Diria que a diretora Reed Morano foi por um caminho de boas intenções para que seu filme tivesse uma fluidez interessante, porém acabou faltando algo que convencesse a transformação da garota comum em uma assassina completa, pois ela recebe um treinamento básico, e já vira quase uma agente secreta disposta a tudo, o que é estranho de acompanhar, e além disso as dinâmicas de relacionamento ficaram com nuances estranhas, pois num primeiro momento ela confia em todo mundo, e já no fechamento não confia em mais ninguém. Ou seja, faltou aquele meio do caminho que entregasse algo mais convincente, e isso é um problema de direção que acaba demonstrando falta de técnicas, e claro também da equipe de montagem que não conseguiu entender bem o que a diretora desejava passar para amenizar essas pontas soltas. Sendo assim é um filme até que interessante pela proposta completa, tem uma boa pegada, mas que poderia ter ido bem mais além para surpreender e impactar, ficando quase um passatempo bacana se fosse mais amplo, o que não é ruim.
Sobre as atuações já acompanhamos há um bom tempo os trabalhos de Blake Lively, e cada vez a atriz se mostra mais solta, com imposições artísticas mais trabalhadas em seus trejeitos, e que acaba convencendo bastante com o que sempre faz em cena, e aqui sua Stephanie/Lisa é bem dramática, tem força na mesma proporção que passa por uma jovem pequena demais para suportar tudo (aliás tem até uma piada que o gângster faz falando que solicitou uma prostituta que usasse pelo menos tamanho 46 e lhe mandaram uma que não chega no 40), e que usando de boas desenvolturas consegue chamar a responsabilidade para si, mudando de cabelo várias vezes, se jogando no corpo a corpo e soando interessante de ver, porém seus atos com armas não convenceram muito, o que poderia ter sido melhorado com uma direção cênica melhor, mas ao menos não atrapalhou tanto, e assim sendo agrada no que faz. Jude Law como um mentor é nota oito, mas como um espião foi nota três no filme, e já fez esse tipo de papel mais vezes para poder se impor melhor com seu Boyd, e assim ir além, mas optou por algo simples demais de se envolver, e com isso quase some em cena, o que não foi tão preciso. Agora, Sterling K. Brown parecia uma coisa, daí mudou sua personalidade, a jovem entra na casa dele como se fosse qualquer pessoa, abrindo o portão e largando tudo aberto, e do nada ambos já estão se pegando, ou seja, seu Mark é um bom espião, tem estilo, mas entrega tudo com ares meio estranhos demais, e assim acaba não chamando atenção para lado algum. Ainda tivemos alguns atos iniciais bem colocados de Razza Jaffrey com seu Proctor, alguns bons momentos de luta de Richard Brake com seu Lehmans e até alguns momentos de certa imposição com Tawfeek Barhom, mas nenhum que ficasse chamativo para ser lembrado.
Visualmente a produção passeou por várias locações em diversos países como Inglaterra, Escócia, Marrocos e Espanha, com grandes atos de intensidade nas ruas, com explosões, perseguições, muitas lutas corporais usando facas e apetrechos, com todas as casas recheadas de detalhes, e tudo mais para que as composições funcionassem bem, e assim sendo mostrou que a equipe de arte estava bem disposta a criar tudo o que a diretora desejasse aparecer em cena. Ou seja, é daquelas produções que acabam sendo até mais caras do que deveriam, e precisariam de muita bilheteria para se pagar, mas não foi bem o que rolou.
Enfim, é um longa que muitos vão entrar no clima e até curtir sem reclamar de nada, mas quem pensar um pouquinho em cada detalhe irá ver tantos defeitinhos espalhados que o resultado vai desanimar bastante, e sendo assim recomendo ele com ressalvas, ou que desligue o reclamômetro e mande ver como um bom passatempo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, já que tive probleminhas técnicos com a internet (gambá da rua comeu o fio que entra na casa!!! Quem mandou morar no meio do mato!) então abraços e até logo mais.
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