ano como seus diversos compatriotas, mas ao contrário preferiu se ater somente a boas histórias para causar realmente, e agora cinco anos depois eis que vem com uma trama intensa, cheia de desenvolturas dramáticas intensas, que não só funciona bem como ficção, como também faz a dura acusação em cima de alguns estilos de jornalistas que vemos na TV e conhecemos bem suas índoles para que uma matéria impacte de alguma forma. Ou seja, é uma trama bem amarrada, com poucos defeitos de estrutura, mas que muito mais do que o conceito passado, resulta em algo chamativo e interessante de situar, criando vértices para cada momento, emoções nos olhares, e muito desespero em cima de algo que pode acontecer facilmente, afinal temos loucos espalhados mundo afora, e tudo pode acontecer em um momento de desespero. Sendo assim, a trama que Ram criou e dirigiu é bem marcante, mostra o potencial do diretor, e vou continuar torcendo para que não vire um desses que só fazem filmes por fazer como é a grande maioria dos diretores de lá, mas sim ter proposta e acertar sempre.
Sobre as atuações, Kartik Aaryan mostrou personalidade e estilo para com seu Arjun, criando bem olhares tensos, fazendo todo o estilo jornalístico que muitos âncoras de grandes noticiários tem de manter frente aos acontecimentos, e mesmo não se jogando nas situações mais imponentes foi preciso nos atos e conseguiu chamar muita atenção para si, ou seja, poderia facilmente ir além em alguns momentos, mas optou por seguir a linha e fez bem, agradando dentro da proposta. Amruta Subhash fez de sua Ankita a famosa diretora de jornais que não liga para nada sem ser a audiência, se o jornalista vai levar um tiro pelo canal, qual o problema, desde que seja ao vivo desmascarado e cause impacto na audiência, tudo vale, e a atriz fez trejeitos clássicos do estilo, com um carisma até negativo para o papel, e assim chamando atenção também. Diria que poderiam ter trabalhado um pouco mais a esposa do protagonista, a repórter Soumya que Mrunal Thakur deu vida, pois seus atos foram embora de impacto forte, meio que simples e jogados demais, e talvez um pouco mais de expressividade agradasse no contexto completo, mas de certa forma foi bem usada e agradou no que fez. Quanto aos demais, vale o destaque somente para Soham Majumdar que trabalhou bem as entonações nos atos somente usando sua voz, e fez bons momentos durante todo o longa, inclusive aparecendo nos atos finais para as surpresas finais, e assim chamou bem a atenção para si, mas poderia ser mais explosivo de trejeitos para agradar mais.
Visualmente o longa é até bem simples, pois fica quase o tempo todo somente no estúdio, mostrando o desenvolvimento de fundos em chromakey, brincando bem com todo o ambiente jornalístico, e claro tendo alguns momentos impactantes ao longe com a ponte famosa da Índia, além de algumas explosões, alguns atos com carros caindo e toda a comoção no ambiente, mas a base toda fica bem fechada e assim o resultado geral acaba chamando atenção. Ou seja, a equipe de arte foi bem conexa, simples e direta, criando toda a cenografia clássica de estúdios de jornais e brincando bem com cada ato durante a exibição.
Enfim, é um filme simples, mas trabalhado com muito impacto e bem desenvolvido dentro de um padrão, não sendo daqueles memoráveis, mas conseguindo segurar bem o público e soando interessante do começo ao fim, o que faz valer a conferida e agradando bastante. Sendo assim recomendo a conferida e claro a surpresa do final que como todo bom longa indiano, optam bem mais pelo impacto do que por algo mais realista, e assim funciona bem a escolha feita. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda pretendo ver mais um filme dos streamings, então abraços e até logo mais.
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