Diria que o diretor Duncan Skiles conseguiu abrir bem as portas do roteiro de Christopher Ford, pois a trama tem uma pegada meio durona, mas vai fluindo bem conforme as dinâmicas vão acontecendo, ao ponto que chegamos a ficar com muita raiva do garoto em não acreditar, em não querer ir além, e ser convencido dos dois lados de uma maneira muito fácil, parecendo ser totalmente influenciável e sem opiniões de nada, pois inicialmente não está convicto, depois acredita, aí passa a ter certeza, depois desacredita de novo, ou seja, é daqueles que não sabem o quer da vida, e a grande sacada foi o filme ter duas direções completamente diferentes que resultaram em algo muito interessante de ser visto, ou seja, souberam brincar bem, e mudar toda a ideia que parecia certinha para algo surpreendente. Claro que isso é uma jogada de direção, mas também mostra que o roteiro tinha ideias malucas para serem trabalhadas, e essa nuance deu completamente o tom que precisava para que o filme não ficasse no básico, mas aí no quarto ainda temos de novo toda a burrada de dúvida do protagonista, e isso irrita. Sendo assim é o famoso jogo de criações que funciona bem, e agrada geralmente a todos.
Sobre as atuações, embora irrite bem nas atitudes, o jovem Charlie Plummer fez bons atos com seu Tyler, deu o tom certo que o papel precisava e conseguiu ser conciso nas atitudes, sendo marcante e chamativo, fazendo bem o tradicional garoto religioso e escoteiro que acredita na família e em tudo bonitinho e lindo, e com trejeitos próprios do estilo, o que acaba chamando muita atenção e mostrando uma atuação precisa nas atitudes, ou seja, foi muito bem em cena. Dylan McDermott entregou atos certeiros com seu Don, foi direto no que precisava fazer, e soou misterioso, o que todo bom ator nesse papel precisaria fazer, ou seja, chamou para si e fez. Ainda tivemos Madisen Beaty muito bem colocada com sua Kassi direta e impactante, sendo claro bem influenciadora para cima do protagonista, mas não deixando de lado as devidas desenvolturas, ou seja, foi carismática mesmo tendo um papel meio estranho no começo, e chamando as atenções para si, o que é bacana pela essência da trama não ser tão para seu lado.
Visualmente o longa brinca bastante com a ingenuidade dos jovens, mostra bem as dinâmicas de escoteiros, mostra o ar de fraternidade da família, mostra claro todo o esconderijo do assassino, coisas largadas meio que de forma exagerada (poderiam ter sido mais sutis em alguns detalhes), e claro toda a dinâmica do novo caso, sendo algo bem montado e trabalhado, mas que tanto a equipe de arte exagerou um pouco, como o roteiro foi falho em alguns quesitos por não dar nuances mais ocultas para a investigação não ser tão fácil, pois tudo é quase dado para os garotos, e facilmente um serial-killer não se entregaria tão fácil com tantas besteiras, mas ao menos o filme foi bem representativo.
Enfim, é um filme bem forte e interessante pela proposta completa, que chama muita atenção e tem boas dinâmicas expressivas e representativas, que conseguiram agradar sem exagerar e/ou apelar no estilo, pois como disse a investigação teria de ser menos facilitada, mas os jovens foram bem na forma de fazer tudo, e a edição mandou bem demais para dar a devida surpresa, ou seja, agrada bastante e vale demais a conferida para quem gosta de um suspense investigativo. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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