Senti que havia um certo problema de indecisão de rumo no meio do filme, parecendo que quando poderia ir além, e explodir para algo mais digamos sujo e pesado, seguravam a ideia e mudavam de rumo, e isso ficou claro ao pesquisar a filmografia dos dois diretores Eduardo Vaisman e Rodrigo Van De Put, pois Eduardo tem um tom mais família, uma síntese mais calma, enquanto Rodrigo já foi xingado de todos os nomes possíveis pelas famílias com seus longas do Porta Dos Fundos, ou seja, fica bem claro que o longa tem essa dualidade na formatação, e particularmente acredito que deveriam ter puxado mais para o lado de Rodrigo, pois a ideia de uma festa de divórcio, todo o conflito de bagunça dentro de um clube, e toda a rebelião em cima cairia melhor algo de mais impacto, e não algo tão romantizado e seguro, mas isso é uma opinião própria para que o filme tivesse um outro tom talvez até mais engraçado, já que forçaram a barra em alguns atos, então explodir geral resultaria em algo mais chamativo, o que não mudaria tanto a trama em si, mas como é uma ideia apenas, digo que o que foi feito foi bacana, e até agrada, mas deixaram leve demais algo que sabemos que não seria tão comum e levinho pelo estilo dos personagens.
Sobre as atuações, Cacau Protásio vem se destacando cada vez mais no cinema nacional, estando presente na maioria das comédias atuais, e sempre entregando muito estilo e boas sacadas com suas personagens, de forma que aqui sua Daiana tem força e boas dinâmicas, dando as deixas para que o humor se expandisse, mas sempre segura de não forçar a barra, dando nuances de barraqueira, mas não se jogando completamente, e assim esse seu meio termo ficou bem colocado, mas poderia ter ido além. Já Rafael Portugal sabe ser irônico e ao mesmo tempo palhaço com o que faz em cena com seu Júlio, pois ele provoca e dá as deixas características que já vimos em muitos trabalhos seus, mas não se deixa repetir, o que é legal de ver, parecendo até estar criando esquetes separadas, mas sempre com muita conexão que acaba agradando. Ainda tivemos Evelyn Castro sempre ácida em seu estilo de humor, botando tudo para cima com sua Suzie, brincando bem com a famosa mistura remédio e bebida, e acredito que poderia ter surtado um pouco mais em cena, que acabaria divertindo mais, e Fábio de Luca trabalhando o melhor amigo do noivo numa pegada meio que forçada para estereótipos, mas sem chamar tanta atenção, deixando isso para Leandro Ramos com seu Mestre Shaun, que poderiam ter usado muito mais suas loucuras espirituais, que funcionaria bem para a trama. Ainda tivemos várias outras participações, mas muitos acabaram apenas jogados em cena, outros forçando um pouco para tentar aparecer como os pais dos noivos, e assim não indo muito além.
Visualmente o longa foi bacana por mostrar desde quando os personagens se conheceram na piscina, passando toda a sacada da forma que foram guardando suas economias por dois anos como muitos casais fazem para ter seu famoso casamento, e claro toda a bagunça de uma boa festa, usando sacadas de penetras, de jogos casuais e claro muita dança e bebida, sendo representativo sem trabalhar grandes gastos, o que certamente fez o longa ser mais enxuto de orçamento, mas como tudo foi bem simbólico das tradicionais festas simples de casamentos, tudo acabou bem encaixado, e claro apelativo também, afinal é o estilo da comédia.
Enfim, é um filme que facilmente poderia ter ido muito além, mas que faz o básico de conseguir com que o público risse na sessão (aliás um casal atrás de mim parecia estar vendo outro filme ou estavam com algo a mais no corpo pelo tanto que riram), e assim faz valer a pena para quem gosta do estilo cômico mais bobo, e até dá para recomendar por toda a desenvoltura entregue, porém confesso que fui esperando um pouco mais, e não aconteceu. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto logo mais com outros textos, então abraços e até breve.
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