Diria que a atriz Laure de Clermont-Tonnerre em sua estreia como diretora de longas até que foi bem segura com o que desejava passar na tela, não ousando muito, mas também não ficando amarrada atrás de estilos, criando uma trama bem simbólica e bonita de ser representada, mostrando tanto a mudança da mentalidade de um homem exageradamente violento e um animal totalmente selvagem, ambos sendo domados um pelo outro, se conhecendo e se passando a vivência para o outro para conseguirem ir além em suas vidas. Ou seja, a diretora foi simbólica e bem colocada, dando as devidas nuances para os personagens, e conseguindo representar bem tudo, sem exagerar nos atos, e muito menos criar grandes ambientes, ao ponto que o resultado faz valer a conferida, e soar agradável sem grandes reviravoltas, nem estrondos monstruosos em cena.
Sobre as atuações, é até engraçado falar de Matthias Schoenarts com seu Roman, pois parece que ele gosta desse estilo de mudanças temperamentais, e usa isso em diversos personagens seus, e sempre faz bem, trabalha olhares e dinâmicas e acaba sendo coeso com a estrutura que passa neles, ao ponto que aqui talvez seu personagem pudesse ir até além, desenvolver um pouco mais os atos das drogas ou trabalhar mais o lado afetivo com o cavalo, mas foi bem no que se propôs e acabou agradando de certa forma. Quanto aos demais, diria que todos apareceram, mas não se desenvolveram praticamente em nada, tendo Jason Mitchell como o cara que domina bem os cavalos, mas que é um traficante de droga interno do presídio, que até ficamos com dó na sua cena forte, mas logo esquecemos dele, tivemos Gideon Adlon como a filha do protagonista grávida, que tenta passar uma mensagem forte para o pai, mas não chama atenção nenhuma nas cenas que faz, servindo mais como base para o protagonista, e tivemos o grande Bruce Dern fazendo o dono do projeto dos cavalos, dando algumas leves lições para o protagonista, mas sem ir muito além, ao ponto que acaba valendo mesmo sua cena final dando a deixa para o que ocorre, ou seja, praticamente um elenco de apoio apenas.
Visualmente o longa não entrega muito do interior da prisão, tendo basicamente a cela do protagonista, aonde rola sua rixa com o outro "morador" dali, temos alguns conflitos no pátio, mas basicamente é quase um longa todo nos currais mostrando as interações com os cavalos, os treinamentos, e os galopes pelo deserto, além de um leilão no final, e uma cena bem envolvente de fechamento, tendo ainda algumas reuniões de grupo com uma psicóloga, e alguns atos de conversa do protagonista com sua filha, em momentos de visita, mas nada que seja muito chamativo, sendo uma trama levemente barata de orçamento sem muitos detalhes cênicos, porém bem feitinha.
Enfim, é um filme simples, bem feito, e que tem uma história que não chega a emocionar nem ir muito além, como deveria acontecer, afinal é algo com um estilo meio que motivacional, mas que serve de passatempo e até dá para se pensar no lado moral de mudanças de pessoas/animais problemáticos, e assim sendo vale a indicação para a conferida. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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