Telecine Play - Boogie

2/24/2022 12:42:00 AM |

É até estranho ver um filme esportivo sem um mote moral colocado ao fundo, pois sempre que vou assistir esse estilo já fico esperando acontecer algo que me comova, ou ao menos que explicite algum problema maior na reviravolta, mas hoje com "Boogie" ficou parecendo que fizeram o filme apenas para algo mais jogado, tipo algum desleixo que mostra um jovem asiático de uma família meio que com problemas tentando alçar seu sonho, mas sem grandes floreios, sem nenhum envolvimento, ao ponto que até as cenas de miolo ficaram bobas e meio sem nexo com algum propósito maior. Ou seja, vemos um filme aonde o jovem e o pai desejam jogar pela NBA, e a mãe sonha com que o jovem ganhe uma bolsa ou qualquer dinheiro possível para poder pagar as contas, mas não temos nenhuma síntese, nem nenhum grandioso envolvimento que possa fazer as coisas andarem, apenas um jogo contra o melhor jogador do bairro, e nada mais, fazendo com que víssemos o filme sem qualquer expressividade maior.

O longa conta a história de amadurecimento de Alfred "Boogie" Chin, um fenômeno do basquete que vive em Queens, Nova York, que sonha em um dia jogar na NBA. Enquanto seus pais o pressionam a se concentrar em ganhar uma bolsa de estudos para uma faculdade de elite, Boogie precisa encontrar uma maneira de lidar com uma nova namorada, ensino médio, rivais na quadra e o fardo da expectativa.

É bem fácil enxergar o problema do filme ao olhar os dados técnicos, afinal é a estreia de Eddie Huang como diretor e roteirista, e não bastasse isso ainda atua no filme em algumas cenas, ou seja, o famoso pacote completo de erros que não se deve cometer, pois já comentei isso no filme que vi no Domingo, e volto a falar que o estilo necessita de uma estrutura clássica para funcionar, precisa de uma segurança bem encaixada na direção, e principalmente precisa de uma moral para ser trabalhada do começo ao fim com uma reviravolta que chame a atenção, e que sem acontecer tudo isso acaba falhando demais, e não empolga nem chama atenção. Ou seja, o filme até tentou encaixar algumas nuances culturais, algumas virtudes de vidência misturadas com predileção futura de tipos, e até a tentativa de juntar a ideia literária de criar expectativas, mas não vai muito além, e mais cansa do que diverte realmente.

Sobre as atuações, diria que Taylor Takahashi até tentou chamar um pouco de atenção com alguns trejeitos, mas ele foi muito artificial com seu Boogie, ao ponto que não sei se ele é realmente um jogador de basquete que foi convidado para estrear na atuação, ou apenas teve um começo ruim, pois faltou tudo para ter carisma e seguirmos com sua ideia. O mesmo rolou com o cantor Pop Smoke com seu Monk, de forma que ele até fez algumas jogadas e trejeitos fortes, mas infelizmente sua primeira e última (morreu em 2020 antes do filme estrear) atuação em filmes foi bem fraca. Quem tenta salvar um pouco a trama é Jorge Lendeborg Jr. com seu Ritchie, de forma que o ator faz alguns gracejos, trabalha as jogadas de basquete com ares descontraídos, e acaba até desenvolvendo um pouco mais com o protagonista, mas em time fraco com um só jogador bom não dá para salvar a equipe. Taylour Paige também tentou fazer alguns atos mais chamativos com sua Eleanor, mas a personagem em si é bem fraca e secundária, não dando muita sobra para mostrar serviço, ou seja, acabou ficando apagada. Quanto aos demais, como o pai, a mãe, o tio do protagonista, e todos os demais da escola e do time é melhor nem falar, pois é triste demais.

Visualmente o longa também é bem simples, com alguns treinos e poucos jogos na quadra da escola, duas aulas, alguns momentos em parques com o casal, uma cena no quarto da garota bem ruim de diálogos e ações, e alguns momentos mais de discussão na casa do protagonista, com uma câmera filmando praticamente a parede dividindo a cozinha da copa, ou seja, algo sem nexo algum de estilo. Sendo assim, as melhores cenas realmente ficaram a cargo dos atos na quadra de rua, aonde há uma maior interação entre personagens e figurantes, e os momentos dentro da sala da vidente, mas também bem fracos no geral.

Enfim, fui enganado pela ideia e pela sinopse, pois a trama parecia bem melhor, e o resultado acaba sendo sem graça, sem emoção e sem carisma, ou seja, era melhor ter dado o play em qualquer outro filme, mas assim ao menos ajudo a galera a não dar play nesse, mesmo que salve um ou outro momento. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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