Sing 2 em 3D (Sing 2)

São bem raros os filmes que conseguem fazer sequências melhores que o original, e com animações então a chance diminui bastante, pois acabam indo por vértices tão diferentes que a essência original acaba sumindo e não propagando, fazendo com que tudo virasse quase outro filme, ou seja, geralmente vem bem mais reclamações do que elogios, o que não vai ser o caso de "Sing 2", pois o filme ficou muito mais leve e emocionante, com uma pegada divertida e gostosa, e que consegue mostrar bem a construção de um musical repleto de boas canções e atuações, as famosas brigas de empresários por detalhes, e principalmente a sensação da volta ao palco, que junto de canções incríveis conseguiu arrepiar em diversos momentos, e funcionar mesmo com uma dublagem cheia de cantores nacionais que me deixaram bem mais arrepiado antes de conferir o longa, mas que acertaram tanto que nem notamos problemas nesse quesito. Ou seja, é uma animação deliciosa e incrível, que dá para curtir muito e se envolver demais, dançando as canções e vibrando com os acertos dos personagens.

O longa retorna com grandes sonhos e canções de sucesso espetaculares, enquanto o coala Buster Moon e seu elenco de estrelas se preparam para lançar sua performance de palco mais deslumbrante até então... na radiante capital mundial do entretenimento. Há apenas um obstáculo: eles primeiro precisam convencer o astro do rock mais recluso do mundo a se juntar a eles.

O diretor e roteirista Garth Jennings volta com muito sucesso para sua criação de 2016 e conseguiu transformar algo que antes era apenas uma base de uma competição musical com boas mensagens em algo grandioso e cheio de estilo na concepção de um show musical completo envolvendo atuações e boas músicas, compondo todo o ambiente gigantesco das produções de Vegas (que aqui é chamada de Redshore), trabalhando o envolvimento da volta de um grande rockeiro eremita, e tudo mais com cores e desafios, aonde tudo é bem recheado de mensagens, de superações, e claro com muita diversão e estilo, pois facilmente ele poderia apenas criar um show e dar isso para o público, mas não, optou por mostrar personagens que trabalham mesmo nos bastidores, todo o conflito de empresários gananciosas e produtores sonhadores, e principalmente o crescimento de uma equipe bem encontrada, aonde tudo funciona bem, e mostra que o diretor soube brincar com o que é certo para agradar, sendo assim algo perfeito de ver.

Sobre os personagens e suas dublagens, confesso que fiquei novamente com muito medo ao anunciarem os novos dubladores nacionais, pois se em 2016 o grande receio era ver Sandy, Fiuk, Wanessa, Mariana Ximenes emprestando suas vozes para os personagens Meena, Johnny, Ash e Rosita, agora entrou no time Fabio Jr. como o pai de Johnny, Paulo Ricardo como Clay Calloway, Lexa como Porsha e Any Gabriely como Nooshy, mas o que posso falar é que tanto os novos se saíram muito bem nos papeis, com Fabio Jr e Paulo Ricardo nem sendo reconhecidos pelas vozes grossas e imponentes que deram para seus personagens, quanto as garotas entregaram tons bem colocados e agradaram nos trejeitos que precisavam para que suas personagens fossem marcantes, e o melhor, nos atos cantados deixaram as vozes originais, ou seja, acabou não ficando tão falso tudo, e assim o resultado agradou bastante. Quanto das personalidades, foi bem bacana ver a dinâmica de aprendizado de dança do gorilão, a desenvoltura do coala querendo conquistar seus sonhos, a porquinha perdendo seus medos, o leão voltando a brilhar, e tudo mais, sendo bem simbólicos e divertidos, o que faz valer a conferida.

Visualmente o longa é ainda mais colorido que o original, mostrando uma super produção musical sendo criada, com cenários em movimento, ambientes cheios de efeitos especiais e claro bons shows, mostrando uma equipe de arte precisa e cheia de técnicas, que soube criar texturas e ambientes com tanta perfeição que o resultado acaba empolgando com tudo ao redor, tendo ainda muitos detalhes na composição da cidade do entretenimento, da casa de Calloway cheia de quadros da esposa, e ainda escritórios e teatros bem imponentes dentro de um gigante complexo. Além disso o 3D está muito bem encaixado com a produção, não tentando dominar a trama, mas sim funcionando bem dentro da proposta, com muitos voos e elementos cênicos saindo para fora da tela, o que claro faz o filme ficar ainda mais bonito tecnicamente.

Como é um filme bem musical, a trilha sonora está repleta de grandiosos sucessos, que caíram muito bem no tom dos protagonistas, e arrepiam junto com o desenvolvimento das cenas, ou seja, se encaixaram muito bem em todos os atos, e valem a conferida depois no link.

Enfim, é um tremendo filmaço que emociona bem e envolve do começo ao fim, sendo algo muito gostoso de ver, tanto que pretendo rever legendado assim que der ou aparecer por aqui, e claro recomendo tanto para adultos quanto para as crianças, afinal numa sala bem cheia não vi nenhum fugindo durante a sessão, ou seja, empolgou eles também, e assim vale a indicação. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Até pensei em dar nota máxima, mas acho que acabou faltando algo a mais no miolo para emocionar ainda mais, ficando um pouco truncado, mas ainda assim vale demais tudo nele.