Não vi nenhuma entrevista do diretor e roteirista Mike Mills, mas como disse tenho quase certeza que essa ideia completa tenha vindo de algum estudo que fez ou de algo que aconteceu realmente com ele, pois é algo muito bem sacado para ser algo direto de entregar, e que sabiamente ele pegou toda uma essência maior que é a inocência e a inteligência de várias crianças para discutir temas complexos como morte, futuro, família, ambiente da cidade, entre muitas outras coisas, e foi nos entregando não apenas entrevistas, mas toda uma vivência maior do protagonista junto do sobrinho que ele praticamente não conviveu por ser brigado com a irmã, e conforme vamos entrando completamente na ideia que ele deseja nos passar, vamos sentindo mais, vamos entendendo tudo, e principalmente vamos cadenciando em acreditar em toda a ideia, e que conforme vai seguindo tudo cai como uma luva no estilo tanto de mostrar o aprendizado do protagonista, quanto a sagacidade do garotinho que vai entregando tudo, ou seja, perfeitamente um longa bem aberto e gostoso demais de ver, claro quando engrena, que demora um pouco demais.
Sobre as atuações, Joaquin Phoenix se entregou de tamanha forma para seu Johnny, que em determinados momentos já nem sabemos mais se ele está atuando ou se divertindo com toda a interação que tem com as crianças, e claro principalmente com o sobrinho, ao ponto que vemos em seus olhares emoções, carisma, diversão e muita síntese clara de quem está apaixonado pelo projeto todo, se envolvendo do começo ao fim, e para variar sendo perfeito em cena. Da mesma forma o garotinho Woody Norman foi tão bem colocado com seu Jesse se entregando de uma forma tão solta, leve e real, que ficamos abismados com tudo o que ele faz com o personagem, e assim sendo está sendo indicado a vários prêmios e já levando alguns, e assim sendo vai ser daqueles que vamos ficar de olho se vai vingar ao crescer, pois mostrou muito potencial. Gaby Hoffmann deu também boas nuances para sua Viv, passando claro as nuances de uma mãe longe do filho, mas mostrando mais serenidade no famos vê o que eu passo, que acaba sendo duro em alguns momentos, mas a atriz soube dosar a expressividade e assim chamar a atenção. Quanto aos demais, todos doaram algum certo carisma, apareceram bem colocados nas devidas cenas, tendo uma ou outra criança com uma maior expressividade nas entrevistas, os demais entrevistadores sendo colocados em atos sem grandes chamarizes, e claro para o pai do garotinho vivido por Scott McNairy aparecendo para mostrar estar doente, com algumas expressões mais dramatizadas, mas nada que impactasse realmente.
Visualmente o longa é bem trabalhado dentro da essência de reflexão, e acredito que o diretor optou até por filmar em preto e branco para que esse ar lúdico ficasse meio que flutuando no ar em todas as cenas, pois não temos grandiosas locações, mas sim todo o sentimento de aprendizado rolando em cada ato, o garotinho conhecendo mais ambientes e cidades junto com o tio, o tio pegando os melhores depoimentos em cada cidade, e os ângulos envolvendo tudo sem precisar usar ou ousar de artifícios, tanto que de elemento cênico mesmo temos a mochila com o gravador, o microfone, e claro a escova de dente cantante, pois de resto temos livros, e as próprias casas aonde vão e buscam enxergar os sons e toda a desenvoltura ali imposta, ou seja, particularmente eu não filmaria em preto e branco para dar mais nuances vivas para o filme, mas ficou bonito de ver ao menos.
Enfim, é um filme bem trabalhado, com um referencial bem envolvente e marcante, além claro de um texto incrivelmente preciso (com destaque claro para a gravação do garotinho que dá nome ao filme em inglês no final), e que vai pegar muito mais quem for realmente o público-alvo como já disse no começo, mas que serve bem para todos, e as lições vão acabar ficando para a vida de quem for conferir, então indico ele com certeza para todos. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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