Sendo baseado no livro de Charles Willeford, posso dizer que o diretor Giuseppe Capotondi seguiu bem a risca todas as dinâmicas e desenvolvimentos, pois é uma trama que quase dá para folhear e colocar em capítulos, com momentos efetivamente acontecendo e amarrando tudo para um devido desfecho, só que ele foi feliz em não fazer de forma capitular sua trama, pois cansaria e ficaria estranho de ver como algo mais funcional. Ou seja, é um filme que funciona bem dentro do estilo e conseguimos fluir nele, analisando cada momento, conversando de certo modo com a mente dos protagonistas, e conforme vamos nos interessando por toda a dinâmica, o resultado acaba aparecendo bem, e assim agrada, surpreende pelas atitudes, e fecha de maneira bem honesta e chamativa, mas que talvez a jovem sendo o que pensamos iria dar uma quebra extra para tudo.
Sobre as atuações temos Claes Bang com uma personalidade incrível para seu James, mostrando todo um ar cínico e influente para convencer desde uma plateia até uma garota com técnicas precisas de enrolação do melhor nível possível, e com olhares bem expressivos, com nuances marcantes, e principalmente com estilo consegue acertar em todas as cenas, o que é raro em filmes de suspense, e talvez tenha exagerado um pouco nas cenas finais, mas foi muito bem no que fez. Elizabeth Debicki conseguiu trabalhar sua Berenice com um ar bem sereno e interessante de acompanhar, ao ponto que logo de cara imaginamos que a jovem está ali para seguir o protagonista, e até ele mesmo encara essa ideia de frente nos atos finais, e sendo imponente e simples na mesma intensidade acaba funcionando até mais do que parece, agradando bastante no longa todo. Donald Sutherland chegou de mansinho com seu Debney, entregou um artista com um carisma leve e interessante, e surpreendeu demais com suas criações, tanto para o público, mas muito mais com toda a ideia para cima do protagonista, e assim sendo chamou muita atenção como sempre faz, e até valeria mais tempo de tela, mas aí mudaria o foco. Esse é o primeiro filme que vejo Mick Jagger atuando, sim aquele polêmico cantor azarado, e seu Cassidy é até interessante, faz claro muitas caras e bocas, mas caiu até que bem no personagem, ou seja, funcionou dentro da proposta mesmo não sendo muito imponente.
Visualmente a trama é completamente inserida no mundo da arte, com um início bem explicativo sobre a influência de um crítico de arte, sobre como ele pode mudar a história de um quadro que ninguém daria nada para ele e depois se mataria para pagar o preço máximo, depois temos várias cenas bem quentes no apartamento do protagonista bem bagunçado, aí vamos para a mansão do colecionador com muitas obras de arte espalhadas por todos os cantos, que são abertas somente quando ele está na casa, tendo assim que sai todos os funcionários tampando com panos e guardando tudo bem envelopado, conhecemos a casinha e ateliê simples do artista também bem bagunçado, vemos as nuances de um passeio de barco com uma paisagem estranha, mas com um bom sentido, e claro temos todo o processo acontecendo após o jantar, para finalizar com uma exposição. Além disso tivemos toda a explicação das moscas que chega até ser aflitivo, resultando num trabalho completo bem feito da equipe de arte.
Enfim, é um filme rápido e bem interessante, que flui com muitos envolvimentos, e que até poderia ter um pouco mais dos atos finais no miolo para causar ainda mais suspense nos atos, mas aí talvez o filme soaria menos realista, mas como toda obra de arte tem seus vários lados, o filme também tem muito disso, então fica a dica para quem gosta de longas que podem ser vistos e já de cara ver tudo o que rola, mas também dá para filosofar muito sobre as nuances apresentadas, então fica o convite. E é isso meus amigos, pode não ser um longa que muitos achem interessante, mas vale o play, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...