Diria que o diretor Alejandro Montiel não tinha mais para onde atacar, e com o sucesso dos dois primeiros filmes foi obrigado a inventar uma história de sequência que funcionasse, e o resultado foi essa trama, que analisada com o estilo novelesco é até funcional, mas que por mais interessante que pudesse ser tudo o que tinha no celular, o resultado soa fraquíssimo demais. Ou seja, é daqueles filmes com tantos personagens, com ligações, revelações e interações que tentam fazer com que ficássemos perdidos, e o resultado desanda de tal maneira que quando vemos o funcionamento inteiro da trama não sabemos mais o que queriam realmente mostrar, misturando disputa de terras, relações incestuosas, uso de armas por crianças, e nesse meio do caminho apenas jogaram a pobre da Pipa no meio de tudo, o que não faz serventia com nenhum dos dois filmes anteriores. Sendo assim, posso estar sendo até exagerado na crítica, mas talvez se o filme fosse mais solto, com a protagonista fazendo outro papel, o resultado seria muito melhor, pois veríamos o filme como um faroeste argentino, e sequer tentaria dar as conexões, mas ainda assim seria novelesco.
Sobre as atuações, diferente de filmes que normalmente a pessoa bate a cabeça ou leva um tiro e já cai morto, aqui as pessoas levantam, conversam, interpretam e tudo mais, ou seja, não basta um tiro para derrubar qualquer personagem da trama, mas tirando esse detalhe, Luisana Lopilato entrega uma Pipa bem imponente, estando sempre nos lugares e na hora certa, lutando bem com os que a atacam, e fazendo alguns bons trejeitos, mas nada que fosse surpreendente. Mauricio Paniagua chega a ser até engraçado de ver com os trejeitos forçados de seu Rufino, cheio de traquejos e clichês de longas policiais, colocando os óculos escuro na cara para ficar mais bravo e tudo mais, ou seja, funciona, mas mais para uma comédia. Paulina Garcia fez sua Alicia bem como coadjuvante, mas demorou uma eternidade para morrer, fazendo ares desesperadores enquanto está com o policial, a sobrinha chega e fala normalmente, ou seja, falha de roteiro monstruosa. Ou seja, vou reclamar de todas as atuações, então é melhor nem falar mais nada.
Visualmente o filme até foi bem trabalhado, acredito que seja o único ponto positivo realmente, tendo cenas no meio das montanhas andinas, com um ar meio desértico bem encaixado com as fazendas de criação de animais, temos uma mansão gigantesca com uma tremenda festa no começo enquanto os mais pobres fazem apenas a festa nas ruas com alegorias, boas cenas de perseguições, uma delegacia bem bagunçada, e alguns atos de entrevistas até que bem trabalhados, de forma que a equipe mostrou boas dinâmicas para dividir os grupos étnicos e o resultado funcionou ao menos.
Enfim, é um filme que não tenho como recomendar de forma alguma, e que se aparecerem com mais alguma continuação da "franquia" deverei pular, pois não tem mais como piorar (ou tem?), e que volto a frisar, que talvez quem assistir ele solto sem saber de nada da trilogia, e gostar de algo novelesco, talvez até curta um pouco, mas tem de ir com muita vontade para não parar no meio da trama. E é isso meus amigos, dois dias com dois filmes que não foram bons, e começo a pensar melhor o que escolher para ver, pois está difícil, então fico por aqui hoje, mas volto amanhã com ao menos algo que vem chamando atenção, então abraços e até logo mais.
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