O mais bacana do diretor e roteirista Roland Emmerich é que ele acredita demais no que faz, pois temos outros nomes grandiosos de diretores de ação que entregam histórias malucas, mas que de cara você vê e já enxerga a falta de verdade na ideia passada, e com ele não, pois entrega bases reais, explica contas físicas e matemáticas, põe números e datas reais no meio, coloca algum maluco que parece ser totalmente impossível de seguir suas ideias, incorpora alguma droga nos demais ao redor para ficar extremamente abstrato, volta para o realismo, insere desespero, e pronto, mesmo que não tenha atores chamativos ou personagens que empolguem no que vão fazer, já estamos completamente aflitos e torcendo para que o salvador de tudo se jogue na frente de tudo para salvar a humanidade e volte em segurança para a população lhe aplaudir. Essa é sempre sua base, e o pior é que funciona, pois acabamos curtindo tudo mesmo indo contra todos os princípios, como por exemplo a Lua passou destruindo tudo, ficou grudada com a Terra, mas por um milagre completo não atingiu o satélite militar que faz funcionar telefones via satélite e rastreadores! Ou seja, muitos vão odiar, achar mil erros, reclamar horrores, e isso é fácil, pois é um filme que aceita entregar defeitos em cima dos absurdos que acaba criando, mas se você incorporar a ideia, a vibração é das melhores, e o resultado surpreende e diverte demais, mostrando que o diretor ainda é o maior nome desse estilo catastrófico.
Sobre as atuações, a base da trama é bem pequena, e fica focada nos que irão tentar nos salvar no espaço, pois os demais embora tenham relações afetivas interessantes na hora da destruição, acabam não chamando tanta atenção quanto deveriam, e sendo assim Patrick Wilson que está mais acostumado a falar com espíritos nos diversos filmes de terror que sempre encara, aqui caiu muito bem na personalidade de seu Brian, sendo seguro nas desenvolturas e até tentando passar um ar convincente nos momentos mais densos, porém nos atos finais poderia ter criado um ar mais duvidoso para pensar como nós, e não sair tipo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, mas isso felizmente não atrapalhou, e ele acabou indo bem no que precisava fazer. Da mesma forma Halle Berry consegue ser imponente como uma chefe da NASA, e ao ser promovida espontaneamente na hora do caos, segue bem firme nas ordens que dá, emociona ao pegar o microfone, e cria sua desenvoltura toda, e embora seja risível seus atos no espaço, acabou fluindo bem em cena, e agrada. Agora sem dúvida o ar cômico, porém que acabamos torcendo muito por sua loucura é John Bradley com seu KC, pois ele entrega o carisma necessário que todo maluco precisa ter para convencer os demais malucos, e ainda fazer com que os estudiosos acreditem em suas maluquices para ir além, e o ator se entregou demais, trabalhou trejeitos, e acertou demais em tudo o que o filme precisava, agora fica a indagação de sua última cena se vão inventar uma continuação, pois pareceu uma abertura para isso, então veremos. Como falei, o pessoal da Terra não vai muito além, mas vale citar a desenvoltura da galera no carro no melhor estilo "Velozes e Furiosos", mostrando Charlie Plummer até meio jogado, mas fazendo bem o que foi preciso, e Michael Peña como mero enfeite de cena.
Agora sem dúvida alguma nesses filmes praticamente esquecemos de roteiro e direção para ficarmos olhando tudo o que a equipe de arte e de efeitos especiais nos entregam, e aqui temos o planeta sendo totalmente destruído pela Lua, pelas marés, pela gravidade, por pedaços da Lua/meteoros voando e acertando tudo, e ainda sobrando tempo para assaltos, perseguições de carro, e tudo o que se pensar, com efeitos explosivos bem interessantes e chamativos, com barcos, caminhões, casas e tudo mais saindo pelos ares, outros carros levinhos andando que é uma beleza no chão, tivemos cenas na neve, cenas em cidades fantasmas, acampamentos, túneis e tudo mais na Terra, e já no espaço muita cenografia interessante e futurista para o interior da Lua, mostrando uma megaestrutura bem interessante com todos os elementos cênicos até que bem convincentes, e claro as várias surpresas mostradas que valem ver na telona, e é melhor eu não dar spoilers.
No contexto sonoro, não temos canções chamativas, ou melhor tem até uma discussão em cima da música "África" de Toto, mas nada que vá impactar na trama, mas o que vale ouvir é toda a mixagem incrível que o longa tem, e assim sendo recomendo demais a trama legendada para não perder um só ruído criado para o filme, que na Imax ainda impacta mais, ou seja, a destruição tem som!
Enfim, é um filme que fui esperando muito e não saí decepcionado com o que vi, mas confesso que ri bastante com muitos absurdos (ou não!) criados nas teorias conspiratórias da trama, pois não sei realmente o que tem lá no lado oculto da Lua, e nem quero saber com tudo de ruim que anda aparecendo no mundo, mas acaba sendo divertido e bem bacana toda a interação, e claro, a destruição da Terra. Sendo assim recomendo o filme com toda certeza para todos que curtem o estilo, mas volto a frisar que vá de cabeça aberta para a loucura séria da trama, senão a chance de odiar é bem alta também. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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