O mais interessante de tudo é que o gênero religioso tem um grupo bem fechado de diretores e roteiristas que já estamos até acostumados a ver os nomes na tela, e aqui Richard Correll estreia nesse nicho depois de muitas séries e filmes de besteiróis e musicais para TV, então é praticamente uma mudança completa já que o estilo que ele encarou agora não tem nenhum outro semelhante, e conseguiu segurar bem toda a simpatia dos personagens, colocar exageros cênicos sem precisar forçar, e o principal que é simbolizar tudo como algo bem representativo bonito de se ver, ou seja, fez o básico bem feito que é o que se necessita em histórias desse estilo, pois até poderia colocar alguma reviravolta mais impactante, mas sairia da base, e assim a emoção fluiu bem e acabou agradando da forma entregue. Sendo assim, a proposta da direção foi certeira e criativa, pois deu cura principalmente para crianças, trabalhou um Deus da forma que os pequeninos enxergam, e até mesmo no ato mais forte do longa entregou uma tempestade gigantesca, e brincou usando aí sua expertise no estilo com a sacada do policial falando que com o dilúvio que deu todos saírem secos do topo da montanha foi algo inexplicável.
Sobre as atuações, como é comum de vocês verem nos meus textos de filmes religiosos, não consigo elogiar ninguém pois sempre fazem exageros clássicos e acabam forçando em demasia para passar uma crença gigante no que está acontecendo, e mesmo isso sendo o correto de se fazer em uma atuação poderiam ter feito coisas mais coerentes em cena. Mas ao menos a garotinha Austyn Johnson entregou bem sua Sara, fez olhares certeiros e emotivos, e passou bem sua mensagem de fé, conseguindo trabalhar bem as nuances e principalmente na sua cena final dominando todo o ambiente com um texto grande e trabalhado com muito impacto. Quanto dos jovens, os garotos Luke Harmon e Collin Place foram muito exagerados na sua rixa, e de cara já dava para saber que aconteceria na cena final, ao ponto que poderiam ter feito algo menos chamativo. Quanto dos pais e do médico, todos fizeram emoções fortes e marcantes, com destaque claro para Mira Sorvino que está em quase todos os longas religiosos da atualidade, e se doou bem para o papel, não sendo chamativa, mas agradando bem. E para finalizar, o avô vivido por Peter Coyote entregou uma certa segurança forçada para suas cenas, mas foi bem direto na conversa com Deus, e acabou agradando bem ali.
Visualmente a trama também manteve o tradicionalismo do gênero, com algumas cenas na igreja, alguns atos em hospitais, jogos de futebol, algumas leves sacadas dentro da casa dos protagonistas, mas claro tendo o ato do lago como principal na maioria das cenas, com o destaque positivo para os desenhos feitos, e negativo para a grande bola branca no meio do lago que foi a aparição de Deus, pois poderiam ter feito algo mais próximo ao desenho como uma cúpula e não um portal meio estranho, mas de certo modo tudo foi bem usado, e como já falei lá no começo, a cena da tempestade foi feita de uma maneira bem impactante, com muita água, ventos e falhando um pouco nas caídas das árvores, que ficou bem falso de ver.
Enfim, é um bom exemplar do gênero que agrada de certa forma e é bem feito na medida para o público-alvo religioso, mas que não poderíamos esperar muito dele, e assim sendo quem for dar o play vá com a convicção de acreditar na fé, senão tudo vai ser exagerado e chato, do contrário a emoção pode aflorar em alguns bons momentos. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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