Posso dizer novamente que ir conferir um longa com expectativas demais é sempre um grande problema, pois embora "Animais Fantásticos - Os Segredos de Dumbledore" seja um tremendo filmaço, fiquei esperando bem mais dele, mas temos um bom envolvimento, uma trama cheia de intensidade, boas conexões e desenvolturas com o que já havia sido apresentado na franquia, porém ficou um misto de último filme (eram inicialmente planejados 3 - uma trilogia, sendo aqui o fechamento), com algo bem no meio de tudo (já que agora estão anunciando como sendo 5 longas), então temos toda a proposta bem colocada que agrada e chama atenção, mas sem toda a explosão incrível que tivemos no primeiro longa. Ou seja, o resultado geral é uma trama que vai agradar os fãs por fechar alguns arcos, explicar coisas que tinham sido apenas jogadas, e claro por personagens marcantes aparecendo e funcionando bem, mas poderiam ter feito algo mais conciso e direto que chamaria mais atenção, e ainda assim seria grandioso com tempo suficiente para todas as revelações mostradas.
Desde os últimos filmes de Harry Potter até os últimos dois filmes da saga Animais Fantásticos já conhecemos bem o diretor David Yates que tem mantido a linha centrada em tudo o que J.K. Rowling escreveu em suas obras, e aqui voltando o roteirista Steve Kloves que esteve em toda a franquia de Harry, mas não nos últimos Animais vimos algo mais elaborado e encaixado, que ampliou o leque dos personagens, deu boas alegorias e emoções, e sobrando espaço para que o diretor brincasse com tudo, de modo que aqui não vemos a explosão emocionante que foi o primeiro filme, nem toda a armação conflitiva do segundo, mas sim algo com uma maior base, sendo até alongado para dar espaço de mostrar tudo com muita calma, mas isso ocorreu principalmente por já terem dado as cartas de que teriam mais filmes da série, senão certamente veríamos algo mais imponente na tela. Agora é esperar e ver o que ele fará nos próximos, já que está anunciado mais duas partes da trama sob a direção de Yates, então acredito que ele deva preparar o terreno no próximo e deixe para a conclusão épica no último com muitas mortes e talvez já a conexão máxima com o mundo de Harry Potter dos primeiros filmes.
Sobre as atuações, diria que a troca de Johnny Depp por Mads Mikkelsen para o papel de Grindelwald não foi apenas pela legião de reclamações dos fãs, mas sim por o ator não estar tão conectado para o que precisaria nessa continuação, já que aqui não precisavam de alguém tão caricato, mas sim alguém com uma expressividade mais forte, e esse cara é o Mads, pois deu sua cara para o papel, fazendo algo impositivo forte, com nuances explosivas e muita determinação, que acabou agradando demais, ou seja, um grande acerto para o papel, e veremos o que vai fazer nos próximos. Jude Law voltou com seu Dumbledore cheio de estilo, com uma boa pegada intensa, olhares certeiros e marcantes, fazendo com que o personagem fosse além do professor forte que conhecemos na época do Harry, e ao mesmo tempo que o filme tem sua dinâmica deu abertura para todos aparecerem bastante e entregarem estilo, que com certeza o ator sempre surpreende, e fez a vez. É engraçado que no livro o personagem de Eddie Redmayne, Newt Scamander, tem muito mais importância na totalidade, mas aqui abriram espaço para desenvolver outras tramas, mas o jovem como sempre chamou atenção, foi extremamente carismático nas suas cenas, e claro foi responsável pelos atos fofos com seus diversos animais, e também com os que encontra no caminho, sendo doce e marcante em tudo o que fez na tela. Outro que foi muito bem em cena foi Dan Fogler com seu Jacob Kowalski, pois se nos anteriores foi um personagem meio que deslocado, aqui ele entregou tudo e foi muito utilizado, trabalhando bem o papel e dando tudo o que esperávamos ver dele. Foi bem usada também Victoria Yeates com sua Bunty, não chamando tanta atenção no começo, mas funcionando em vários atos expressivos da trama. Alison Sudol com sua Queenie teve bons atos chamativos, encaixou olhares, e foi claro importante para o vértice de Kowalski, então chamou atenção no que fez nas várias cenas. Ezra Miller apareceu menos com seu Credence, e é explicado tanto pelo que vai acontecendo com o personagem, quanto com o que tem rolado do ator ser muito problemático fora da telona, então acredito que já pesaram a mão um pouco nessa síntese, mas seus atos foram bem usados pelo menos. E para fechar tivemos claro nossa brasileiríssima Maria Fernanda Cândido com sua Vicência Santos, que esperava ter uma participação maior na tela, afinal se formos olhar a fundo sua personagem é bem importante na trama, mas não usaram tanto ela em cena, o que deve acontecer na continuação, e outro detalhe que poderiam ter mostrado algo pelo menos é falar que ela é do Brasil, afinal só ouvimos o povo chamando Santos com um sotaque estranho, o que poderia ser de qualquer país que fale português. Tivemos muitos outros personagens que apareceram um pouco, mas falar de cada um o texto ficaria mais imenso ainda, então vou apenas falar que foram bem em cena.
Visualmente o longa é um espetáculo, tendo cenas em amplas locações, indo claro para os famosos pontos conhecidos de Hogwarts, mostrando a escola, o famoso quadribol, mas os principais pontos foram na floresta com os filhotinhos (parece um tipo de corça, e que serão mais usados em outras cenas importantes), as cenas na prisão com os animais que parecem escorpiões com uma dancinha hilária do protagonista, os momentos na vila no monte de Butão, alguns jantares e reuniões imponentes cheios de magia, alguns atos em trens, e claro alguns atos bem colocados na padaria de Kowalski. Ou seja, a equipe de arte brincou com elementos conhecidos e ousou bastante com visuais amplos e chamativos. Aliás, não entendi do filme não usar 3D, pois mesmo tendo muitas cenas escuras, há vários elementos alegóricos que dariam para brincar na telona, mas acredito que a tecnologia esteja perdendo força, veremos nos próximos lançamentos então.
Enfim, é um tremendo filmaço sim, mas que poderiam ter ido muito além com tudo, não ter alongado tantas dinâmicas, e quem sabe já ter trabalhado mais situações que devem ter deixado para os próximos filmes. Claro que foi feito para desenvolver mais coisas do Dumbledore, seu relacionamento e suas desavenças com o vilão, abrindo espaço para que os demais fluíssem também, mas faltou aquele momento que arrepiasse realmente, ou seja, talvez possa ter sido minha expectativa estar alta demais para o longa, mas acredito que a culpa de ser inferior (ao menos para mim) aos demais foi de colocarem mais dois filmes na série. E é isso pessoal, super indico ele para os fãs do mundo bruxo que tanto vimos com os 8 filmes de Harry Potter, e agora com 3 de Animais Fantásticos, mas deixo a dica para ir com menos sede ao pote, senão a chance de reclamar vai ser alta. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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