O estilo do diretor Marcos Carnevale é sempre bem marcante, afinal ele trabalha com comédias menos densas aonde pode brincar com a dramaticidade cênica e explorar mais o protagonista, então até vemos sempre vários personagens ao redor, mas apenas dando as devidas conexões, e aqui ele fez com que seu protagonista tivesse um ego tão gigante quanto toda a produção pudesse imaginar, sendo seguro até demais de tudo o que diria, deixando a família de lado, e se exibindo o máximo que pudesse, para depois cair num abismo imenso, ou seja, o diretor brincou bastante com contrapontos, colocou claro o ar amplo que é a meteorologia que é uma ciência complexa e tende até para algo mais oculto do que apenas números, e colocou em pauta também o ar de que as pessoas não leem contratos, não se relacionam de formas comuns e tudo mais em um único filme, ou seja, ele ampliou bem seu leque para que o filme não ficasse tão preso, e assim temos situações bacanas acontecendo que fazem rir, mas também fazem refletir, e essa essência completa que volta às origens do diretor, e acaba agradando. Ou seja, não temos em cena um filme fechado num tema só, mas que brinca com tudo ao redor, com o desconhecer a família para focar no trabalho, o não acreditar nos outros e se achar demais, e por aí vai, que se usado bem floresce.
Sobre as atuações, Guillermo Francella é um dos grandes mestres do humor argentino, e seu estilo é sempre acertado demais, chamando a responsabilidade cênica para si e incorporando trejeitos diferentes a cada papel seu, ao ponto que aqui seu Miguel é bem mais do que apenas um simples meteorologista, mas sim um showman, e ousando olhares diretos sempre para os fãs, quando os perde é claríssimo o ar que ele perde um pedaço de si, e com isso vemos algo amplo muito funcional e chamativo com o que faz em cada cena sua, ou seja, é divertido sem precisar apelar, e agrada pela simplicidade mesmo que o ar egocêntrico predomine em alguns atos, e assim funciona demais. Ainda tivemos cenas bem engraçadas e marcantes com Peto Menahem e Nicolás Scarpino com seus Luis e Maxi, ambos em contrapontos bem marcados com o primeiro desesperado pelo prejuízo em confiar no protagonista, e o segundo como um assistente que está disposto a tudo para agradar também seu chefe, ou seja, ambos fechados nos trejeitos necessários, mas passando tudo para o protagonista jogar a bola. Tivemos também toda a parte dramática familiar carregada na personalidade da filha médica vivida por Romina Fernandes, que demonstrou ter um estilo também bem próprio. E ainda tivemos Norman Briski como um Ermitão bem maluco de ideias climáticas, mas que chama a atenção, ou seja, uma equipe bem boa de ser usada.
Visualmente o longa nem parece ter tanto a ser desenvolvido, com um apartamento bem rico do protagonista, mostrando que já cresceu muito na carreira e agora desfruta disso, uma casa simples da família em outra cidade, proveniente de herança, um estúdio de TV com um programa bem imponente com cantores, globo que desce e sai o protagonista, e tudo mais de comum, mas na hora das chuvas de granizo, a equipe não economizou nos efeitos e botou muito gelo voando para todos os lados, atingindo monumentos, mesas, janelas e tudo mais para uma destruição de nível máximo no melhor estilo dos filmes de fim de mundo, ou seja, usaram tanto efeitos práticos quanto efeitos computacionais bem colocados e conseguiram chamar muita atenção, ou seja, a equipe de arte acabou entregando um resultado bem marcante.
Enfim, está longe de ser um filmaço memorável do estilo, mas que tem seus atos divertidos e agrada bastante em alguns momentos, fazendo valer a conferida, e claro também a reflexão em cima de egos, afinal podemos saber muito sobre algo, mas não somos perfeitos ao ponto de não errar nunca. E é isso meus amigos, fica a dica para quem quiser curtir na Netflix, e eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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