O mais bacana de Almodóvar é que sempre é muito difícil saber o que ele vai nos entregar, pois tudo é sempre muito amplo em suas ideias, e mesmo algo que aparentemente parece ser bem simples acaba fluindo para algo dramático e intenso, e aqui já começamos com toda a ideia da fossa, que poderia render frutos, vamos na sequência para toda aquela conversa mole de não cobrar nada que sabemos que vai para algo a mais, daí o conflito do acidente, temos ambas as crianças com problemas, as diversas conversas, um exame, uma morte, a intromissão, uma quebra e voltamos para os mortos do passado com as devidas referências, ou seja, um ciclo bem completado que tem as devidas interações, e que o diretor permeia bem toda vez que faz um filme, ao ponto que ninguém vai conferir um filme seu esperando o básico, e ele tem estilo, tem dinâmicas, e consegue mesmo que com uma trama sem grandes saltos, fazer algo chamativo e intrigante de ver.
Sobre as atuações no começo estava achando meio que absurdo terem indicado ao Oscar a atriz Penélope Cruz pelo que estava fazendo aqui com sua Janis, meio que sem grandes expressões, mas a partir da metade do longa a atriz mostra a que veio e encaixa tantas dinâmicas, tantos olhares desesperados e abertos, tantas sensações marcantes, que se faz por valer demais, e assim o resultado é chamativo e perfeito em tudo o que faz, soando perfeita de estilo e de síntese, o que é necessário para um papel tão primoroso e que sendo uma das musas do diretor não entregaria por menos. Milena Smit trabalhou sua Ana de uma maneira mais seca, sem grandes trejeitos expressivos, mas se encaixando bem nos atos necessários do filme, ao ponto que de cara não enxergamos nela algo a mais, mas que depois flui bem e acaba acertando para que o resultado funcionasse, assim ela cai bem e agrada. Outro que foi bem subjetivo nas expressões foi Israel Elejalde, ao ponto que não temos algo marcante em seus trejeitos, nem chega a parecer alguém realmente importante para a trama, mas tem seu charme, faz nuances bacanas com a protagonista, e ao menos não desaponta, o que acaba sendo bacana de ver. Agora sem dúvida alguém que merecia mais cenas é Aitana Sánchez-Gijón com sua Teresa, pois tem cenas marcantes tanto como uma atriz de teatro, quanto como mãe da coadjuvante, e que ao trabalhar seu impacto contando como foi sua gravidez, e também como foi sua reação de abandonar a filha para seguir com a carreira, acabamos nos solidarizando e sentindo também um pouco de tudo o que faz, ou seja, o diretor deu para ela o fardo e também a abertura para mostrar a vida das atrizes de cinema/teatro, e ela não desapontou.
Visualmente o longa também é bem simples, ficando praticamente todo dentro do apartamento da protagonista, vez ou outra saindo para o bar do lado de fora do prédio, algumas cenas em estúdios fotográficos, e mais ao final somos apresentados à casa de herança da protagonista, e claro a fossa aonde estão alguns mortos da guerra com os devidos detalhes que as famílias dão, sendo tudo muito bem representativo por completo, mas sem grandes sínteses, ou seja, a equipe de arte não precisou se esforçar muito, mas geralmente o diretor também não abusa tanto nesse quesito, e sendo assim vale pela composição inteira aonde dá para refletir em algo a mais.
O longa tem uma trilha sonora bem densa e marcante, mas não consegui ver nada demais nela para ser uma das indicadas ao Oscar, mesmo por não dar nenhuma intensidade maior para o filme, ou seja, é algo que flui dentro do ambiente, tem certa intensidade, mas nada que vamos lembrar dela pelo que fez no filme, e assim certamente tinham muitas outras melhores para a indicação.
O longa tem uma trilha sonora bem densa e marcante, mas não consegui ver nada demais nela para ser uma das indicadas ao Oscar, mesmo por não dar nenhuma intensidade maior para o filme, ou seja, é algo que flui dentro do ambiente, tem certa intensidade, mas nada que vamos lembrar dela pelo que fez no filme, e assim certamente tinham muitas outras melhores para a indicação.
Enfim, é um filme bem intenso e chamativo pela proposta completa, mas diria que está bem abaixo de muitos grandes sucessos do diretor, tendo uma ponta reflexiva até que marcante, que dá para pensar na História como um todo de mulheres, filhos e netos de algo que ainda reverbera nos corações espanhóis, mas acho que faltou um pouco mais de tensão do estilo de Almodóvar realmente para que o filme ficasse na nossa mente martelando, porém acredito que para alguns ele fará mais sentido, e sendo assim recomendo a trama com alguns adendos, mas que por ser um filme de Almodóvar se torna obrigatório para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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