Não conhecia os trabalhos de Cooper Raiff nem como ator, muito menos como diretor, mas achei ele tão gracioso nas duas funções que acredito muito que tenha um ótimo futuro com produções desse estilo se não cair nas repetições, e quem sabe até arriscar mais no lado dramático, pois mostrou segurança de desenvoltura e soube brincar com os atos, brincar com os diversos personagens, ser doce e carinhoso nas relações amorosas e ainda deu seu toque pessoal para um final que não ficou nem como muitos iriam imaginar, nem com uma tragédia clássica como outros acabariam colocando, e assim o fluxo do filme seguiu quase por igual tendo vários pequenos clímax e sendo leve e gostoso de assistir, ao ponto de nem vermos o tempo passar, e o resultado funcionar para todos, até mesmo os menos românticos. Ou seja, é daquelas tramas que vamos lembrar pela essência e pela execução, e que facilmente daria para ir além se ele quisesse pesar ainda um pouco mais o arco dramático, para aí sim ficar completo, mas aí eu já estaria querendo perfeição demais.
Agora falando do ator Cooper Raiff, diria que seu Andrew é o famoso irmão gente boa, o animador de festa ideal e aquele par romântico certeiro que é até errado o tão carinhoso que é, ao ponto que deixa todas as mulheres da festa malucas por ele, e isso o jovem quis para si, afinal como é o diretor não deu o direito de nenhum outro ator pegar o personagem para si, e fez bem, pois ele tem uma jovialidade bem encaixada, uma dinâmica precisa e trejeitos certeiros para o papel, que encantam e agradam, sem pesar e nem forçar nada, o que é um grandioso acerto. Não sei quantos anos quiseram dar para o personagem de Dakota Johnson, mas a atriz entregou uma Domino tão madura que apagou completamente todos os seus papeis juvenis anteriores da nossa mente, já cabendo completamente em papeis de mulherões, de mães e com um propósito tão bem encaixado que fez a personagem ir além, o que é algo muito imprevisível, afinal sabemos o quão inexpressiva ela era, ou seja, mudou totalmente da água para o vinho, e não sei se foi a direção ou seu parceiro aqui ser muito jovem, mas ficou muito bem trabalhada. Outro que foi bem encaixado na trama foi Evan Assante como o irmão mais jovem do protagonista, entregando um carinho incrível de super-herói quase pelo irmão, aprendendo dicas e transmitindo muita sinceridade em seus atos, da mesma forma que Vanessa Burghardt (que realmente é autista e faz sua estreia como atriz) passou um envolvimento gostoso e bem encaixado, disposta a se conectar perfeitamente com o protagonista e se doando com muito ensejo no papel sem que ficasse forçada ou deslocada de um modo geral. E ainda tivemos boas participações de Leslie Mann como a mãe do protagonista, Brad Garrett como o padrasto e Raúl Castillo como o noivo da protagonista, todos tendo poucas cenas, mas sendo bem encaixados no que precisavam fazer, ou seja, funcionais.
Visualmente a trama também é bem interessante, com muitas festas, tendo cada bar mitzvah sua diferenciação e peculiaridade, mas todas bem animadas pelo protagonista na pista de dança, tivemos todo o ambiente mutável do jovem deslocado na casa da mãe após voltar da faculdade, tendo de ficar no chão do quarto do irmão mais novo, e também toda a casa da protagonista bem desenvolvida para a jovem autista, com seus elementos favoritos, seus jogos, seu jeito de dormir e tudo com tons bem marcantes para dar os devidos destaques a cada momento, ou seja, é o famoso simples que funciona.
Enfim, não diria que seja um longa perfeito, mas tem uma síntese gostosa, um bom envolvimento e toda uma dinâmica bem precisa que acaba agradando bastante, então já se faz valer, e como disse fui ver com um ceticismo máximo esperando diversos clichês do gênero, o que acaba não acontecendo, e assim o resultado ficou muito gracioso e valendo a indicação, então fica a dica e eu fico por aqui, voltando em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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