Diria que reclamei um pouco da mão crítica do diretor Nicholas Jarecki lá no seu primeiro filme em 2012, mas hoje talvez gostaria de ter visto mais ela acontecendo aqui nessa trama, pois ele acabou fazendo um filme quase que expositivo, aonde mostrou um pouco de tudo sem ir a fundo em nenhum dos casos, o que é um risco, pois como ele mesmo pontua nos escritos no final, todo ano são lançados novos medicamentos à base de opióides, e a maioria acaba caindo nas ruas facilmente, e por consequência mais pessoas morrem de overdoses, ou seja é algo que mereceria algo mais trabalhado, uma dramatização mais intensa e claro sua opinião direta e forte, mas ao preferir a amplitude também deu um ganho para o tema, só precisaria de uma edição melhorada para que cada ato funcionasse bem e só ao final se juntasse, não sendo entregue tudo de uma vez só para o público. Ou seja, o segundo filme demorou bastante, quase 10 anos, mas foi bem mais denso e com conflitos bem encaixados, só que poderia ter ido ainda além para ficar perfeito na direção e claro no roteiro desenvolvido.
Sobre as atuações, Armie Hammer foi bem colocado como um oficial infiltrado no meio dos traficantes, mostrando que tem um bom domínio para atos diretos e fortes, fazendo bons olhares, sendo intenso na dramatização e nas negociações, e entregando um Jake até que conflituoso para ambos os lados, ao ponto que em alguns momentos ficamos até pensando de que lado da história ele está, mas o resultado final foi bem feito e interessante. Da mesma forma, Gary Oldman sempre traz entonações e dinâmicas bem precisas para que suas cenas fiquem emotivas e fortes, e aqui seu Tyrone é cheio de altos e baixos, tem a todo momento o conflito de assinar ou não a pesquisa liberando a droga, e principalmente se entrega nos atos de discussões fortes fazendo com que seu personagem tivesse destaque, ou seja, agrada na medida certa em todos os atos, mas queríamos um pouco mais dele na dinâmica completa da trama. Já Evangeline Lilly deu um tom meio que paranoico para sua Claire, ao ponto que vemos estar traumatizada sim, mas o excesso de ousadia acabou pecando um pouco em tudo, e assim seus atos parecem sempre falsos demais, mas ainda assim acabou sendo uma boa investigadora e demonstrou atitude, o que é sempre bom de ver em uma trama. Quanto aos demais, tivemos alguns atos marcantes de Luke Evans como o negociante da farmacêutica, mas apareceu pouco para chamar tanta atenção, e assim não foi muito além, também tivemos o traficante vivido por Guy Nadon bem colocado, mas acaba não tendo imposições muito chamativas, porém como já disse tem atitude, e isso em filmes desse estilo se faz valer, ainda tivemos algumas outras boas aparições com Lily-Rose Depp como a irmã drogada do protagonista, e Éric Bruneau como um dos capangas do traficante, mas ambos sem ir muito além.
Visualmente como já disse o filme é meio bagunçado, aparecendo um pouco de tudo, e com isso sem grandes ambientes chamativos, ficando bem encaixado na operação toda em um bar e uma doca, tendo alguns atos nas casas dos protagonistas, algumas casas abandonadas com drogados dentro, uma grandiosa universidade e seus laboratórios clássicos com os experimentos em ratinhos, e claro o gigantesco prédio da farmacêutica, mas tudo sem grandes elaborações, apenas sendo mostrado e funcionando bem para isso.
Enfim, é um bom filme que poderia ser ainda maior, mas que vale para exemplificar bem todo esse mundo das drogas, as duas frentes bem complexas e as atitudes que rolam em todos os casos, e sendo assim quem não ligar para uma montagem meio que confusa vai acabar entrando bem no clima e até irá curtir toda a ideia da trama, sendo assim uma boa indicação para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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