O longa nos conta que Selminha está de volta! E agora é Ryca, esbanjadora, paga mais caro em tudo que quer e pode. O problema é que alegria de pobre sempre dura pouco. Aparece uma homônima que se coloca como a herdeira legitima e os bens de Selminha são congelados. Agora sua única fonte de renda é a que a justiça concede até se resolver o processo: um salário mínimo por mês, ou seja, 30 reais por dia. Sem saber como viver no miserê, toda a comunidade de Quintino também acaba passando aperto. Mas a Selminha guerreira, batalhadora e brasileira que não desiste nunca, ressurge para resolver não só a sua vida, mas de todos que ama.
Se no primeiro filme atirei todas as pedras possíveis no diretor Pedro Antônio, hoje posso parabenizá-lo por realmente ter feito um filme com uma boa estrutura de começo/meio e quase um fim certeiro, pois volto a frisar que se fosse na época dos rolos de filmes teria acabado o rolo, mas ao menos se esforçou muito mais, pegou uma história com muito mais base para desenvolver, e até mesmo as situações forçadas não ficaram tão incômodas, ou seja, soube colocar cada dinâmica bem preparada para ter um seguimento, e assim quem sabe melhorando mais o texto para fazer rir e acreditando que dava para fechar com mais uns 10 minutinhos, ele no próximo já vai acertar em cheio. Ou seja, o longa tinha tudo pra talvez ser muito mais divertido e agradar, mas não explodiu como poderia, e assim falha aonde precisava melhorar.
Sobre as atuações, já disse que gosto muito de alguns personagens da Samantha Schmütz, e sua Selminha é a que mais força a barra para tentar causar, ao ponto que aqui ela até dosou o estilo e teve melhores momentos, alguns bem soltos com esquetes bem bacanas de comparação entre riqueza e pobreza, e outros que foram funcionais para o papel fluir, ou seja, fez bem o que precisava e até agrada dentro das possibilidades, porém podia mais, e não foi usada além. Sabemos que Evelyn Castro explodiu com esquetes forçadas, mas também sabemos bem o potencial expressivo que ela tem, e aqui sua Selminha falsa acaba usando exatamente os estereótipos forçados e ruins da personagem de Samantha no primeiro filme, e isso desanda demais em todas as suas cenas. Rafael Portugal foi tão doce em suas piadas, que lembrou um pouco o que fez no BBB20, ou seja, ele poderia ter ido mais para o lado do BBB21 com seu Gracil, e assim impactaria mais, mas foi divertido e bem colocado, conseguindo chamar atenção ao menos. Quanto aos demais, diria que a amiga vivida por Katiuscia Canoro ficou bacana, o marido da amiga fez boas dinâmicas na entrega de Anderson do Rizzi, e até mesmo o namorado da protagonista vivido por Marcelo Melo Jr. caiu bem nas suas cenas bem tradicionais, só faltou um pouco mais de tudo, e claro dar um fim melhor para o advogado.
Como falei a produção está impecável, e novamente usando uma mansão bem colocada com as devidas dinâmicas de dispensa de funcionários ao ficar pobre e ter de fazer tudo sozinha, tivemos uma boa trabalhada na casa simples da amiga com os tradicionais perrengues da pobreza, e até mesmo os eventos da comunidade funcionaram bem como a tradicional feijoada comunitária, casamento comunitário e tudo mais, incluindo claro críticas para o governo que faz descaso com a população nos momentos de desastres climáticos, ou seja, foram bem e criaram boas cenas e cenários, mostrando um trabalho bem produzido pela direção de arte.
Enfim, é um filme que sabia que não seria nada muito grandioso, já fui esperando as tradicionais forçadas de barra, mas que não chega a ser tão desanimador, dando para passar o tempo, mas podiam ter feito ele ser mais engraçado para ficar melhor. Ou seja, recomendo ele mais para os fãs da comediante, e para aqueles que curtiram o primeiro, mas quem for só por ir vai sair ao menos não decepcionado como aconteceu no primeiro, tirando claro o fechamento. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou para mais uma sessão, então abraços e até logo mais.
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