No longa acompanhamos uma imigrante chinesa que parte rumo a uma aventura onde, sozinha, precisará salvar o mundo, explorando outros universos e outras vidas que poderia ter vivido. Contudo, as coisas se complicam quando ela fica presa nessa infinidade de possibilidades sem conseguir retornar para casa.
Sinceramente não sei aonde os diretores e roteiristas Dan Kwan e Daniel Scheinert estavam com a cabeça para criar algo desse tamanho e estilo, pois são tantas coisas malucas, são tantas situações, são tantas filmagens de cenas, figurinos, locações e ideias diferentes que não duvido da produção ter demorado meses para ser filmado e muitos meses mais para que o editor conseguisse entender o que fazer com tanto material, já que se olharmos tudo de forma separada nada se encaixa, nenhum momento dá liga para o outro, e até mesmo parecem querer forçar a mente do público com um ideal plausível em um mundo maravilhoso, mas o que vamos a fundo é o enxergar as coisas como o outro vê, e que por mais idiota e bizarro alguma coisa tem sentido para a outra. Ou seja, é daqueles trabalhos tão imponentes, tão cheio de virtudes, que podemos colocar os diretores num patamar que nem em sonho outro doido conseguiria imaginar, pois tenho a certeza de se ver o filme novamente várias e várias vezes enxergarei algo a mais, porém finalizando da mesma forma maravilhosa que os diretores e roteiristas desejaram quando desenharam o filme na cabeça maluca deles, e sendo assim o valor da trama só aumenta conforme vou pensando em tudo ao mesmo tempo, só que aqui na cadeira escrevendo.
Já vi muitos bons trabalhos de Michelle Yeoh, mas o que ela fez aqui com a sua Evelyn é algo que transparece todas as possibilidades de uma brilhante atuação, e confesso que gostaria de ver sua reação ao acabar de ler todo o roteiro, ou melhor na metade do roteiro sem entender nada do que aconteceria, pois precisou fazer trejeitos de dúvida, imposições de luta, e até emoções que não daria para imaginar sem uma direção precisa e eficiente, e ela encarou perfeitamente entregando tudo e muito mais, sendo sem dúvida sua melhor interpretação feita até hoje. Jamie Lee Curtis também entrou completamente no clima do longa com sua Deirdre, fazendo cenas completamente bizarras, mas com uma desenvoltura tão precisa e bem encaixada que vibramos em seus atos junto da protagonista, sendo uma relação de ódio tão bem encontrada que parece já ter feito isso várias e várias vezes, ou seja, se entregou demais e foi muito bem. Stephanie Hsu inicialmente e em muitas cenas faz parecer sua Joy meio irritante e sem nexo, mas melhora demais conforme o longa vai indo para o final e seu resultado passa a chamar muita atenção pelo que faz. Ke Huy Quan foi incrível do começo ao fim com seu Waymond, ao ponto dele parecer tão desconexo, mas também tão preciso em suas cenas que vemos olhares, traquejos e desenvoltura tão brilhantes que acabamos até torcendo para o jeitão bobo do Waymond da primeira dimensão, mesmo o Alpha sendo muito mais foda, e isso é algo do estilo do ator que acaba sendo muito agradável de ver. E por fim, até mesmo James Hong conseguiu com seu Gong Gong ser um personagem chamativo, cheio de personalidade e loucura, mas com bons olhares, e isso acaba chamando muita atenção. Quanto aos demais, todos foram bem figurantes, mas imprescindíveis nós conflitos, nas lutas e em todas as interações, ao ponto que chega a ser muito divertido observar cada um e vibrar com as cenas deles com a protagonista, ou seja, um elenco de figurantes tão bom que valem o que fazem em cena.
Visualmente daria para escrever um livro só de elemento e cenários do filme, e torço para que um dia alguém faça isso, pois cada dimensão é incrível, cada elemento bizarro se faz tão preciso, e cada olhar no ambiente em que os personagens estão inseridos são tão bem entregues que ficamos impressionados do começo ao fim com nojeiras, com objetos sexuais, com bizarrices, com pedras, com lutas, com o cinema por trás do cinema, com tudo podendo ser usado como arma, ao ponto que nem faço ideia do tamanho da equipe de arte, pois esse sem dúvida foi um daqueles filmes que ao entregar o roteiro para o diretor de arte a resposta foi de quantos milhões teria para poder utilizar, pois é uma das produções mais gigantescas sem ser de super-heróis que já vi em minha vida, e não com coisas inúteis, mas sim com tudo muito necessário e incrível de ser visto na tela.
Enfim, poderia reclamar do tamanho, da desnecessidade de dividir em capítulos, de ter elementos absurdos de nível máximo, mas só consigo pensar em quão incrível tudo foi utilizado, em como o fechamento representa algo muito maior, e como é brilhante toda a essência passada, de tal forma que só posso recomendar o filme para todos, pedindo principalmente que abram suas mentes e encontrem no final a essência que os diretores desejavam passar, pois aí a complexidade do longa vai fechar por completo e o resultado visto para você será tão sensacional que valerá demais o ingresso pago. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, já que irei ver mais um filme hoje, mas vai ser difícil superar a emoção que senti vendo esse longa, então abraços e até logo mais.
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