Diria que o diretor e roteirista Mark Palansky quis conduzir sua trama com uma segurança realista em cima de algo inovador e criativo, mas que não obteve tanto sucesso, pois trabalhar um filme que envolva lembranças é sempre algo que exige uma constância dos momentos para que não soe exagerado e nem repetitivo, além claro de um elo surpreendente no final, e aqui ele repetiu tanto o material, trancou tudo sempre de forma tão direta, que em momento algum pensamos na hipótese entregue no fechamento, e isso é um problema mais pela nuance completa do que pela história em si, pois todo o mistério que o diretor segurou acaba sendo até um mistério para a própria trama. Ou seja, não chega a ser algo ruim de ver, muito pelo contrário, pois é um filme que causa algumas sensações, nos deixa tensos com todo o envolvimento e agrada bastante, mas poderia ser mais direto, causar mais em alguns atos e revelações, e surpreender bem mais, que aí sim o resultado seria incrível.
Sobre as atuações, é muito bacana de ver sempre a seriedade que Peter Dinklage entrega para seus personagens, e aqui seu Sam caberia muito bem como um investigador com a forma que entra na vida dos demais personagens, nas pegadas cênicas que força para marcar presença, e até mesmo nos elos e olhares tensos que desenvolve em sua busca, mas ficou muito omisso de força e envolvimento em alguns atos, parecendo que estava fazendo por fazer, por um ego próprio, e não como se tivesse um algo a mais, e isso acabou desapontando um pouco, porém é um problema acredito da montagem e do roteiro e não tanto do ator, que sempre é bom no que faz. Julia Ormond entregou facilmente a viúva indefesa que não pega no ar interesses das pessoas, e que desfalcada de senso se joga falando até demais para alguém que não conhece, e a atriz trabalhou bastante as emoções de sua Carolyn, sendo bem direta quando precisava, e principalmente se doando muito nos atos finais, sendo emotiva e bem colocada, o que acabou agradando bastante. Martin Donovan está morto desde o comecinho do filme com seu Gordon, mas apareceu tanto no filme que realmente precisou trabalhar muitas cenas suas, a maioria sentado e falando diretamente para a câmera, mas indo bem com um conforme meio que de um diário de viagens ou entrevistas, o que até soa estranho, mas bem colocado. Quanto aos demais, tivemos apenas algumas conexões e nada demais que surpreendesse, tendo destaque claro para Evelyne Brochu com sua Wendy, Matt Ellis como Dash, e algumas aparições meio jogadas de Henry Ian Cusick com seu Lawton, mas nada que chamasse alguma atenção mesmo.
Visualmente o longa tem uma estética simples, e se olharmos são poucas as locações usadas, tendo a casa do protagonista, com muitas maquetes e miniaturas, numa construção bem bacana de ver ele montando seu desfecho completo, a casa da viúva, aonde vemos cavalos e toda a ambientação da sala aonde ficam conversando, e a sede da empresa aonde rolou a morte, tendo ainda alguns momentos espaçados nas casas e nas memórias dos demais personagens, e claro a cena da batida, aonde tudo foi bem impactante, com suas devidas simbologias aparecendo a todo momento nas repetições, e claro uma máquina bem interessante, simples e eficaz, que qualquer um aprende a usar em segundos, ou seja, quase um celular.
Enfim, é um filme com uma proposta interessante, mas que repetiu demais tudo ao invés de ir direto ao ponto e dar mais resoluções para tudo, ficando algo meio que preso demais, mas que não é ruim de ver, sendo um bom passatempo para quem não viu ainda, afinal é um longa de 2017, então provavelmente muitos já deram o play, senão fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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