Netflix - O Quinto Set (Cinquième Set) (Final Set)

1/19/2022 01:49:00 AM |

Confesso que fico muito mais nervoso e tenso em filmes esportivos do que em filmes de terror, pois começa a bater uma agonia, começo a torcer para que o protagonista ganhe o jogo, as coisas começam a dar errado, ele começa a fazer besteiras, a ver coisas, e quando vejo já estou até suando com tudo o que é entregue, ou seja, é um envolvimento tão forte que conseguem transmitir que quando vejo já estou irritado com tudo. Dito isso, se tem um esporte que me irrita profundamente é o tênis, pois são regras tão marcantes e simples, que basicamente o cara só precisa acertar o quadrado, e ele vai lá, força para o adversário e erra o quadrado cometendo falta, ou seja, é um jogo de tática, de técnica, de força e é tão simples que o longa da Netflix, "O Quinto Set", acaba sendo daqueles que até esperamos um algo a mais, mas que acabamos nos envolvendo com a ideia ao ponto de nem reclamarmos de um final meio que jogado. Ou seja, é um filmaço pela trama toda, mas poderiam ter mostrado o que rolou depois da cena final, pelo menos uns três minutinhos a mais, que o resultado ficaria muito melhor, mas foi a escolha do diretor, e assim sendo quem curte o esporte e filmes dramáticos vai acabar entrando completamente no clima.

A sinopse nos conta que Thomas já foi bem conhecido no mundo do tênis, e quando criança já que era conhecido como um menino prodígio. Porém ele nunca teve a carreira que sempre sonhou. Agora aos 37 anos, com sua saúde declinando e corpo necessário para competir, ele decide ter um pouco de coragem e competir na classificação para o French Open, só para ter mais uma chance de glória.

Diria que o diretor e roteirista Quentin Reynaud foi bem esperto em usar o artifício do jogo mesmo como toda a base dramática, pois a carreira do protagonista é algo intenso de ser visto, tendo problemas na família mostrando que a jovem promessa largou tudo para ser mãe, e agora o marido nem olha para ela como esposa, mas sim como uma ajudante, alguém que está ali para fazer o que ele necessitar, tem a mãe que nunca acreditou no seu potencial, tem patrocinadores meio que jogados, e claro como sendo um jogo de estratégia e força, ele tem sua própria mente jogando contra com todos o lembrando de seu fracasso no passado, além de seu corpo todo remendado já de cirurgias, de desgastes pela idade e tudo mais, ou seja, o diretor usou essa base toda de problemas para ser jogada na tela, e ainda colocou vários jogos e superações durante a exibição, fazendo com que o filme acontecesse sozinho, o que é muito bacana de ver. Sendo assim, o que vemos na tela é um conto de uma vida esportiva, que poderia ser a carreira de qualquer um, afinal não é uma trama baseada na história de alguém, mas a desenvoltura acaba acontecendo, e o impacto é sentido no público, que vai ficar tenso, vai começar a fazer as devidas análises da vida e do jogo do rapaz, e principalmente vai ficar bravo com a forma escolhida para fechar a trama, pois depois de tudo não dar um desfecho mais forte é quase como acabar a energia e não vermos o final de algo ao vivo, ou seja, broxante. 

Sobre as atuações, Alex Lutz tem um estilo meio seco demais, e talvez o papel de Thomas pedisse um algo a mais que ele não conseguiu passar, tanto que sabemos que não é ele jogando ali, tanto que a maioria das cenas em quadra é o personagem de costas, mas isso não é algo que influencie na tensão, nem no envolvimento do filme, mas sim a falta de olhares mais intensos, sentimentos mais intensos, e passar realmente sua vontade de jogar, seu ego, sua gana, pois pareceu apenas um adulto mimado que quer jogar, e nada mais. Já Ana Girardot trabalhou sua Eve de maneira mais do que precisa, fazendo as nuances claras de "olha eu cansei de ser mãe apenas, quero que me notem, quero trabalhar, quero voltar a ser jogadora", e as tacadas que ela leva e dá tanto da sogra, quando do filhinho que não é jogadora, chega a doer na alma, e a atriz fez exatamente as caras que alguém faria ao ouvir isso, ou seja, se jogou e foi muito bem em cena. Ainda tivemos outros atos marcantes com alguns personagens soltos, mas nada que fosse realmente chamativo, tendo claro a mãe vivida por Kristin Scott Thomas com atos fortes, e até o jogador adversário marrento vivido por Jürgen Briand se destacando, mas sem ir muito além.

Visualmente o mundo do tênis é algo muito cheio de patrocínios marcados, então vemos roupas tradicionais aparecendo a todo momento, as famosas bolsas, viseiras, meias e até na loja isso é mostrado com muita exaustão, além claro das quadras de jogos profissionais, as dos clubes de treinos, e mesmo nas festas usaram temáticas de tênis, ou seja, é um filme com tudo muito detalhado em cima do tema, não saindo para lado algum, salvo o começo com uma sala de exames médicos para um ultrassom, mas nada de muito diferente do usual, porém brincaram muito com câmeras lentas nos jogos, com replays clássicos das emissoras de TVs esportivas, e jogaram muito com o dublê do protagonista, sempre em ângulos mais dispostos para que o jogo fosse intenso ao menos, o que acabou agradando bem e não soando tão falso.

Enfim, é um filme com uma história que não vai muito além, mas é tanta tensão que o jogo passa, com a vontade do jovem de ir além na carreira, de conseguir ser visto, que acabamos entrando no clima das partidas, e no final já estamos surtando com tudo o que vai ocorrendo, mesmo não sendo fãs do esporte, e assim sendo acaba valendo a indicação para mais pessoas, pois é um daqueles que dá para lembrar mais para frente. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Poderia até ter dado uma nota maior pela tensão que o longa causou em mim, mas faltou algo a mais na história, e um final melhor, então vamos com essa nota mesmo.


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