Conheço poucos filmes do diretor Paolo Sorrentino, mas como já disse outras vezes contar sua própria história ou adaptar algo parecido com ela é algo muito difícil de funcionar, afinal o ego vai lá em cima, tudo passa a ser um floreio que para você é bem explicado, mas para muitos não, e assim acaba sendo necessário entrar completamente no clima para curtir o que ele nos apresenta aqui, pois todo o sentido da trama tem uma figuração maior de pensamentos, tem um ar filosófico, tem toda a essência da juventude mais contida e retraída, e conforme tudo é mostrado até soa um certo ar bonito de ver, mas volto no ponto que falei no começo, é tudo muito lento e cansativo, tudo é monótono e abstrato, e assim mesmo com uma família bagunçada que muitos podem até enxergar um pouco como a sua, o resultado não vai muito além, sendo o clássico filme que só os críticos de arte amam, e o restante pula bem antes da metade, pois com 130 minutos, algo impactante mesmo só vai rolar perto dos 70 minutos.
Quanto das atuações, Filippo Scotti até trabalhou bem o ar pensativo meio deprimido meio confuso de Fabietto, não ousando muito, mas entregando personalidade ao menos, e assim até que consegue fazer com que o foco da trama ficasse todo nele, o que é ruim nesse caso, pois seu personagem é chato e outros chamariam mais atenção, dariam mais dinâmicas, e tudo mais, ou seja, é o famoso caso que torcemos para o protagonista sair de cena logo, o que não acontece. Quanto os demais, como aparecem pouco dando as conexões diferentes de mundo para o protagonista, diria que da família mesmo do garoto só é interessante de ver a loucura da tia Patrizia, vivida por Luisa Ranieri, mas mais por sua beleza corporal do que realmente pela atuação em si, e assim como o jovem tá bem no auge da adolescência é claro que ela vira sua musa, ainda tivemos cenas intensas com o traficante Armando vivido por Biagio Manna, que mostra a vida mais agitada e diferente para o garoto, e claro a Baronesa pelo ato mais chocante de ver acontecer aonde Betty Pedrazzi se entrega muito bem em cena.
Visualmente o longa até tem atos bem bonitos em Nápoles, mostra alguns jogos clássicos de Maradona, o fanatismo das pessoas vendo os jogos em varandas muito bem representado, temos carros dos anos 80 bem marcantes, a famosa TV com controle a cabo de vassoura, o simbolismo bem representado das filmagens da época referenciando a Fellini, mas mostrando outros diretores, colocando em pauta o teatro, as coisas bizarras dos almoços de famílias gigantes e tudo mais que certamente foi representativo para o diretor em sua juventude.
Enfim, é um filme com uma proposta até que boa, mas que falha no ritmo, entrega um estilo que só quem mudar de ar completamente vai acabar gostando e que infelizmente mais cansa do que agrada por completo, ao ponto que não dá para recomendar ele para ninguém. Sendo assim amanhã encaro algum outro filme melhor e volto aqui com um novo texto, então abraços e até logo mais.
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