É até estranho ver um trabalho sem tanto impacto do diretor Robert Schwentke, pois ele costuma sempre ser bem criativo em longas de ação, e aqui ele apenas fez o básico em entregar uma trama com todas as características clássicas dos filmes de ação japonês, que só tem pancadaria e pouquíssima história, e isso não é legal de ver, pois até é interessante saber sobre a origem de um personagem tão marcante no grupo dos Joe, mas acabou faltando um pouco mais de interação entre os personagens, e até mesmo um carisma maior na formação do caráter dele, pois sempre soubemos que era alguém problemático, mas aqui o ator acabou oscilando entre agradável e malvado, e isso não é algo que funcionasse para o papel, e aparentemente essa oscilação veio de uma falha no estilo que o diretor optou para o arco dramático da trama, o que acabou falhando um pouco. Ou seja, é daqueles filmes que até empolgam com alguns atos de ação, mas que a história não convence, e principalmente nas atitudes finais os erros sobressaem mais do que os acertos.
E já que falei sobre a falha na escolha da personalidade do protagonista, diria que foi um erro na escalação de Henry Golding, pois ele é sim um tremendo ator, porém tem carisma demais para um personagem que precisava ser mais fechado como o Snake Eyes, pois ele trabalhou bem olhares e dinâmicas, mas foi envolvente demais, e se entregou facilmente para os atos mais jogados, o que não era tão necessário, ou seja, fez bem o papel, mas não caiu como deveria, e isso acabou sendo algo que faltou lhe pedirem mais. O vilão Kenta vivido por Takehiro Hira foi bem interessante nas propostas e nas atitudes, mas não conseguiu ir muito além de cenas jogadas, de forma que suas cenas finais acabaram sendo forçadas demais, já que ele está com a joia botando fogo em todo mundo, e acaba enfeitando demais para atacar os protagonistas, e assim como já disse antes o erro nem foi tanto do ator, mas sim de uma direção fraca. Já Andrew Koji foi quem mais deu nuances certeiras para o papel de Tommy/Storm Shadow, pois manteve do começo ao fim um ar misterioso, segurou bem o ar de líder rejeitado, e conseguiu chamar a atenção nos atos que precisava, agradando de certa forma, ou seja, talvez se a virada de seu personagem fosse antes, e colocasse logo para lutar com o protagonista, nem precisariam de uma continuação desse filme, já conectando tudo e funcionando bem. Quanto das mulheres, claro o destaque fica com Haruka Abe com sua Akiko, pois a jovem teve alguns atos bem marcantes, chamou a responsabilidade para si, e entregou algumas dinâmicas bem colocadas, enquanto as demais Samara Weaving e Úrsula Corberó apenas foram enfeites com suas Scarlett e Baronesa, e isso foi um erro monstruoso de apenas jogarem elas na tela. Ainda valem destacar rapidamente Peter Mesh como o mestre cego e Eri Ishida como Sen, mas seus personagens foram apenas símbolos, e serviram apenas para dar um mote além de tudo, e claro na luta final.
Visualmente o longa teve alguns bons momentos com tiros, lutas de espadas, boas perseguições com lutas em cima de um caminhão, e claro muita correria, além claro de todo um clã bem moldado em cima de toda uma simbologia, com o ar clássico do estilo japonês, e muito envolvimento, porém no lado da turma da Yakuza faltou chamar um pouco mais atenção, pois os personagens não impactaram como poderia, ou seja, a equipe focou tanto no clã que não criou nada demais nas cenas extras.
Enfim, é um filme que certamente poderia ir muito além, mas que não convence nem como uma trama de ação, nem como uma apresentação de personagem, ficando naquele famoso miolo que você até torce por algo a mais, mas não acontece, e assim o resultado mais falha do que agrada. Ou seja, não diria que recomendaria a trama, mas quem curte o estilo de filmes japoneses com brigas de gangues talvez até goste um pouco do que verá. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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