Diria que o diretor e roteirista Lukasz Grzegorzek até teve uma ideia bem colocada, mas que não soube como a desenvolver para que ela funcionasse por completo, e isso pesa muito em cima de uma trama, afinal o estilo clássico sempre é bem dosado e dita um ritmo que chame atenção, mas se o diretor não se abrir e ousar em roteiros envolvendo famílias, o resultado desanda com a maior facilidade. Ou seja, vemos aqui que ele não quis dar a opinião dele sobre a mulher estar certa ou errada, o que poderia gerar grandes críticas em cima da ênfase que escolhesse, e assim fez tudo ser jogado demais, ser simples demais, e por consequência cansativo demais, ao ponto que o sono chega a vir forte durante o miolo da trama, voltando a ter alguma consequência mais chamativa apenas nos atos finais, de forma que não tem como defender sua escolha, pois facilmente ele deu a nuance no final de que a família precisa tanto dela que acaba nem ligando para as suas escolhas, mas e quanto à todo o restante? Fica aí a discussão, e e assim a omissão do diretor.
Sobre as atuações, posso dizer que a base toda do longa ficou a cargo da expressividade de Agata Buzek que já vimos se entregar bem mais para personagens mais dramáticos, e aqui sua Joanna ficou parecendo faltar algo a mais que fizesse a atriz querer ir além, ou seja, não vemos a atriz ir muito além, mas vemos também ela se explodir nos devidos atos e ter muita presença cênica para que o filme fluísse ao menos, e assim seu resultado até é aceitável, mas certamente poderia ter ido além de trejeitos mornos para que tudo chamasse mais atenção. Jacek Braciak faz o tradicional corno que sabe o que tá rolando, mas não quer ver, e o ator faz exatamente todos os trejeitos tradicionais desse estilo de personagem, ou seja, tenta segurar o eixo de um diretor mais amplo, mas não vai muito além, e isso pesa no filme. Quanto dos demais, tivemos o amante completamente estranho e excêntrico vivido por Adam Woronowicz, tivemos a filha bizarra do amante que não conseguimos ver muito além que a garota Julia Kuzka quis fazer, e principalmente os filhos da protagonista numa bagunça completa de um querendo aparecer mais que o outro, fazendo com que apenas Jakub Zajak tentasse mostrar algo a mais com seu Adam, mas sem grandes explosões, que aliás ficaram apenas bem mostradas com a avó vivida por Malgorzata Zajaczkowska.
Visualmente o filme tem um estilo bem bagunçado contando com cenas na casa lotada dos protagonistas, com uma família gigante e totalmente conflitiva, uma escola com professores mais novos que alguns alunos, o apartamento dos pais da protagonista aonde ela usa para seus momentos de fumo e traição, aonde o amante leva o cachorro para passear, o carro bizarro do amante anunciando comida, as cenas dentro do carro da protagonista brecando sem parar, alguns momentos em um bar de karaokê aonde o protagonista vai para expandir suas ideias, e algumas cenas em hospitais fazendo exames, ou seja, a equipe de arte conseguiu ficar mais confusa com o roteiro todo do que os atores, e o resultado embora chame alguma atenção para cenas com luzes piscando, detalhes de cartas de ameaças e pichações, acaba não indo muito além para lugar algum.
Enfim, é um filme que tem uma ideia com um leve potencial, mas que não consegue fluir e nem chegar a lugar algum, fora não ter ritmo, o que causa um cansaço emocional durante toda a exibição, ou seja, não tenho como recomendar o longa para ninguém, e assim sendo é melhor pular ele na lista de estreias da Netflix, pois garanto que não vai ser algo agradável para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...