O diretor Roberto Santucci que ficou bem famoso pelas comédias bem escrachadas que tem entregue nos últimos anos lotando as salas dos cinemas com tantas sessões, aqui quis ir por um rumo diferente demais de seu estilo, e isso é perigoso, pois o texto de Paulo Cursino, seu parceiro de longa data nas comédias, tem um peso emocional para dar vários valores de amizade e de reencontro dentro de uma viagem, porém a todo momento tentam colocar algum gracejo e ele soa quase como uma esquete solta do filme, o que não é nem inteligente, nem envolvente como deveria rolar, sendo daqueles que vemos, sorrimos, e acabamos não envolvidos o suficiente para rir nem emocionar como se deve no gênero. Ou seja, o trabalho de ambos é notável como um filme até com um certo apreço artístico, porém não para o público que espera rir de seus filmes no cinema, e assim o resultado não atinge ninguém.
Sobre as atuações, colocaria sem dúvida alguma todo o destaque da trama para Micheli Machado com sua Lud genial, cheia de bons trejeitos, e fazendo exatamente a comédia que o diretor sabe fazer bem, ao ponto que se o filme ficasse só nela seria incrível, pois ela se jogou na personalidade que a mãe e mulher necessitada de descanso encaixa, que muitas irão se conectar a ela, e rir de tudo o que faz e fala, pois é perfeita nesse sentido. Fernanda Paes Leme também foi explosiva e direta com sua Karen, mantendo o ar direto e forte, conseguindo até enganar o público com sua opção, e assim foi bem nos atos mais soltos. Já Maria Flor ficou monótona demais com sua Dani, não sendo uma personagem que o público se conecte, que demonstre o ar perfeitinha que é imposto, ficando para algo mais sem sal do que deveria, resultando em algo que não incrementa nada para o filme. Priscila Assum teve alguns momentos cômicos com sua Josie, principalmente coberta com um milhão de roupas, mas não foi muito além, e talvez tenha faltado um pouco mais de abertura para que seu papel fluísse, sem ser o elo de junção ao final. Pablo Bellini foi bem charmoso com seu Ricardo, no estilo de galanteio completo, e claro um colírio para a mulherada, mas é quase um objeto cênico de expressividade, e isso não é algo que um ator queira ser chamado em um filme. Agora quem me surpreendeu foi Charles Paraventi com seu Esteban, pois geralmente entrega personagens extremamente forçados, e aqui ele mesmo tentando fazer rir em alguns momentos, teve bem mais elos de coração e sentimentos que acabaram agradando bastante, e assim sendo deveria explorar mais esse estilo que vai encaixar bem com sua personalidade. Quanto aos demais diria que foram mais participações mesmo, com Marcelo Saback exageradíssimo com seu Gil fazendo uns trejeitos e gracejos desnecessários, e Marcos Veras como Guto servindo mais para as mensagens da protagonista e para um fechamento que não foi muito além.
Visualmente a equipe de produção não economizou, indo filmar mesmo em Bariloche, com um chalé bem destruído e cheio de detalhes, um hotel bem requintado com todos serviços incríveis para o relaxamento de uma pessoa, muita neve para todos os lados, e até um bar bem trabalhado encaixando uma boa cena, ou seja, um trabalho primoroso para um longa que até merecia ir mais além, sendo bem representativo nos detalhes, agradando do começo ao fim com as escolhas feitas.
Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, apenas é daqueles que não encaixam em nenhum gênero pré-moldado, faltando fazer rir e emocionar como deveria, mas que vale como um passatempo para um domingo no sofá, desde que a pessoa não espere algo a mais dele. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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