O diretor e roteirista Oren Stamboli fez exatamente o que todo diretor deve fazer em seu primeiro filme, que é não desejar voos maiores do que consegue saltar sem ajudas, e um dos melhores gêneros para trabalhar isso é o suspense, afinal esconder coisas de alguém, trabalhar personalidades e criar dinâmicas entre personagens sem precisar explodir um prédio é algo que funciona, que deixa o público apreensivo e que geralmente agrada se não errarem nas interpretações e montagens, o que felizmente não aconteceu aqui. Ou seja, o filme em si é simples, mas tem uma pegada até que interessante, violenta nos atos finais, e que quem gosta acaba entrando no clima, mas poderiam ter colocado mais alguns joguinhos entre os personagens para ficar perfeito, o que não estragaria nada, e aumentaria talvez um pouco o tempo de tela, mas isso é apenas uma opinião técnica, afinal o resultado funcionou, e isso mostra o potencial do diretor para projetos futuros.
Sobre as atuações, o principal destaque ficou a cargo de Gabriel Tarantini que praticamente fez um James McAvoy mais simples com apenas três personalidades para seu Miguel Angel, mas com trejeitos bem trabalhados, cheios de nuances e inflexões, e que consegue chamar muita atenção do começo ao fim, com muita imposição agradando bastante, ou seja, é seu primeiro filme após muitas séries e novelas, mas já pode ir para cima pois tem potencial. Sarai Meza inicialmente parecia sem muita explosão com sua Lollypop, mas depois foi aparecendo mais para termos um final bem surpreendente por parte de sua personagem, e talvez pudesse ter brincado um pouco mais no miolo para ser ainda melhor. Já os demais atores trabalharam até que bem, fazendo alguns leves chamarizes, mas sem grandes destaques, ao ponto que Pablo Azar fez um Marco levemente explosivo, mas sem muito o que ir além, Ana Carolina Grajales foi a famosa falante de Deus, da Bíblia e tudo mais com sua Danae, mas no primeiro momento que pode já está com uma arma na mão apontando pra própria mãe, e a Anna Silvetti até tentou aparecer um pouco fazendo alguns trejeitos estranhos como a mãe, mas não conseguiu chamar atenção.
Visualmente o longa fica todo preso em uma casa até que bem trabalhada pela equipe de arte, tendo maiores cenas na sala, num banheiro com sua banheira tradicional e várias velas aromáticas, um quarto minúsculo que vira um ambiente de tortura, e a piscina com um balanço próximo aonde temos duas boas cenas entre os protagonistas, ou seja, algo simples que quase daria para virar uma peça teatral, mas que é bem dosado e funcional para o trabalho cênico do filme, ou seja, não exigiram muito da equipe com os elementos usados como uma bíblia, um jogo de dardos, damas e xadrez, uma bolsa recheada de dólares e os demais apetrechos cênicos.
Enfim, não é um filme brilhante, mas como disse no começo superou bem tudo o que podia acontecer, e criando atos de surpresa total junto de duas boas atuações, o resultado acaba sendo algo que faz valer a conferida, ou seja, deem o play e curtam, pois é curtinho e bem sacado. Eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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