Diria que o diretor Benedict Andrews trabalhou o texto de uma forma bem segura para criar as dinâmicas, fazer toda a representação ser imposta na tela, e ainda conseguir que seu filme fosse fluido, pois são tantas dinâmicas, são tantos momentos e envolvimentos que facilmente a trama se quebraria e acabaria resultando em algo semi-novelesco, para não dizer uma série em específico, e isso é algo brilhante quando conseguem se doar. Ou seja, em momento algum ficamos querendo saber mais da história da atriz (embora muitos a conheçam pelo clássico francês "Acossado"), não ficamos desejando entrar completamente na vida do agente, embora tenham tentado isso por duas vezes, e nem ficamos esperando algo a mais dos Panteras, sendo uma trama para mostrar o envolvimento da atriz com eles, como foi feita a espionagem ilícita, e principalmente como isso desencadeou uma depressão e desespero na atriz por qualquer barulho achar que está sendo grampeada e tudo mais, e isso foi entregue com primor, mesmo que faltasse aquele algo a mais para a perfeição, mas facilmente daria para ter ficado daqueles filmes intragáveis, e não ocorreu.
Sobre as atuações, sem dúvida alguma é a melhor atuação de Kristen Stewart anos-luz a frente do que fez em "Spencer", pois lá embora tenha toda uma seriedade e densidade de personagem, acabou por vezes sendo a Kristen e não a Diana, tanto que falei na crítica que em muitos atos não vi a princesa como a conhecíamos, já aqui, por não termos a mesma conexão com a mulher Jean, só tendo visto seus filmes, enxergamos a atriz se jogar, suas dinâmicas acontecerem, e trejeitos tão fortes que acabam impactando incrivelmente. Jack O'Connell também se entregou por completo durante todo o filme, fazendo imposições e trejeitos bem conflitivos para que seu Solomon fosse um dos melhores técnicos de grampeamento de escutas, mas que ao ver a crueldade e o jeito que os demais do FBI tratavam tudo passou a ir para o outro lado, e isso é bem marcado em suas expressões e atos. Anthony Mackie e Zazie Beetz entregaram bastante personalidade para seu Hakim e Dorothy Jamal, ao ponto que Makie ainda teve alguns envolvimentos emotivos com a protagonista e Beetz já foi logo para o encontrão como uma boa mulher deve fazer com quem vem mexer com seu marido, e assim ambos foram marcantes e bem colocados. Vince Vaughn fez de seu Carl um daqueles personagens que pelo que faz no serviço já é motivo para se irritar, mas mostrado o que faz em casa então é sinônimo de nem passar perto, ou seja, foi muito bem em cena, e se o verdadeiro Carl foi daquele jeito, que tenham pena da alma da família do cara. Ainda tivemos Yvan Attal fazendo o marido da atriz Romain Gary e Stephen Root como Walt Breckman o agente da atriz, mas ambos fizeram mais participações de encaixe do que chamaram realmente a atuação para si, e assim sendo não valem grandes destaques.
Visualmente o longa foi rico no contexto da mansão da protagonista nos EUA, mostrando restaurantes e teatros bem imponentes nos atos finais, trabalhando alguns apartamentos e claro mostrando um pouco da escola infantil que os Panteras mantinham, a casa simples do protagonista, algumas reuniões, mas o grande chamariz mesmo fica por conta de todo material incrível de escuta que já tinham nos anos 60, mostrando que se ali já pegavam detalhes, imagina hoje com tudo conectado então. Além disso também tivemos figurinos incríveis que deram o charme para a protagonista e para todos serem bem retratados.
Enfim, não é um longa perfeito, mas tem ótimos momentos e uma retratação bem épica de um caso complexo dos anos 60/70 que valem como reflexão, então fica sendo uma boa dica para quem não viu na época que foi lançado nos cinemas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com muito mais textos, então abraços e até logo mais.
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