Lá em 2019 eu já tinha elogiado muito o trabalho do diretor Daniel Rezende, pois lá foi apenas o seu segundo filme como diretor depois de muito sucesso como editor dos melhores filmes nacionais que já vimos, e agora posso dizer com toda certeza que tanto ele, quanto a história da turminha atingiu uma maturidade daquelas que não podíamos esperar menos, e que com um desenvolvimento tão bem colocado, fazendo um início de apresentações, de sínteses para mostrar quem é quem nos quadrinhos para quem nunca leu (aliás existe alguém que já tenha sido alfabetizado e não tenha lido "A Turma da Mônica"?) e fazer claro com que todos que já tenham lido se conecte com todos não apenas com o quarteto principal, até entrarmos tanto no desenvolvimento da peça clássica que já vimos várias vezes interpretada em filmes e até mesmo nos quadrinhos da turminha, passando por toda a desenvoltura de mudança de escola, de amigos, de brigas, de tombos e acidentes, e até mesmo das reflexões que a vida nos dá, e assim o diretor pegou uma história bem ampla e a desenvolveu com muita desenvoltura e emoção para que tudo ficasse gostoso de curtir, não sendo nem pesado nem infantil demais, ao ponto que entramos no clima muito facilmente e acabamos apaixonados por tudo, emocionados com os atos mais marcantes, e bem felizes ao sair da sessão após ver tudo na tela, e assim sendo até torcendo por mais deles, mas vamos ver o que vai rolar, pois o diretor é bom, a história também, mas crianças crescem rápido demais, e assim sendo logo mais eles não vão estar mais aptos para os papeis.
Sobre as atuações, a base toda fica em cima dos quatro protagonistas e seus pais, mas tivemos ainda ótimas participações, com destaque para Isabelle Drummond que foi caracterizada perfeitamente como a Tina que víamos nos quadrinhos, e que com uma doçura na forma de falar acabou sendo a base da maior lição do filme, envolvendo e agradando demais na personalidade e na representação do papel. Quanto à turminha, se no primeiro filme eles já tinham ficado se saído muito bem em todas as dinâmicas, aqui voltaram com tudo, praticamente assumindo que os papeis são seus para sempre, com Giulia Benite cheia de olhares para sua Mônica, dosando bem um ar triste ao ser distanciada dos amigos, mas aprendendo boas lições e se envolvendo bem em todas as dinâmicas, e ficando muito bem caracterizada como Julieta na peça, da mesma forma que a Mônica ficou nos quadrinhos. Kevin Vechiatto continuou sofrendo demais com suas trocas de L e R, e dando uma desenvoltura perfeita para todas as falas, agradando na síntese toda, e da mesma forma que a Mônica, seu Cebolinha caracterizado de Lomeu ficou perfeito (aplausos para a empolgação do garoto no seu grande momento, e também para a história para a forma amiga que deram de ainda não criar um casal, como facilmente qualquer outro diretor colocaria). Gabriel Moreira teve muito mais atos para mostrar a aversão à água de seu Cascão, e foi bem sutil em todos os atos para marcar suas cenas, e Laura Rauseo também pode entregar muito mais atos com sua fome desenfreada, além de conseguir o seu famoso gatinho Mingau, o que foi bem bacana de ver toda sua dinâmica. Ainda vale destacar bem as participações mais imponentes de Monica Iozzi como a mãe da Mônica e Fafá Rennó como Dona Cebola, na tradicional briga de famílias, assim como Paulo Vilhena como Seu Cebola e Luiz Pacini como Seu Souza, pai da Mônica, que também tiveram seus desafetos, ou seja, um elenco afiado que deu show em cena. Quanto as demais crianças e adultos, todos se encaixaram muito bem nos papeis, fizeram tradicionais trejeitos dos quadrinhos e até foram bem representados, mas falar de cada um estraga as devidas surpresas nos aparecimentos, então curta vendo o filme, e novamente parabéns a todos, pois se entregaram mesmo como coadjuvantes.
Visualmente a trama tem atos bem coloridos e representativos, mostrando o lado alternativo de recicladores dos personagens (nos quadrinhos eram meio hippies, mas agora caíram bem como nessa nova vertente dos hippies), foi mostrado bem mais as casas dos protagonistas, trabalharam bem as diferenças entre as escolas, mas sempre mostrando que em ambos os lugares tem os valentões, tem os amigos e as crianças devem se enturmar, claro tivemos o momento do criador Maurício de Souza agora como o tio da cantina, e fechando bem toda a montagem da peça, passando antes por piscinas, cursos de cozinhas, algumas outras casas, um bom parquinho, um festival completo do bairro Limoeiro muito bem caracterizado, e até mesmo um bom laboratório, juntando toda a turminha em tudo, e mostrando uma equipe de arte afiadíssima.
Enfim, é um filme bem mais adulto e com um tema muito mais trabalhado do que o longa anterior, e que conseguiu ter menos defeitos ainda, só tendo que pontuar realmente todo o ato gigantesco de apresentações, que talvez pudesse ser minimizado, mas que no geral funciona demais e vai emocionar os adultos e até conectar bem a criançada mais leitora dos quadrinhos, pois os menores não se encaixaram tanto e acabam ficando passeando pela sala do cinema ao invés de conferir o filme, o que é uma pena, pois dá para funcionar para todos. E assim sendo recomendo demais esse longa nacional, e fecho meu ano muito bem, então abraços e até breve, afinal volto com a retrospectiva/contabilidade do ano no próximo post.
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