Netflix - Beauty

6/29/2022 06:47:00 PM |

Sinceramente não sei o que me levou a dar play em "Beauty" da Netflix, pois parecia ser um estilo de longa musical visceral, cheio de nuances como os tradicionais ensejos do gênero, que ouviria talvez boas canções, e claro alguns conflitos também, mas o resultado mostrado na tela é apenas a formação de uma artista, as dificuldades que vai enxergar, a família querendo ficar com parte de sua grana, a vida com a namorada que não pode aparecer, o talvez gostar de homens, e por aí vai, mas tudo meio que jogado na tela, sem ir muito além, sem criar reviravoltas e anseios, ligando cada parte com cantoras famosas entoando seus singles na TV ou na vitrola, sem posicionar bem uma época, e tudo mais. Ou seja, é um filme que quer ter expressão maior do que poderia e acaba não entregando nada.

O longa é a história de uma talentosa mulher negra (Gracie Marie Bradley) tentando manter a sua identidade ao lidar com as pressões do mundo da música. Após aceitar trabalhar em uma prestigiada gravadora, e com a possibilidade de construir uma carreira promissora, ela precisará descobrir em quem pode confiar para tornar uma superestrela. Enquanto ainda lida com o controle de sua família superprotetora, a jovem artista também deve administrar seu relacionamento com a namorada.

Não vou opinar dizendo que esse seja o estilo do diretor Andrew Dosunmu, pois nunca assisti nenhum de seus filmes anteriores, mas o que posso dizer é que ele não tentou explodir muita coisa em cena, fazendo apenas nuances e sínteses de como é a vida de uma jovem cantora que anseia a fama, mostrando tudo que precisa mudar no gestual, na vida particular, nas atitudes, e tudo mais, e ele monta tudo isso até que com uma certa propriedade, mostrando a família querendo sua parte, a mãe achando que ela não está pronta, a namorada dando conselhos e tudo mais, mas não vai além disso, não cria um ambiente, não cria problematizações, e até mesmo o elenco parece cansado do que está fazendo em cena, podendo até ser um erro do roteiro de Lena Waithe, que foi pautado dessa forma, mas é mais provável uma falha do estilo de direção do que tudo, e assim sendo não vai além em momento algum, mais cansando do que agradando.

Como falei acima, ficou parecendo que os atores também não estavam com muita vontade de atuar, e dessa forma a protagonista Gracie Marie Bradley ficou bem morna com sua Beauty, fazendo algumas caras e bocas sem grandes desenvolturas, mas se entregando bem na personagem que aparenta bem essa insegurança, e assim sendo fez o papel pelo menos. A namorada Jasmine vivida por Aleyse Shannon até tentou aparecer um pouco mais, mostrando estilo e criando algumas desenvolturas com olhares apaixonados e defesas da garota, mas também não explode o que é muito estranho de ver na tela. Os pais vividos por Niecy Nash e Giancarlo Esposito fazem o filme quase ser deles, pelas imposições, pelos diálogos fortes e pelas desenvolturas entregues, mostrando bem ela como uma grandiosa voz que apenas foi usada como backing vocal, e ele desejando a grana que a filha ganharia, mas sem muito o que mostrar também, o que acaba pesando. Quanto aos demais, os irmãos aparentaram estar sempre brigando, aliás com nomes sugestivos de Caim e Abel, mas sem destaques no que fazem, valendo então destacar apenas Sharon Stone num papel secundário de agente que quer praticamente embranquecer a garota com um estilo mais amplo para todos, ou seja, o famoso papel de diabo das famílias cantoras, mas também sem algo que chamasse muita atenção.

Visualmente o longa fecha quase que o tempo inteiro na casa dos protagonistas, mostrando não ser uma família tão pobre, mas também sem ter grandiosos luxos, aonde a garota passa o tempo vendo suas cantoras performando na TV ou ouvindo elas no pequeno rádio, mostra o escritório da agente, o apartamento aonde a garota vai morar com a namorada, e claro fecha com a entrada de uma apresentação num programa de TV para cantar "Somewhere Over The Rainbow", num ritmo diferente do usual da cantora, e claro temos a todo momento exibições de cantoras negras famosas, mas também tudo muito jogado, ou seja, a equipe de arte não foi muito além também.

Enfim, confesso que me arrependi de ter dado o play no longa, pois esperava algo completamente diferente e a decepção já no miolo era bem grande com vontade até de parar de assistir, mas como não faço isso, esperei pela melhora no final, o que não ocorreu, então com toda certeza não recomendo ele para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto mais tarde com mais um texto do Varilux, que ao menos não vai me desapontar, então abraços e até logo mais.


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