Telecine Play - A Menina Que Acredita Em Milagres (The Girl Who Believes In Miracles)

1/23/2022 07:16:00 PM |

Uma das vantagens do filme "A Menina Que Acredita Em Milagres" não ter sido lançado nos cinemas, e sim diretamente no Telecine Play, é o de podermos ver ele legendado com as vozes doces da garotinha, o tom emotivo dos familiares e tudo mais sem ser as mesmas vozes dos filmes religiosos que vão para o cinema, pois todos os atores tem praticamente as mesmas vozes sempre, e mesmo sendo bons no lipsynk fica estranho toda criança com o miadinho tradicional, toda mãe com voz de choro de soluço e por aí vai. Dito isso, muitos se assustam de eu dar o play em pleno domingão em um filme religioso, e falo que não tenho preconceito com gênero algum, se o filme parecer interessante vou lá e assisto mesmo, e sim, eu compro filme pela capa, tanto que tem pelo menos uns cinquenta filmes nas minhas listas dos vários streamings que estou pulando desde quando comecei com essa sina, e felizmente aqui não fui decepcionado, pois embora tenha claro as forçadas tradicionais de barra para as pessoas acreditarem em milagres, em toques, em pessoas santas que veem o Deus vivo entre as pessoas ajudando a curar e tudo mais, o filme tem uma estrutura bem feitinha, uma dinâmica coerente seguindo bem a base do gênero, e até serve de um bom passatempo e dica para quem curte esse gênero religioso, ou seja, passa longe de ser um filme que vamos lembrar daqui alguns anos, mas funciona bem para quem quiser se emocionar com toda a base, só talvez melhoraria o final que acabou sendo meio que frouxo, e sim faria tudo acontecer na montanha, mas valeu a ideia toda.

A sinopse nos conta que ao contrário da maioria das pessoas, a jovem Sara Hopkins está disposta a aceitar a palavra de Deus. Então, quando ela ouve um pregador dizer que a fé pode mover montanhas, ela começa a orar. O que começa com um pássaro misteriosamente curado leva a pessoas de repente curadas de sua miséria e infortúnio por toda a cidade. Mas o pesado apelo de notoriedade e atenção da imprensa logo afeta Sara. Será que sua família será capaz de salvar sua garota milagrosa antes que seja tarde demais?

O mais interessante de tudo é que o gênero religioso tem um grupo bem fechado de diretores e roteiristas que já estamos até acostumados a ver os nomes na tela, e aqui Richard Correll estreia nesse nicho depois de muitas séries e filmes de besteiróis e musicais para TV, então é praticamente uma mudança completa já que o estilo que ele encarou agora não tem nenhum outro semelhante, e conseguiu segurar bem toda a simpatia dos personagens, colocar exageros cênicos sem precisar forçar, e o principal que é simbolizar tudo como algo bem representativo bonito de se ver, ou seja, fez o básico bem feito que é o que se necessita em histórias desse estilo, pois até poderia colocar alguma reviravolta mais impactante, mas sairia da base, e assim a emoção fluiu bem e acabou agradando da forma entregue. Sendo assim, a proposta da direção foi certeira e criativa, pois deu cura principalmente para crianças, trabalhou um Deus da forma que os pequeninos enxergam, e até mesmo no ato mais forte do longa entregou uma tempestade gigantesca, e brincou usando aí sua expertise no estilo com a sacada do policial falando que com o dilúvio que deu todos saírem secos do topo da montanha foi algo inexplicável.

Sobre as atuações, como é comum de vocês verem nos meus textos de filmes religiosos, não consigo elogiar ninguém pois sempre fazem exageros clássicos e acabam forçando em demasia para passar uma crença gigante no que está acontecendo, e mesmo isso sendo o correto de se fazer em uma atuação poderiam ter feito coisas mais coerentes em cena. Mas ao menos a garotinha Austyn Johnson entregou bem sua Sara, fez olhares certeiros e emotivos, e passou bem sua mensagem de fé, conseguindo trabalhar bem as nuances e principalmente na sua cena final dominando todo o ambiente com um texto grande e trabalhado com muito impacto. Quanto dos jovens, os garotos Luke Harmon e Collin Place foram muito exagerados na sua rixa, e de cara já dava para saber que aconteceria na cena final, ao ponto que poderiam ter feito algo menos chamativo. Quanto dos pais e do médico, todos fizeram emoções fortes e marcantes, com destaque claro para Mira Sorvino que está em quase todos os longas religiosos da atualidade, e se doou bem para o papel, não sendo chamativa, mas agradando bem. E para finalizar, o avô vivido por Peter Coyote entregou uma certa segurança forçada para suas cenas, mas foi bem direto na conversa com Deus, e acabou agradando bem ali.

Visualmente a trama também manteve o tradicionalismo do gênero, com algumas cenas na igreja, alguns atos em hospitais, jogos de futebol, algumas leves sacadas dentro da casa dos protagonistas, mas claro tendo o ato do lago como principal na maioria das cenas, com o destaque positivo para os desenhos feitos, e negativo para a grande bola branca no meio do lago que foi a aparição de Deus, pois poderiam ter feito algo mais próximo ao desenho como uma cúpula e não um portal meio estranho, mas de certo modo tudo foi bem usado, e como já falei lá no começo, a cena da tempestade foi feita de uma maneira bem impactante, com muita água, ventos e falhando um pouco nas caídas das árvores, que ficou bem falso de ver.

Enfim, é um bom exemplar do gênero que agrada de certa forma e é bem feito na medida para o público-alvo religioso, mas que não poderíamos esperar muito dele, e assim sendo quem for dar o play vá com a convicção de acreditar na fé, senão tudo vai ser exagerado e chato, do contrário a emoção pode aflorar em alguns bons momentos. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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