Em seu primeiro longa metragem, o diretor e roteirista Michael Sarnoski, foi ousado e bem direto no que desejava passar, criando uma trama intimista, com uma pegada simples, porém com nuances bem colocadas para ser representativo tanto no ar clássico dos restaurantes, mas também para mostrar a vontade do protagonista, suas imposições e toda a situação que envolvia a busca pela sua porquinha, o ar de não querer voltar ao passado, de não querer se revelar quem foi um dia, e tudo mais. Ou seja, o diretor trabalhou o tema e o abriu para um estilo de vingança mais clássica com a cena no final, não saindo matando, atirando nem nada, tanto que quem for conferir esperando isso vai até se assustar dele não sair de casa levando nem um facão que fosse, e assim sua saga deliciosa vai sendo construída, e cada momento da trama tem seus dois lados, tanto da culinária clássica, como da violência embutida de uma forma diferente.
Sobre as atuações é até engraçado dar play em um filme de Nicolas Cage, pois o ator protagoniza tantos filmes ruins que chega a dar medo do que vamos ver em cena, mas aqui ele entregou um Rob forte, cheio de trejeitos de idade bem marcados, e cadenciando todo o envolvimento do personagem pelo que busca, revivendo locais aonde desejou nem passar perto, e toda a síntese bem colocada em cada ato para soar marcante e ímpar, o resultado é algo bem personificado e que agrada em cheio quem gosta de filmes mais densos, pois não diria que foi o seu melhor papel da carreira, afinal ela é bem longa, mas comparado com tudo o que vem fazendo nos últimos anos, deu show em cena, mostrando que está ainda bem na ativa. Alex Wolff entregou bons momentos com seu Amir, servindo quase como um motorista para o protagonista, mas trabalhando algumas situações de amizade interessantes ao ponto do ator conseguir algum certo destaque, mas poderiam ter trabalhado um pouco mais seus atos para aparecer um pouco mais. Quanto aos demais, a maioria só apareceu para alguma conexão, não tendo grandes chamarizes cênicos, valendo apenas destacar Adam Arkin pelas cenas finais com seu Darius, mas nada que fosse muito além, e claro também a cara de chão que David Knell fica após a lição que o protagonista dá em seu chef Finway.
Visualmente o longa é um pouco escuro demais, mas é mais pela ideologia de mostrar o lado mais negro da culinária de luxo, e com isso tivemos todo o ar de isolamento do protagonista em sua cabana no meio da floresta, mas que no final vemos todo o requinte de objetos que tem por lá, vemos um "clube da luta" de cozinheiros recluso numa parte isolada e que ninguém conhece da cidade, vemos empresas de comidas caras, restaurantes chiques com comidas que nem matam a fome e tudo mais, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem o conceito que o diretor desejava mostrar, e foi bem clara em todas as situações junto com a maquiagem destruída do protagonista.
Enfim, é um filme que não é perfeito, mas que surpreende bem e chama bastante atenção pela proposta completa, mas que muitos irão se decepcionar por não ser algo mais violento como um filme de vingança costumeiramente entrega, sendo algo mais clássico e interessante de ver, que vale a indicação para quem curte esse mundo mais requintado e precisa aprender a viver mais. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...