Veja Por Mim (Mira Por Mí) (See For Me)

6/23/2022 04:26:00 PM |

Confesso que se não tivesse lido antes que a protagonista é realmente cega, eu não acreditaria em metade das coisas que ocorrem no longa "Veja Por Mim", pois é quase um absurdo em cima do outro do começo ao fim, mas como soube dessa informação antes, posso dizer que o resultado do longa é extremamente empolgante e completamente insano por dois fatores, primeiro que pessoa maluca deixaria a mansão para ser cuidada por uma cega (ok, era apenas para alimentar o gato, mas ainda assim é uma loucura!), e segundo toda a loucura completa de uma jovem cega conseguir lutar contra quatro homens bem maiores que ela (embora bobos pelo que fazem) com uma facilidade incrível, apenas guiada por outra pessoa atrás de um aplicativo. Mas é uma ficção, então vamos relevar em primeira instância, e em segunda vamos dar o crédito para o quão bom parece esse aplicativo que existe mesmo e que você cego pode usar ele, e você que não tem muito o que fazer e quer ajudar alguém pode se cadastrar para auxiliar pessoas cegas a fazerem coisas comuns (só não vá ajudar alguém a fazer coisas erradas, ok?). Ou seja, o longa funciona como um bom entretenimento, que muitos vão achar meio exagerado, mas que deu certo, e também como propaganda para o aplicativo, pois acredito que muitos irão baixar para tentar ajudar alguém (aliás o aplicativo chama "Be My Eyes"), então o propósito acabou indo até além. 

A sinopse nos conta que Sophie, uma jovem cega cuidando de uma mansão isolada, se encontra diante de uma invasão doméstica por bandidos procurando um cofre secreto. Sua única forma de defesa é um aplicativo chamado Veja por Mim. O aplicativo a conecta com um voluntário do outro lado do país para ajudá-la a sobreviver. Sophie se conecta com a Kelly, uma veterana do exército que passa seus dias jogando jogos de tiro. Sophie é obrigada a aprender que, se ela quiser sobreviver à noite, ela precisará de toda ajuda que puder ter.

Diria que o diretor Randall Okita foi muito amplo em conhecer completamente o ambiente de filmagem, e conseguir trabalhar perfeitamente o roteiro de Adam Yorke e Tommy Gushue, que provavelmente foram muito detalhistas para representar cada ambiente e cada movimento, afinal foi necessário um bom trabalho de câmeras e mais ainda um trabalho preciso de movimentação, já que tudo tinha de ser descrito com máxima sintonia de passos e de detalhes para a atriz cega, e assim todo o ambiente foi bem amplificado e monitorado com minúcias para envolver e chamar muita atenção na cena em questão. Ou seja, foi um trabalho bem feito, que mesmo sendo algo absurdo de imaginar tudo acabou resultando em um longa interessante e muito bem feito, que acaba valendo a conferida, claro relevando muita coisa, mas curtindo a ideia toda entregue.

Sobre as atuações, tenho de parabenizar o trabalho de Skyler Davenport, que realmente é cega, e fez de sua Sophie uma personagem muito mais interessante do que aparentava, pois basicamente é mostrado de cara que ela só pega esses trabalhos para tentar roubar alguma coisa que consiga vender no mercado depois e ganhar muito mais dinheiro do que o dia de cuidado da casa, e a atriz não se preocupou muito com ares estranhos, sendo convincente nas atitudes, e em muitos atos parecendo enxergar realmente o que estava acontecendo, ao ponto que todas suas dinâmicas foram muito precisas e inteligentes, agradando bem, e mostrando que tem futuro com atuação caso deseje parar com dublagens de jogos de videogame, pois tem um currículo bem grandioso com esse estilo de projeto. Jessica Parker Kennedy também foi muito bem com sua Kelly, trabalhando uma precisão quase que cirúrgica de olhares e direções, que não sei se fizeram com ela realmente o trabalho de estar orientando a atriz cega, mas se fez foi algo muito marcante, e suas expressões agradaram também bastante. Quanto dos ladrões, Pascal Langdale foi daqueles bobos que seguem alguém e não vai rápido para o que quer, falhando nesse conceito e nem indo muito longe com o papel de seu Ernie, George Tchortov já fez o famoso brucutu que sai batendo antes de falar qualquer coisa com seu Otis, e acabou falhando em precisão, mas deu algum trabalho ao menos, já Joe Pingue fez o famoso bobão que está ali por ser inteligente em arrombamentos, mas que falha por ser burro e não acreditar na protagonista, mas foi o que mais desenvolveu alguns semblantes expressivos com seu Dave pelo menos, e para finalizar Kim Coates fez seu Rico quase como um negociador, trabalhando alguns trejeitos forçados, e tentou ir além, mas não conseguiu muito. Quanto aos demais, praticamente todos apenas apareceram rapidamente como o amigo Cam, a mãe da protagonista ultra preocupada, a dona da casa forçada, então vale apenas dar um leve destaque para a policial vivida por Emily Piggford, que fez alguns atos bem clássicos de tentar falar baixinho, olhar meio desconfiado, mas funcionou ao menos para o papel.

Visualmente o longa foi bem trabalhado pelo menos, com uma mansão gigantesca no meio das montanhas, com uma floresta básica ao redor, muita neve, e com muitos detalhes como um cofre imenso escondido atrás de um quadro (que a dona da casa nem sabia da existência - foi casada e nunca tentou limpar, dá nisso!), muito dinheiro escondido lá, vários vasos e copos no meio do caminho para atrapalhar e cair, plantas espalhadas para também dar trabalho, e muitos cômodos para se esconder, com interligações entre eles para dar aquele clima interessante, ou seja, a escolha do ambiente foi muito boa, e acredito que deva ser do diretor ou algum conhecido dele para poder conhecer um lugar tão bom de filmagem. Além disso o telefone foi crucial para o aplicativo, então podemos dizer que foi o melhor elemento cênico do longa.

Enfim, é um filme que podemos dizer exagerado, que daria para reclamar de tudo, mas que ao mesmo tempo é muito interessante e bacana de ver, que tem falhas aos montes se formos colocar reparo em tudo, mas que ainda assim funciona e vale a recomendação, então fica a dica. E é isso meus amigos, volto logo mais com mais textos, afinal hoje começou o Festival Varilux de Cinema Francês, então abraços e até logo mais.


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