Quando reclamo de primeiras direções, primeiros roteiros, muitos acabam falando que sempre tem de ter um começo, e esse é o exemplo claro de um bom começo, pois sabendo exatamente aonde pisar e como pisar o jovem Max Barbakow soube ser extremamente criativo na história e entregar para Andy Siara criar um roteiro incrível para que Max dirigisse e fosse ainda além com tudo, brincando com os personagens, com as possibilidades, com a coesão, mas sem tirar o pé do chão, pois por mais que o ato físico de um dia repetido seja algo conflitivo de se explicar, ele soube aproveitar da ideia, da comicidade e até mesmo da dramaticidade para que não ficasse algo bobo jogado ao vento, mas sim uma história boa, bem feita e cheia de nuances que cativaria o público. E assim sendo ele não apenas conseguiu indicações da maioria dos prêmios no ano passado, como também ganhou vários deles, e assim certamente será lembrado para muitos outros bons projetos, afinal seu estilo é o simples e eficaz que funciona, ao contrário de muitos que querem começar explodindo tudo e são esquecidos.
Sobre as atuações vemos ou melhor ouvimos mais vezes Andy Samberg em diversos longas e sabemos o quanto ele consegue virar um longa e também ter um ar de convencimento muito marcante, e aqui seu Nyles é tão despojado, cheio de atitude e com nuances tão fora do comum no primeiro momento da trama que ficamos pensando que raios o cara está aprontando, mas logo que tudo é explicado e começa realmente o desenrolar da trama vemos ele com outros olhos, usando bem o artifício do carpe diem de viver o momento, e ele se entrega demais, criando bons atos, desenvolvendo as loucuras mais insanas possíveis, e brincando com tudo, o que acaba sendo gostoso de ver e acompanhar pela animação que entrega, e também pelo carisma que passa, ou seja, ele pega o filme e faz ser completamente dele, o que é um luxo. Cristin Milioti inicialmente entregou uma Sarah meio deprimida, sem muita desenvoltura, e principalmente desanimada com o casamento e com tudo o que está rolando, e mesmo depois quando começa a se divertir mais com as repetições do dia, fazendo coisas novas legais ainda tem o teor de não querer recomeçar a data, até descobrirmos o motivo que não é algo nada legal, e a atriz conseguiu passar muito bem esse sentimento sem entregar detalhes, sem fazer sentimentalismos estranhos, e com isso acaba agradando bem demais com toda a essência da personagem, além claro da química bem encontrada com Samberg, que resultou nas maluquices mais bem encaixadas possíveis, ou seja, perfeita no que fez. J.K. Simmons sempre faz papeis icônicos em comédias, mas aqui seu Roy é daqueles tão malucos que num primeiro momento pensamos o que ele tá fazendo, meu Deus, mas quando entendemos tudo vemos que ele tá bem certo em caçar o protagonista, e quando some de cena até sentimos falta da mesma forma que o protagonista, ou seja, o ator faz bons trejeitos, soube segurar cada ato seu como algo único e foi marcante como sempre. Ainda tivemos boas aparições com Meredith Hagner com sua Misty, Peter Gallagher com seu Howard, mas sem dúvida as melhores interações são as da vozinha vivida por June Squibb, porém todos foram bem conectados e deram boas nuances para os momentos estranhos do longa.
A base visual da trama é um casamento em Palm Springs, no meio de um árido deserto rochoso, mas dentro de um hotel bem aparentado, com uma piscina, o tradicional ritual e uma festa bem montada, mas sem grandes surpresas ali num primeiro momento, mas depois com muitas reviravoltas e loucuras rolando em todos os atos, contendo ainda um bar de motoqueiros com a tradicional sinuca e jogo de dardos bem proposto para algumas insanidades, além de uma casa com uma piscina, alguns atos na rodovia, e em algumas casas próximas dali, mas nada muito rebuscado, brincando mais com a ideia da física quântica que a protagonista ainda vira quase uma doutora na causa de tanto estudo, e uma pobre cabrinha no meio da confusão da caverna, ou seja, a equipe de arte arrumou muitos apetrechos para que o diretor brincasse, e ele fez bom uso deles para dar as devidas loucuras e nuances da trama.
Enfim, dei o play sem esperar muito e acabei gostando até mais do que imaginava, me divertindo e envolvendo bastante com toda a proposta, valendo recomendar ele para todos, ou melhor, para os que ainda não viram e vão ver agora de forma legalizada na Star+, pois como foi um dos indicados no ano passado nas premiações, com certeza muitos baixaram e já viram há muito tempo, mas para aqueles que não viram, boa sessão. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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