Netflix - Metal Lords

4/24/2022 07:44:00 PM |

Desde quando estreou no comecinho do mês na Netflix eu coloquei na lista o longa "Metal Lords", porém via nele algo adolescente demais para ter uma pegada forte de rock, e ao mesmo tempo um tema forte como o rock não caindo bem em uma comédia romântica de sessão da tarde, isso é o famoso julgar um livro pela capa, afinal nem trailer eu tinha visto, então fui deixando, e eis que hoje dei o play, e posso dizer que é exatamente tudo o que pensei dele, mas que acaba sendo gostoso de ver, pois a leveza que deram para uma competição de bandas juvenil, e claro o como chegar lá montando uma banda funcionou dentro da proposta que é uma banda de metal, que é mais do que apenas um grupo, tem de sentir a ideia, tem de ter a irmandade entre si, e estar disposto a entrar num mundo completamente diferente do usual, e assim conseguiram passar bem essa mensagem para a formação dos jovens, e claro com boas músicas e boas dinâmicas. Claro que é algo bem singelo para um passatempo, sem grandes pegadas fortes, mas que acerta por ser justamente a proposta dele, não indo nem muito além, nem ficando jogado de lado, e assim o resultado funciona.

A sinopse nos conta dois garotos começam uma banda de metal em uma escola onde somente os dois garotos se importam com metal. A dupla não consegue encontrar um baixista, mas há uma garota que toca violoncelo, e a parceria improvável precisa dar certo. Eles precisam trabalhar juntos para vencer a Batalha das Bandas, cada um à sua maneira, compartilhando a paixão pela música - e pelo palco.

Diria que o diretor Peter Sollett não quis explodir tanto o roteiro de D.B. Weiss, que muitos conhecem pelo que fez em "Game of Thrones", pois certamente a trama iria muito mais além do que um simples romancinho leve com músicas pesadas e conexões emotivas de uma formação de banda, mas ele foi sábio em trabalhar o alcance com isso, pois talvez algo mais intenso levaria o longa para um rumo que não pegaria tanto público como o que fez aqui, e ele soube dosar as dinâmicas, colocar o vértice do tratamento que alguns pais dão para os gostos dos filhos, o conflitivo mundo das escolas e tudo mais, ao ponto que ele até pode criar algumas discussões amplas, mas o básico de uma boa sessão da tarde é o envolvimento emotivo, e nesse sentido o filme é honesto e funciona bem, sendo bonitinho e agradável, que até poderia ir além, mas que fazendo o básico acerta também.

Sobre as atuações podemos dizer que o jovem Jaeden Martell já vem há algum bom tempo acertando a mão no que vem fazendo, ao ponto que aqui ele entrega seu personagem quase que sem carisma algum com nuances doces e bem colocadas que vamos nos apegando à seu Kevin, de uma maneira que no final já até torcemos para ele se dar bem em tudo, ou seja, o jovem ator tem crescido muito no que faz, e foi muito bem aqui também, aliás não sei se tocou realmente bateria como fez no filme ou se usou um dublê ali, mas deu show nas cenas atrás das baquetas. Já Adrian Greensmith estreou nas telas com seu Hunter, e além de se entregar bem num personagem complexo, fazendo entonações fortes e bem colocadas, mostrou ser um ás das guitarras pelas entrevistas dadas, e o jovem protagonizou com muita força tudo, agradando e desenvolvendo bem toda a personificação dos garotos que curtem o ritmo e são vistos de forma diferente nas escolas, ou seja, tem chances de ir bem se seguir carreira. Isis Hainsworth fez trejeitos meio conflitivos na tela, para passar bem também essa ideia de que as pílulas da felicidade como são chamados alguns antidepressivos, mudam totalmente uma pessoa, e que muitos nem precisariam delas para serem eles mesmos numa sociedade normal, ao ponto que sua Emily acaba funcionando de várias formas, agradando de uma maneira forte e sendo singela também. Quanto aos demais, tivemos poucas interações e atos para chamar atenção propriamente dizendo, mas claro que o destaque fica para Noah Urrea que é cantor realmente de profissão pelo Now United, e aqui emprestou o carisma para o papel de Clay, e assim sendo também puxar alguns fãs da banda para o longa, mas o jovem foi bem nas duas ou três cenas que aparece. E embora apareçam apenas em uma ceninha, os grandes nomes do metal Scott Ian, Tom Morello, Kirk Hammett e Rob Halford foram bem no que entregaram.

Visualmente o longa tem estilo dentro da proposta com muitos acordes fortes nas guitarras, baterias e até no violoncelo, claro mostraram muito do ambiente escolar, alguns bons atos com uns carrões, fizeram claro a homenagem ao Kiss com o jovem protagonista se maquiando de branco e preto, e claro tendo a famosa jogada de uma competição musical, além da famosa rixa de bandinhas de casamentos, ou seja, a equipe quis brincar com todas as possibilidades e se deu bem.

Enfim, é uma trama simples que agrada de certa forma à todos, sendo daqueles filmes que dá para conferir com a família num domingo a tarde de boa, passando bem o tempo e agradando com o resultado, e claro para muitos conhecerem um pouco mais das bandas de rock pesado que quase ninguém conhece (apesar de aparecer só as grandonas na tela), e assim sendo vale a dica. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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