Diria que a estreia da atriz Megan Park como diretora e roteirista de longas foi algo bem trabalhado e cheio de vitalidade, pois ela não quis criar um filme cheio de propostas e aberto demais, mas que sim sua opinião sobre as diversas formas de pensar e vivenciar uma tragédia fossem mostradas, construídas e bem retratadas, pois não existe uma forma certa de sentir algo o qual você nunca vivenciou, e essa estrutura, essa forma criativa de colocar toda a densidade em cima da garota, dela ir conhecendo e vivendo cada momento foi algo simples e muito bem trabalhado, conseguiu criar ângulos bem propostos com um ar proximal para que realmente estivéssemos juntos da garota, e assim tudo foi bem encaixado, bem determinado e cheio de nuances expressivas, ao ponto que mesmo nos atos de terapia da garota a síntese não fosse uma obrigação, mas sim uma comoção aberta e ampla, o que mostra tanto a segurança dela como diretora, como uma roteirista criativa e bem pontuada que deve despontar ainda mais nos anos futuros.
Sobre as atuações, vou frisar um detalhe bem marcante que se Jenna Ortega tivesse feito só metade das expressões que fez aqui com sua Vada na sua personagem Tara no filme "Pânico", certamente teríamos outro longa lá, pois aqui ela deu perfeição aos sentimentos de medo, de angustia, de preocupação e tudo mais, demonstrando frieza em alguns atos, e principalmente sabendo aonde se colocar frente à tudo o que está acontecendo, ou melhor, não sabendo, pois a garota não sabe o que sentir, como sentir, e isso ela passou com uma naturalidade tão presencial que acaba agradando demais. Da mesma forma vemos as diferentes reações de Maddie Ziegler com sua Mia, e Niles Fitch com seu Quinton, de forma que eles se entregaram bem, criaram todas as interações com a protagonista, e fizeram fluir bem seus ares com o acontecido, o que acaba sendo bem bacana de ver. Outro que mudou bem e de uma forma diferente a personalidade foi Will Ropp com seu Nick, passando de alguém alegre e cheio de vida para um idealizador de protestos, e isso não é errado, pois passou a se preocupar com o mundo, o que foi bem bacana de ser retratado também. Quanto dos pais e da irmã menor da protagonista, eles também mostraram interações bem marcantes, dando boas nuances para seus momentos e agradando com palavras bem interessantes, e assim tanto Lumi Pollack com sua Amelie, quanto John Ortiz e Julie Bowen dominaram bem seus atos e agradaram. Agora uma surpresa interessante foi ver Shailene Woodley como uma terapeuta séria, pois se alguns anos atrás a víamos fazendo romances adolescentes e ações distópicas, agora como uma mulher mais experiente, passando mensagens e analisando a adolescente, e que mesmo aparecendo apenas em duas cenas, foi bem e fez valer seus atos.
Visualmente o longa tem uma boa intensidade, mostrando diferentes ambientes entre a casa da garota e a casa da amiga, o desespero de voltar a usar o banheiro da escola, as experiências com bebidas e drogas para tentar abrir a menta, a sexualidade explodindo mesmo nos momentos que não deveria, e claro como todo bom longa adolescente moderno, as mensagens de celulares fazendo as vezes com conversas abreviadas e tudo mais que fosse bem simbólico, mas como é um longa de pensamentos a cenografia nem se faz valer tanto, afinal o pensamento é maior, os sentimentos, e tudo mais, sendo assim a equipe de arte foi bem econômica, representativa e agradou com simplicidade.
Enfim, é um filme que se formos parar para refletir como cinema/arte é até simples demais, não tendo grandes emoções ou situações, mas tudo é tão simbólico e forte para nossa mente abrir e pensar em como sentiríamos na situação, que o envolvimento passa ir além e assim fazendo valer demais a conferida, e claro, a indicação para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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