terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Netflix - O Assassino de Clovehitch (The Clovehitch Killer)

Filmes que levantam dúvidas sobre personagens sempre são bem bacanas de conferir, pois começamos vendo tudo com um olhar, na sequência já estamos acusando tal pessoa da mesma forma que o protagonista, a pessoa até tenta nos enganar, mas nosso certificado do FBI de filmes investigativos não nos engana, aí é só esperar a revelação e xingar de burro as pessoas que não acreditavam no que falamos. Brincadeiras a parte, isso é bem o que acaba acontecendo com o filme "O Assassino de Clovehitch", que é de 2018, porém entrou em cartaz nesse último final de semana na Netflix, então vamos considerar como um filme novo, e tem uma trama tensa, bem trabalhada e interessante de ser investigada, e sendo baseado em alguns casos reais, tem as desenvolturas tradicionais do estilo e consegue prender bem o espectador, criando sínteses bem montadas, e principalmente envolvendo toda a investigação que tanto gostamos de ver sem ser pela polícia. Ou seja, é um filme até que simples se olharmos a fundo, mas é tão bem feito que acaba agradando (e irritando pelo protagonista) e valendo a conferida.

O longa nos conta que Tyler Burnside é um escoteiro, voluntário em sua igreja local e filho zeloso de um pai honesto e líder comunitário. Apenas uma coisa perturba a pacata cidade de Kentucky em que ele vive: os assassinatos não resolvidos em que dez mulheres foram brutalmente torturadas e mortas por um psicopata conhecido como Clovehitch, que abalou a comunidade há mais de uma década. Quando Tyler descobre um esconderijo de imagens perturbadoras na posse de seu pai, ele começa a suspeitar que o homem em quem mais confia no mundo pode ser Clovehitch, e que sua violência mortal pode não ter acabado.

Diria que o diretor Duncan Skiles conseguiu abrir bem as portas do roteiro de Christopher Ford, pois a trama tem uma pegada meio durona, mas vai fluindo bem conforme as dinâmicas vão acontecendo, ao ponto que chegamos a ficar com muita raiva do garoto em não acreditar, em não querer ir além, e ser convencido dos dois lados de uma maneira muito fácil, parecendo ser totalmente influenciável e sem opiniões de nada, pois inicialmente não está convicto, depois acredita, aí passa a ter certeza, depois desacredita de novo, ou seja, é daqueles que não sabem o quer da vida, e a grande sacada foi o filme ter duas direções completamente diferentes que resultaram em algo muito interessante de ser visto, ou seja, souberam brincar bem, e mudar toda a ideia que parecia certinha para algo surpreendente. Claro que isso é uma jogada de direção, mas também mostra que o roteiro tinha ideias malucas para serem trabalhadas, e essa nuance deu completamente o tom que precisava para que o filme não ficasse no básico, mas aí no quarto ainda temos de novo toda a burrada de dúvida do protagonista, e isso irrita. Sendo assim é o famoso jogo de criações que funciona bem, e agrada geralmente a todos.

Sobre as atuações, embora irrite bem nas atitudes, o jovem Charlie Plummer fez bons atos com seu Tyler, deu o tom certo que o papel precisava e conseguiu ser conciso nas atitudes, sendo marcante e chamativo, fazendo bem o tradicional garoto religioso e escoteiro que acredita na família e em tudo bonitinho e lindo, e com trejeitos próprios do estilo, o que acaba chamando muita atenção e mostrando uma atuação precisa nas atitudes, ou seja, foi muito bem em cena. Dylan McDermott entregou atos certeiros com seu Don, foi direto no que precisava fazer, e soou misterioso, o que todo bom ator nesse papel precisaria fazer, ou seja, chamou para si e fez. Ainda tivemos Madisen Beaty muito bem colocada com sua Kassi direta e impactante, sendo claro bem influenciadora para cima do protagonista, mas não deixando de lado as devidas desenvolturas, ou seja, foi carismática mesmo tendo um papel meio estranho no começo, e chamando as atenções para si, o que é bacana pela essência da trama não ser tão para seu lado.

Visualmente o longa brinca bastante com a ingenuidade dos jovens, mostra bem as dinâmicas de escoteiros, mostra o ar de fraternidade da família, mostra claro todo o esconderijo do assassino, coisas largadas meio que de forma exagerada (poderiam ter sido mais sutis em alguns detalhes), e claro toda a dinâmica do novo caso, sendo algo bem montado e trabalhado, mas que tanto a equipe de arte exagerou um pouco, como o roteiro foi falho em alguns quesitos por não dar nuances mais ocultas para a investigação não ser tão fácil, pois tudo é quase dado para os garotos, e facilmente um serial-killer não se entregaria tão fácil com tantas besteiras, mas ao menos o filme foi bem representativo.

Enfim, é um filme bem forte e interessante pela proposta completa, que chama muita atenção e tem boas dinâmicas expressivas e representativas, que conseguiram agradar sem exagerar e/ou apelar no estilo, pois como disse a investigação teria de ser menos facilitada, mas os jovens foram bem na forma de fazer tudo, e a edição mandou bem demais para dar a devida surpresa, ou seja, agrada bastante e vale demais a conferida para quem gosta de um suspense investigativo. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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