Quem já viu qualquer filme do diretor e roteirista David Cronenberg sabe que ele gosta de causar e trabalha suas tramas sempre com muita força de impacto, não deixando nada leve em nenhuma cena para que tudo flua e levante discussões, então muitas das vezes temos de entrar nas sessões de seus filmes preparados não para o que vamos ver ali, mas sim como tudo aquilo nos atinge, e o que cada ato quis passar sem estar escrito nas entrelinhas, meio como se entrasse em um museu com uma tela branca e ao ler no rodapé que ali está a floresta vista com o reflexo máximo do sol, e você vai pensar "Nossa! Como não tinha pensado nisso?". Porém aqui ele quis dar um passo muito futurista em algo que sequer podemos pensar alguma vez como mudanças corporais e o transportar de uma cirurgia ser tão prazerosa quanto um sexo, e assim vemos coisas mais bizarras do que chamativas, o que não causa sensações, mas sim conflitos e estranhezas, o que não é bacana, além de que abusou do ritmo lento no desenvolvimento, o que acaba mais cansando do que chamando atenção, e assim seu filme até pode se tornar algo futuro, mas no presente não atinge ninguém.
Sobre as atuações, diria que Viggo Mortensen até trouxe expressões marcantes para seu Saul, meio como alguém que curte se mostrar, que está envolvido em todos os meios e que não ligar para nada, de tal forma que tudo é bem centrado nele, e o ator domina o ambiente com bons atos, e cenas que chegam a ser marcantes, claro que usando de diálogos bem pausados que diminuem ainda mais o ritmo de tudo, mas que funcionam. Léa Seydoux caiu muito bem no papel de Caprice, sendo enigmática e direta nas exibições, criando performances bem trabalhadas e com boas nuances, mas não explode em seu papel, parecendo estar sempre um passo atrás do protagonista, o que não deveria acontecer, e assim o resultado não impacta tanto. Se elogiei ao máximo Kristen Stewart por seu filme anterior, aqui ela é quase um enfeite de duas ou três cenas, impactando apenas pelo teor sexual que dá em algumas cenas, mas nada que fizesse sua Timlin aparecer mais. Scott Speedman até parecia alguém que iria além com seu Dotrice, mas apenas fez algumas caras e bocas de imposição, e conseguiu o que queria que era uma autópsia do filho, mas nada que surpreenda muito.
Visualmente o longa é um show de mutilações corporais, exibições de vísceras, partes de corpos deformados, e máquinas futuristas que se conectam aos corpos e fazem o trabalho todo de um cirurgião, mas tudo muito sujo, com um visual deprimente, pessoas filmando tudo, sendo meio que uma crítica à sociedade, mas também não chamando atenção para o que realmente importaria na trama, ou seja, ficou parecendo que foram filmar em um beco qualquer e o resultado foi jogado na tela.
Enfim, é um filme que não atinge nenhum ápice e o ritmo desaponta ainda mais, sendo daqueles que os críticos famosos fazem mil chamarizes para toda a questão intelectual, e que no fim acabamos mais desapontados com tudo do que envolvidos realmente com a proposta, e assim sendo não recomendo ele de forma alguma para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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