Diria que a diretora Marielle Heller usou bem a base do texto de Tom Junod para criar toda a essência de sua trama, ao ponto que não quis ir além dele para nenhuma vertente e com isso seu filme ficou um pouco amarrada na dinâmica entre criar um santo e trabalhar a conversão de um jornalista cínico, mas como não colocou muitas amplificações e nem mostrou muito quem era Rogers, acabamos conhecendo um pouco mais do personagem e da pessoa dele ali, e vemos que essa serenidade pode até parecer forçada, mas foi envolvente e bem colocada. Ou seja, é daquelas direções que precisariam ser mais explosivas em alguns momentos, para dar vida aos personagens reais e criar alguns pontos de virada interessantes para chamar mais atenção, mas de certa forma o que ela desejava passar que é a serenidade do protagonista, e a volta do jornalista para sua família acabou sendo bem feita e agradável de ver, mostrando um trabalho ao menos funcional.
Sobre as atuações, a indicação de Tom Hanks foi mais do que merecida, pois seu Fred Rogers está perfeito, com um ar tão sereno, trabalhando o tom da voz calma, criando olhares e trejeitos tão perfeitos, que fica parecendo até que o ator está fora do ar, e somente o personagem está vivo, e isso é algo incrível de ver, pois funciona demais e mostra toda a sua capacidade interpretativa. Matthew Rhys também caiu muito bem na personalidade de seu Lloyd, pois foi a personificação de Tom Junod, ou seja, do roteirista da trama, e o ator fez olhares bem marcantes, simples e emotivos, que acabam envolvendo bem de certa forma, mas que facilmente também poderia ter ido além. Ainda tivemos bons momentos de Chris Cooper como Jerry (pai de Lloyd) que faz um personagem inicialmente explosivo, mas já em seu leito de morte ficou meio bobão demais, ao ponto que poderia ter dado um pouco mais de vida ali, chamando um pouco mais o tom para si, mas indo bem também, e Susan Kelechi Watson teve algumas cenas interessantes de sua Andrea, não chamando tanta atenção, mas envolvendo bem o protagonista e agradando no que fez.
Visualmente o longa tem muita classe, pois não sei se conseguiram ir filmar nos estúdios verdadeiros com toda a cenografia já que o programa acabou em 2001, pois é muito detalhado a cidadezinha, toda a desenvoltura do personagem com seus fantoches, todo o ambiente ali marcado em símbolos, e claro o protagonista vivenciando o cenário, além claro do jovem jornalista indo na casa do pai morar em seus últimos dias, ver tudo acontecer na sua mudança seja ela nos estúdios ou na casa, e o sentimento que conseguiram passar em cada local, envolvendo bem e mostrando a alimentação vegana do protagonista, seus hábitos e tudo mais, ou seja, uma pesquisa grandiosa e minuciosa muito bem feita.
Enfim, é um filme que cansa pelo ritmo lento do desenvolvimento e também pela suavidade e calma do protagonista, então não confiram ele cansados, pois a chance de dormir é alta, mas vivencie cada momento, reflita a ideologia do personagem e curta a trama, pois foi muito bem feita e tem estilo, sendo uma trama gostosa de ver, mas que poderia ir muito além do episódio em si para retratar mais do personagem, contando mais de sua vida. Então fica a dica e eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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