quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Telecine Play - Hermanoteu Na Terra de Godah - O Filme

Eu duvido que você nunca tenha recebido um vídeo curto da peça "Hermanoteu Na Terra de Godah", ao menos da parte em que Isaac encontra Hermanoteu no Egito, afinal essa é a parte mais famosa e que roda milhares de celulares todos os dias, e a famosa peça da companhia Melhores do Mundo rodou literalmente todas as partes do país, divertindo multidões com a história de um pentecospeio e sua peregrinação para libertar a terra de Godah, enfrentando diversos perrengues no meio do caminho, e embora eu não tenha nunca visto a peça inteira, já recebi diversos pedaços principalmente dos amigos que dão risada mais fácil e choram de rir com algumas bobeiras, então o que posso dizer da versão cinematográfica é que incorporaram alguns elementos a mais, e continua sendo divertida para esse tipo de humor, mas nada que vá fazer uma pessoa normal chorar de rir igual alguns amigos faziam quando viam os vídeos. Ou seja, é uma história bacana pela essência, tem boas dinâmicas para representar alguns elementos clássicos das missas e que funciona, tendo uma boa produção até, aumentando bem o tamanho do ambiente da peça, mas que é forçado, e assim só quem gosta mesmo para encarar.

A sinopse nos conta que depois de ser eleito o novo papa, o Cardeal Gerônimo toma conhecimento formal de um grande segredo, mantido em total sigilo durante anos pela Igreja. Enquanto descobre a verdade a respeito dos apóstolos de Cristo, ele tem como fio condutor o destemido Hermanoteu, que ao longo de sua vida participou de momentos históricos e bíblicos cruciais, sempre se metendo nas piores enrascadas possíveis.

Diria que o diretor Homero Olivetto foi bem coerente no desenvolvimento da trama, pois ela funciona dentro da situação, tem todo um ritmo bem trabalhado, e o melhor é que não ficou parecendo uma peça jogada dentro de um filme, e olha que isso era algo bem fácil de acontecer, tendo uma estrutura que até tem um ar divertido, mas é um humor fácil e forçado, que quem gosta ama, mas quem não entra no clima acaba mais reclamando do que se divertindo realmente, e assim a história tem uma boa temática, afinal anda muito em pauta zoar as pegadas da igreja católica, e aqui brincaram bem com elementos sem que ficasse jogado os elos, ou seja, não vai ter aquela galera reclamando de estragarem a crença dela, e isso é algo que funcionou pelas sacadas em si, sendo que o diretor apenas ampliou tudo. Sendo assim, posso afirmar que fizeram algo muito bem montado ao menos, que volto a frisar não ser o humor que me faz gargalhar, mas ri de boas cenas, e assim posso dizer que foi melhor que muitos outros novelescos que costumam entregar.

Sobre as atuações, o destaque sem dúvida alguma é para Ricardo Pipo com seu Hermanoteu bem jogado, cheio de trejeitos e que não se entrega em cena alguma, fazendo com que o filme se mantivesse bem do começo ao fim, e assim seu estilo agradou bastante e funcionou em cima do ponto máximo de ficar irritante, mas de certa forma envolve bem e acaba sendo um bom acerto. Outro que fez vários papeis, e agrada na maioria de todos pelo seu tom debochado é Welder Rodrigues, que tem uma voz icônica, tem uma percepção cênica bem marcada, e principalmente se desenvolve diferente em cada ato, o que é bem bacana de ver, ou seja, ele acabou bem conhecido pela peça, e depois despontou na TV no 'Ta No Ar", mas acredito que ainda vá explodir muito no cinema cômico nacional, pois ele é bom no que faz, e principalmente é expressivo. Jovane Nunes também fez vários papeis e mesmo forçando alguns trejeitos clichês demais acaba agradando em alguns atos, mas poderia ter sido mais sutil para as câmeras, coisa que no teatro é mais necessário uma explosão maior, porém funcionou no que precisava e com isso foi bem em cena. Quanto da história dentro da Igreja, colocaram três grandes atores Jonas Bloch, Marcos Caruso e Milton Gonçalves para dialogar, mas não foram tão usados como poderiam para chamar mais atenção, o que é uma pena, pois sabemos que o potencial deles é bem alto.

Visualmente o longa teve grandes acertos com várias filmagens no deserto do Atacama no Chile, e com isso a representação gráfica ficou muito mais funcional do que apenas dentro de um teatro, e souberam criar bem as cenas, os elementos gráficos e toda a ambientação nos diversos momentos para que tudo fosse bem representativo, e com isso o que poderia virar um longa de esquetes, acabou se desenvolvendo bem, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante, e acertou bem nas escolhas de figurinos, de cenografia, e até mesmo nos elementos computacionais que soaram estranhos, para o estilo cômico que desejavam funcionou.

Enfim, está longe de ser daquelas comédias que vou falar para todos conferirem por ser extremamente engraçada, mas que diverte de certa forma, e que quem sempre foi fã da companhia teatral vai entrar no clima e se divertir até mais do que na peça, e assim sendo fica a dica para quem gosta desse estilo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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